Enquanto dirigia seu carro pela estrada que levava à casa de Carolina, Érick não parava de pensar em Lisbela, sentia um aperto no peito, por várias vezes durante aquele jantar quizera pegá-la pela mão e tirá-la de lá, o sofrimento dela dilacerava seu coração, por mais que ela tentasse esconder e fingisse alegria, Érick enchergara toda sua dor, não porque ela não tivesse sido convincente, afinal quase todos acreditaram em sua encenação, mas sim, porque ele se sentia da mesma forma.
- Amor? - Chamou-o Carolina que estava sentada a seu lado.
- O quê? - Perguntou ele olhando-a de relance.
- O que você tem amor? Parece nervoso, distraído. - Falou preocupada com ele.
- Está tudo bem, só estou cansado. - Respondeu ele voltando a se concentrar na estrada.
Carolina não insistiu, mas sabia que não era o cansaço que o estava incomodando, mas sim, Lisbela. Érick a amava, isso era incontestável, a forma como ele a olhava, a sua reação à tristeza demonstrada por ela quando Carolina lhe falara sobre conhecer alguém especial. "Ele à ama." Pensou sentindo ainda mais ódio de Lisbela, afinal, por que ela havia voltado? Para estragar seu noivado e impedir seu casamento? Mas ela não conseguiria.
Carolina jamais permitiria que Érick rompesse seu compromisso com ela para assumir um romance com Lisbela, até mesmo o destino estava à seu favor, pois no momento que ele escolhera para romper o noivado dos dois,o que ela tinha certeza,ele pretendera fazer no dia anterior. Então ela passara mal e descobriram a gravidez, o que certamente, era o único motivo que o fizera manter o noivado.
Apesar de ser muito bonita, simpática e atraente, fora difícil conquistar o carinho de Érick, por mais que o amasse, Carolina reconhecia que ele nunca sentiria por ela o mesmo que sentia por ele, mas aos poucos conseguira mostrar para ele como poderia ser bom ficarem juntos e não desistiria justamente quando estava prestes a casar com o homem que era o único homem que amara e que era o pai do filho que ela esperava.
Eles haviam se conhecido dois anos antes, Érick defendera e brilhantemente, provara a inocência do tio dela. Carolina lembrava exatamente do momento que soube que aquele era o homem que queria como marido. Ela fechou os olhos e reviu a cena.
Estavam no tribunal, ela e os pais não puderam acompanhar Heitor, seu tio, durante a audiência e antes que ele e Érick entrassem na sala do juiz, Hugo dera um abraço no irmão e desejara-lhe boa sorte.
- Fique calmo, - Érick dissera à Hugo - O seu irmão é inocente e só sairemos desta sala quando eu provar isso.
A determinação e a segurança dele fizeram Carolina ter a certeza que encontrara o homem ideal, claro que já sentia atração, ele era muito bonito, inteligente, gentiu e vinha de uma ótima família, mesmo que fosse adotado, Nícolas Albuquerque o considerava como seu próprio filho e a União de suas famílias seria boa para todos, mas naquele momento essa atração se transformou em amor. Ela o queria como nunca quisera outro homem em sua vida. Depois que o julgamento acabou e sabendo que não teria mais nenhum pretexto para vê-lo, convidou-o para jantar e falou que estava interessada em algo mais que amizade.
Érick dissera que estava honrado com seu interesse e que ela era maravilhosa, mas que não poderia retribuir seus sentimentos pois estava apaixonado por outra. Carolina, que sempre fora persistente, conseguira fazê-lo falar sobre a mulher que amava e ficou surpresa ao saber que se tratava da filha do padrasto dele. Érick também lhe confidenciou que nunca havia contado sobre aquele sentimento para ninguém e que, o que ele mais queria era superar e esquecer. Aproveitando a oportunidade, Carolina sugeriu que saíssem juntos mais vezes, sem compromisso, com o tempo a atração física cresceu e uma noite, ao deixá-la em casa, Érick a beijou, alguns dias depois começaram a namorar e ao completarem um ano de namoro ele à pediu em casamento.
Carolina abriu os olhos e olhou para Érick, realmente, ele era muito bonito, qualquer mulher gostaria de ser sua esposa.- Estou tão feliz por você dormir aqui hoje! - Carolina disse quando entraram em seu quarto, aproximando-se dele, passou os braços por seu pescoço e o beijou.
Érick retribuiu o beijo, Carolina era uma moça linda, atraente e em várias ocasiões, beijá-la era suficiente para despertar o desejo nele, mas no momento, só conseguia pensar em Lisbela e interrompendo o beijo, afastou-se de Carolina.
- Carol, estou muito cansado, você ficará chateada se nós não... - Fez uma pausa - O dia foi exaustivo e eu preciso descansar, amanhã cedo tenho que ir ao tribunal. - Justificou-se mais uma vez.
- Tudo bem querido, - Respondeu Carolina. Mesmo sabendo que ele estava mentindo e que a causa daquele comportamento era Lisbela, não o pressionaria, - Mas não abro mão de dormirmos abraçados. -Pegando-o pela mão foram para a cama.Algumas horas depois Érick continuava acordado, Carolina dormia em seus braços e ele se perguntava se seria capaz de fazê-la feliz, porque ele duvidava que conseguiria ser feliz, cuidaria do filho e tentaria dar uma vida confortável para ela, mas tinha certeza que nunca sentiria por ela o que sentia por Lisbela e que não conseguiria esquecê-la, por mais disposto que estivesse à fazer seu casamento dar certo, Lisbela sempre estaria em seus pensamentos, em seus sonhos, em sua pele. Algo lhe dizia que seria impossível esquecê-la.
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para sempre proibido?
RomanceApaixonar-se na adolescência é muito comum, mas no caso de Lisbela, além de inesperado, o sentimento que ela nutria por Érick era considerado um erro, até mesmo por ele, pois ele era o filho da sua madrasta e via o pai de Lisbela como seu próprio pa...