25. Concertando as coisas

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- Eu pensei que ela tivesse  perdido o bebê hoje! - Disse Lisbela confusa.
- Não, ela contou que foi depois de uma discussão que tivemos há duas semanas. - Esclareceu ele - Mas que ficou com medo, pensou que se soubesse, eu não iria querer mais casar.
- Deve ter sido horrível, Mas como ela conseguiu manter essa mentira.
- Não sei, talvez ela tenha pensado que após o casamento engravidaria logo e eu não descobriria ou se descobrisse, já estaríamos casados e ela grávida.
Para Lisbela, Carolina precisava de ajuda médica, mas não falou para Érick, ele enfrentava um momento doloroso e a única coisa que lhe importava era apoiá-lo. Não falou nem mesmo que já sabia sobre a conversa dele com Nícolas.

- Pensei que jantariamos os quatro, juntos! - Reclamou Nícolas.
- Eu também, mas aconteceu uma coisa ruim. - Falou Olga.
- O que houve? - Perguntou preocupado.
- A Carolina perdeu o bebê e a Lisbela está lá em cima consolando o Érick, o pobrezinho ficou arrasado.
- Mas como ela perdeu o bebê? Foi depois de saber que não haveria mais casamento?
- Não, a pouco a Lisbela veio pegar um suco para o Érick e contou que a Carolina perdeu o bebê há alguns dias, mas escondeu do Érick por medo de que ele terminasse com ela.
- Essa moça enlouqueceu? - Nícolas ficou furioso - Todos esses dias escondendo a verdade e nem se importou com os sentimentos do Érick.
- Concordo meu irmão, mas pense, a Carolina deve ter sofrido muito ao saber que perdeu o filho e agora o Érick terminou o noivado e está com a Lisbela. - Por mais que Carolina tivesse errado, perder um filho era muito doloroso - Além disso, em três dias ela e o Érick iriam se casar, como vai ser difícil para essa moça enfrentar tudo isso.
- É você tem razão! Mas com o tempo ela irá superar.
- Tomara meu irmão. - Disse Olga e os dois continuaram o jantar.

Érick e Lisbela estavam deitados na cama dele, abraçados. Ele em meio aos pensamentos sobre a perda do filho e ela, afagando-lhe os cabelos e relembrando tudo  que haviam passado para chegar àquele momento, em que podiam estar abraçados, sem medo de que Nícolas ou Olga entrasse no quarto e os surpreendesse, nem culpa por estarem enganando ninguém.
- Você está dormindo? - Perguntou-lhe Érick.
- Não amor, - Respondeu ela abrindo os olhos - Só estava pensando.
- Em quê? - Perguntou ele voltando-se para ela.
- Em nós. - Respondeu afagando-lhe o rosto - Em todos esses anos longe de você, nos momentos que implorei para não te amar tanto.
- Mas não adiantou! - Disse ele Acariciando-lhe os lábios.
- Não, - Ela aproximou o rosto do dele - Eu te amo! - Ela fechou os olhos e sentiu os lábios dele sobre os seus.
- Hoje eu conversei com o seu pai sobre nós... - Lisbela colocou o indicador nos lábios dele.
- Com o nosso pai! - O amor que sentiam um pelo outro, não mudava o laço que existia entre Nícolas e Érick, eles eram, pai e filho e isso, nada poderia mudar.
- Tá bem, nosso pai. - Disse ele - Enfim, conversei com ele e por mais surpreendente que possa parecer, pelo menos para mim, ele concordou que você e eu fiquemos juntos.
- E o que você pretende fazer agora?
Érick sentou-se na cama e a puxou para sentar-se também. Pegou a mão dela, beijou, e fitou-a carinhosamente.
- Lisbela Monteiro Albuquerque, - Seu olhar transmitia tanto amor, que Lisbela piscou para conter as lágrimas - Você aceita se casar comigo? - Aquela era a conversa mais importante de toda a sua vida, pensara em deixar para fazer o pedido depois, mas os dois haviam sofrido muito e já era a hora de serem felizes, mas mesmo sabendo o quanto ela o amava, os segundos que ela levou para responder, pareceram-lhe horas de espera.
- Sim! É claro que eu aceito ser sua esposa! - Respondeu ela finalmente e o beijou.

