22. De acordo com o plano

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- É muito bom estar aqui, assim com você! - Disse Carlos para Lisbela, que estava sentada ao seu lado no sofá da sala da casa dele.
- Também acho. - Respondeu ela olhando em volta - É sempre tão arrumado ou você organizou por que eu viria hoje? - Perguntou ela sorrindo.
- Eu não gosto de bagunça, - Respondeu - Esse é um dos motivos pelo qual não divido o apartamento com nenhum colega, calma... - Disse quando ela fez menção de falar - Eu não tenho compulsão por limpeza e organização, mas esse é o meu lar e quero que esteja arrumado, não é porque sou um homem que mora sozinho, que eu tenho que ser bagunceiro.
- É verdade.
- Mas nós temos coisas melhores para fazer, do que falar sobre a organização da casa. - Ele tocou-lhe a nuca e aproximou seu rosto.
Lisbela correspondeu ao beijo, Carlos deixou de beijar-lhe a boca e passou a beijar-lhe a orelha, o pescoço...
- Você é tão linda! - Enquanto seus lábios percorriam a pele dela, as mãos de Carlos passaram à tocar-lhe.
- Carlos... - Ela interrompeu o beijo quando ele tentou abrir-lhe a blusa.
- O que foi? - Perguntou confuso.
- Também gosto de estar com você, de te beijar, mas não quero ir além disso. - Esclareceu.
- Me desculpe, eu me deixei levar, - Ele respondeu frustrado.
- Tudo bem, mas eu acho melhor ir embora. - Levantou-se.
- Você está chateada comigo?
- Não, mas... - Ela desviou o olhar.
- Não se preocupe, eu não voltarei a fazer nada que te magoe. - Prometeu.

Érick chegou cedo a casa de Carolina, no dia anterior ele quis ir vê-la, mas à seu pedido, não foi. Após tocar a campanhinha aguardou.
- Bom dia Érick! - Cumprimentou-o Hugo.
- Bom dia, eu vim ver a Carol.
- Claro meu rapaz, entre, a Carolina ainda não acordou.
- Bom dia Érick! - Rebeca entrou na sala. - A Carolina ainda está dormindo, a pobrezinha vem sofrendo muito com os enjoos.
- Não é melhor chamarmos um médico? - Perguntou Érick preocupado.
- Talvez ele tenha razão. - Disse Hugo.
- Não, - Falou Rebeca - Parem com isso vocês dois. - Ela abraçou o marido e sorriu para Érick - Gravidez é assim mesmo, além disso, ela ainda está muito ocupada com os preparativos do casamento. Ontem mesmo, passamos o dia batendo perna procurando algumas coisas.
- Mesmo assim querida, não seria melhor... - Hugo foi interrompido pela esposa.
- Está tudo bem querido. - Garantiu, "afinal, depois de ter sofrido um aborto ontem é compreensível que a Carolina esteja fraca, mas ela é forte e vai se recuperar" pensou.
- Se você diz meu amor.
- Eu vou ver se ela já acordou. - Falou Érick.
Ele entrou no quarto e sua preocupação com Carolina aumentou ao vê-la, ela estava muito pálida.
- Amor? - Perguntou ela abrindo os olhos, então lembrou-se do aborto - Não, - Ela cobriu o rosto com o lençol - Não olha pra mim, eu estou horrível.
- Você não está horrível, - Ele sentou-se na cama e puxou delicadamente o lençol - Mas estou realmente preocupado, você está muito pálida.
- É por causa dos enjoos, mas deve passar depois do quarto mês, ao menos é o que a minha mãe diz.
- Tem certeza que está bem?
- Estou, mas eu realmente preciso descansar, por causa do bebê.
- Então se você quiser eu vou embora.
- Não meu amor, eu só preciso tomar um banho, você pode descer e pedir à minha mãe que prepare um chá para mim? - Foi a primeira coisa que lhe ocorreu, pois se ele continuasse no quarto, havia o risco de Érick  descobrir tudo.
- Eu te espero lá embaixo.
Ele saiu do quarto e Carolina levantou-se devagar. Seu corpo doía, olhando para a cama, viu uma mancha de sangue no lençol, era pequena, ao mexer-se durante o sono o absorvente que usava devia ter afastado e aconteceu o vazamento. Por sorte Érick não vira ou não saberia como explicar sem contar o que acontecera.
Após tomar um banho quente e arrumar-se, caprichando na maquiagem, para esconder as olheiras, Carolina dirigiu-se à sala de jantar onde Érick e seus pais a esperavam.
- Filha! - Hugo a abraçou - Como você está? - Perguntou fitando-a com carinho.
- Estou bem pai. - Ela foi até Érick e abraçou-o.
- O seu chá está pronto querida. - Disse Rebeca buscando algo mais na expressão da filha.
- Obrigada mãe.
Érick, passou o dia com Carolina, apesar de parecer estar realmente cansada, ela fez questão que ele ficasse e foi muito bom, eles conversaram sobre o casamento e sobre o bebê. Érick estranhou o comportamento dela, diferente do dia anterior, não deu nenhum sinal de querer alguma intimidade e permaneceu tranquila todo o tempo.

Lisbela olhou-se no espelho, lembrou-se do desejo no olhar de Carlos quando se beijaram, o mesmo desejo expressado por Érick na noite em que se amaram. Balançando a cabeça, tentou apagar da mente as cenas da noite mais feliz da sua vida. Se não permitiu que algo mais íntimo acontecesse entre ela e Carlos, não fora por estarem namorando a pouco tempo, pois se o amasse, isso não faria diferença, não permitira, porque a lembrança dos momentos que passara nos braços de Érick, não saiam da sua cabeça, nem quando estava com Carlos.
- Pare com isso! - Disse para a sua imagem refletida no espelho - O Érick vai se casar e eu tenho que esquecê-lo.

- Pensei que ele iria querer dormir aqui. - Comentou Rebeca quando Érick foi embora.
- Eu gostaria muito que ele ficasse, mas quando ele me perguntou sobre isso eu disse que precisava descansar. - Falou Carolina.
- Ainda bem, já pensou se ele percebesse o que está havendo?
- Mas ele não percebeu mãe.
- Agora é melhor você ir deitar querida.
- Já vou. Carolina saiu da sala, mas voltou - Mãe?
- O que é filha? - Perguntou Rebeca.
- Obrigada, por me ajudar.
- Oh minha querida! Eu sou sua mãe e sempre ficarei ao seu lado.
- Eu não queria engravidar, mas agora que perdi o meu bebê... - Ela começou a chorar - Eu queria que ele nascesse.
- Tenho certeza disso filha, mas daqui a alguns meses você poderá engravidar novamente.
- Sim, e o Érick e eu já estaremos casados, como eu sempre sonhei  e de acordo com os planos que fizemos.

para  sempre  proibido?Onde histórias criam vida. Descubra agora