17. Almoço de domingo

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Preparando-se para passar algumas horas com sua família, a noiva de Érick e claro, seu "namorado", Lisbela desceu para tomar café da manhã. Dessa vez Érick não estava, o que ela agradeceu à Deus, já seria o bastante ter que aguentar vê-lo em clima de romance com Carolina durante o "almoço de domingo".
- Bom dia filha! - Nícolas sorriu-lhe bem disposto.
- Bom dia pai! - Respondeu sem muito entusiasmo.
- O que houve querida?
- Não dormi muito bem essa noite. - Explicou ela, mas a verdade era que não dormira nada. - Onde está a tia Olga?
- No Jardim, sabe como ela ama aquelas rosas!
- É ela realmente cuida muito bem do Jardim, as flores estão lindas!
- Que horas o seu namorado chega?
- Dez horas. - Respondeu corando, não queria mentir para o pai.
- O Érick já foi buscar a Carolina.
Lisbela ficou calada, já tivera uma péssima noite e tudo indicava que o dia seria pior.

Às dez horas, Lisbela abriu a porta para um Carlos impecavelmente vestido que sorriu e lhe entregou um buquê de flores.
- São lindas! Obrigada. - Disse aspirando o perfume das flores.
- Que bom que gostou, eu perguntei a vendedora da floricultura qual seria o buquê ideal para um namorado dar à namorada no primeiro almoço com a família dela e ela me garantiu que esse era perfeito. Agora, - Ele aproximou-se - Posso beijar minha namorada? - Sorriu sedutor.
- Por favor Carlos, não tente tirar vantagem por estar me ajudando.
- Eu não faria isso, queria apenas te dar um beijo no rosto.
- Tudo bem. - Lisbela sorriu e aceitou seu beijo.
- Viu só? - Perguntou Carlos - Não doeu nada!
- É verdade. - Concordou rindo. Nesse exato momento a porta foi aberta e Érick e Carolina entraram.
Chocado, Érick fitou Lisbela por alguns segundos e depois encarou Carlos como um lutador encara seu oponente antes de uma luta. Carolina fez o mesmo com Lisbela.
- Você deve ser o Érick, prazer em conhecê-lo cunhado! - Com a mão estendida ele esperou que Érick lhe retribui-se o cumprimento. Contrariado, Érick aprtou sua mão.
- Cunhado? - Perguntou Carolina.
- Isso mesmo eu sou o Carlos, namorado da Lisbela. - Explicou.
- Essa é a Carolina, minha noiva. - Disse Érick.
- Você está namorando, que ótima notícia! - A expressão desgostosa no rosto de Carolina mudou completamente - Parabéns Lisbela!
- Obrigada.
- Se alguém aqui merece os parabéns, esse sou eu! - Garantiu Carlos aproximando-se de Lisbela e abraçando-a - Afinal tive a sorte de ser aceito por essa mulher maravilhosa! Agora você pode me mostrar a casa amor? - Era visível que Lisbela queria se afastar dali o mais rápido possível.
- Claro. - Desvencilhando-se do abraço, Lisbela pegou sua mão e os dois sairam da sala.

- Por que você não me disse que a sua irmã está namorando? - Perguntou Carolina.
- Esqueci, e a Lisbela não é minha irmã. - Respondeu Érick irritado.
- Eu não sabia que te incomoda tanto dizer que vocês são irmãos. - Reclamou Carolina.
- Desculpe Carol, - Ele pegou sua mão e beijou-a - Não podia descontar sua frustação em Carolina - Eu estou cansado e...
- Tudo bem querido, - Carolina acariciou-lhe o braço - Eu entendo, agora vamos procurar a sua tia e o seu pai? - Perguntou animada.
- Como você quiser.

- Tudo bem? - Carlos perguntou quando os dois sairam da sala.
- Sim.
- É difícil para você vê-los juntos?
- Muito.
- Não fique assim, - Ele colocou uma mecha de cabelo que caía-lhe no rosto, atrás da orelha dela - Lembre-se que hoje é o dia em que o seu pai conhecerá o seu namorado! - Sorriu
- É verdade e certamente meu pai vai aprovar a minha escolha.
- Com certeza! - Ambos riram.
- E por falar nisso, meu pai deve estar no escritório, vamos até lá?
- Vamos. - Carlos pegou sua mão e os dois se dirigiram para o escritório
- Pai? - Lisbela entreabriu a porta e espiou - Podemos entrar?
- Claro filha, entrem. - Levantando-se, Nícolas deu a volta em sua mesa.
- Bom dia senhor! - Cumprimentou Carlos nervoso, por mais que aquele namoro fosse de mentira, ele estava se apresentando ao pai de uma garota como seu namorado.
- Bom dia meu rapaz! - Nícolas estendeu a mão que Carlos apertou com firmeza - É um prazer conhecer o namorado da Lisbela!
- O prazer é meu.
- Vamos para a sala. - Chamou Nícolas - Filha você pode chamar a sua tia?
- Claro pai, - Disse - Já volto - Falou para Carlos.
- Não se preocupe querida, seu namorado e eu temos mesmo que conversar. - O sorriso despreocupado de Nícolas fez Lisbela sorrir também, amava muito o pai e vê-lo tão animado era maravilhoso.

- Tia? - Lisbela chamou batendo na porta do quarto de Olga.
- Estou aqui filha. - Respondeu ela retirando as luvas que usava para cuidar das rosas.
- O Carlos chegou.
- Estou indo!
Quando Lisbela e Olga chegaram à sala de estar, Nícolas, Carlos, Érick e Carolina conversavam.
- Bom dia! - Olga cumprimentou Carlos e Carolina que responderam ao mesmo tempo.
- Tudo bem com a senhora? - Perguntou Carlos levantando-se e indo até ela.
- Tudo ótimo meu rapaz, mas sente-se - Pediu Olga sentando-se ao lado do irmão, enquanto Lisbela, sentou ao lado do namorado.
- É maravilhoso saber que você também encontrou alguém especial! - Carolina não disfarçava a alegria de ver Lisbela com um namorado.
- Obrigada Carolina. - Respondeu Lisbela forçando um sorriso.
- Mas se querem um conselho, - Ela pegou a mão de Érick - Não esperem muito para transformar esse namoro em algo mais sério, pois é muito bom estar noiva e saber que em algumas semanas estarei casada com o homem que amo. - Ela acariciou a mão de Érick.
- Carol, eu acho que a Lisbela não está com tanta pressa para casar, os dois acabaram de se conhecer. - Comentou Érick insastifeito.
- Não se preocupe Érick, - Garantiu Lisbela, - A verdade é que estamos nos conhecendo, mas quem sabe? - Ela perguntou fitando Carlos com carinho.
- Quem sabe? - Carlos repetiu a pergunta animado.
- O Érick tem razão, é cedo para falar de casamento filha! - Interrompeu Nícolas - Que tal mudarmos de assunto?
- Melhor, que tal mudarmos apenas o casal? - Carolina perguntou chamando a atenção de todos - É que nós já escolhemos o local da recepção.
- E onde será? - Perguntou Olga.
O assunto passou a ser a festa do casamento de Érick e Carolina e Carlos pegou a mão de Lisbela que esboçou um sorriso cheio de gratidão pelo gesto de carinho.

Após o almoço, que foi servido na área externa da casa, em volta da piscina, Olga e Nícolas pediram licença para irem descansar e os dois casais foram para as espreguiçadeiras que ficavam ao lado da piscina.
Carlos queria ficar sozinho com Lisbela, mas apesar de Carolina já ter manifestado o desejo de ir embora, Érick insistia em ficar um pouco mais, o que Carlos tinha certeza era apenas para atrapalhar os dois.
- O que você acha de sairmos para jantar hoje? - Perguntou dando um beijo na mão de Lisbela.
- Vou adorar. - Respondeu ela sorrindo.
- Vou te levar à outro restaurante de que gosto muito e depois podemos ir dançar...
- Amor, - Carolina chamou Érick - Nós podemos ir agora? Estou um pouco enjoada. - Era verdade, ela estava sentindo enjoo, mas além disso, ela queria deixar Lisbela e o namorado sozinhos, os dois pareciam estar com vontade de ficarem sozinhos e quanto mais ela se ligasse à Carlos, mais longe ficaria do seu noivo.
- Claro, vamos. Érick levantou-se e ajudou Carolina.
- Agora que vocês estão namorando, com certeza nos veremos mais vezes. - Carolina disse para Carlos - Tchau Lisbela.
- Tchau Carolina.
- Tchau. - Falou Érick para os dois e após lançar um olhar magoado para Lisbela, acompanhou a noiva.

- Não faça isso! - Pediu Carlos ao ver lágrimas em seus olhos.
- Você não faz idéia do quanto é doloroso ver...
- Ei, - Ele entrelaçou as mãos nas mãos dela - Por mais que você o ame, ele não merece que você sofra. - Encostando a testa na dela, ele buscou seus lábios.
Foi um beijo lento, carinhoso e Lisbela retribuiu. Passados alguns segundos, sentindo o doce sabor dos lábios dela, Carlos afastou-se devagar.
- Eu sei que concordei em representar, mas... - Tocou-lhe o rosto - Me dê uma chance, me permita tentar conquistar o seu coração?
- Carlos eu não posso corresponder seu sentimento...
- Eu não estou pedindo isso, só quero que você aceite meu carinho e juntos vamos superar essa situação. - Lisbela não respondeu e ele achou melhor dar um tempo para que ela pudesse pensar. - Eu já vou indo, venho te buscar às sete e então nós conversamos.
- Tá bem. - Respondeu acompanhando-o até a porta.
Sozinha, Lisbela foi para o jardim, seu lugar preferido quando queria pensar ou apenas ficar em silêncio, sentindo o perfumedas flores.

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