  Três meses depois, Nícolas conteve-se para não chorar diante da filha.
- Você está linda! - Disse emocionado.
- Obrigada pai. - Lisbela sorriu e olhou-se mais uma vez no espelho - Esse é o dia mais feliz da minha vida.
- Das nossas vidas querida, - Ele pegou-lhe as mãos - Sua mãe ficaria tão feliz em te ver vestida de noiva. - Nesse momento ele não pode mais se conter e as lágrimas brilharam em seu rosto.
- Oh pai! - Lisbela o abraçou e os dois choraram.
- Filha você já está... - Olga parou de falar ao vê-los abraçados.
- Tia! - Exclamou Lisbela ao vê-la.
- Vim ver se você já está pronta, mas acho que vamos precisar chamar a maquiadora outra vez. - Ela sorriu.
- Desculpa filha, eu não queria te fazer chorar... - Falou Nícolas.
- Não se preocupe pai, - Respondeu Lisbela - Um pouco de maquiagem vai resolver isso.
- Ela tem razão Nícolas e eu também quero um abraço. - Pediu Olga juntando-se a eles.

Érick terminou de arrumar o nó da gravata e sorriu ao lembrar que a mãe fazia um nó de gravata perfeitamente, como seria bom tê-la a seu lado naquele momento tão especial. Estava pronto, apesar de muito nervoso, em algumas horas Lisbela seria sua esposa. Alguém bateu na porta do quarto.
- Pode entrar. - Respondeu pensando que era Nícolas, mas surpreendeu-se ao ver Carolina - Carol?!
- Eu sei que você está se arrumando, - Disse ela sem jeito - Mas podemos conversar um pouco?
- Claro. - Ele esperou que ela entrasse e sentasse em uma poltrona e sentou-se na cama - Pode falar Carol.
Carolina olhou-o por alguns segundos. Aquele era o homem a quem ela havia amado e por quem fizera coisas que compreendera, jamais deveria ter feito, mas isso fazia parte do passado. Há dois meses, estava fazendo acompanhamento psicológico, o que aliás, fora idéia de Érick. Tudo mudara, ainda ficava triste quando pensava no filho, mas entendia que, mesmo que não tivesse sofrido o aborto, seu casamento com Érick teria sido muito infeliz e com certeza, os dois acabariam se odiando.
- Você está feliz?
- Sim, - Respondeu - Mas também estou muito nervoso.  - Reconheceu.
- É normal. - Ela sorriu.
- Acho que sim. - Disse sem jeito. Era estranho conversar com Carol em seu quarto um pouco antes do seu casamento.
- Você me perdoou? - Ele olhou-a - Porque eu não contei sobre o que houve com o nosso filho.
Era a primeira vez que ela lhe fazia aquela pergunta, mas desde o dia em que conversaram, duas semanas depois dele ter pedido Lisbela em casamento, quando ele lhe sugerira que procurasse ajuda psicológica, ele sabia que aquele momento chegaria.
- Sim Carol. - Respondeu - E você, me perdoou?
- Não há o que perdoar, a verdade é que você nunca me enganou, sempre soube que você não me amava e tudo o que desejo é que você e a Lisbela sejam muito felizes. - Falou sincera.
- Obrigado Carol. - Ele foi até ela, ajudou-a a levantar e a abraçou.
- Eu precisava falar com você e eu é que agradeço por vocês terem convidado meus pais e eu para o casamento. Agora vou deixar você terminar de se preparar. - Ela foi até a porta e quando ia sair Érick a chamou.
- Amigos? - Perguntou ele.
- Amigos. - Respondeu e saiu fechando a porta.

Olga acompanhou Érick até o altar, alguns minutos depois, Nícolas entrou com Lisbela. Ela usava um vestido rendado, de mangas compridas, que deixava os ombros à mostra, no cabelo, o mesmo broche que Ágnes usara ao se casar com Nícolas, prendia um coque perfeito e sua maquiagem era leve e realçava-lhe os traços delicados.
Enquanto caminhava na direção de Érick, ela sorria nervosa. Amava-o e tinha certeza que esse amor duraria para o resto de suas vidas.
A cerimônia foi linda, os dois disseram Sim, diante de todos que torciam por sua felicidade. A festa durou mais do que Érick queria, pois sua vontade era ficar a sós com a esposa, mas esperou pacientemente, afinal, se esperara anos para ficarem juntos, por que não poderia esperar algumas horas para tê-la em seus braços, como sua esposa. Depois de cortarem o bolo e Lisbela jogar o buquê, que sua colega Sara pegou, os dois foram para a noite de núpcias.
- Eu te amo! - Disse ele beijando-a e repetiu durante toda a noite maravilhosa que passaram nos braços um do outro.

Nove meses depois, veio ao mundo o pequeno Nícolas, que recebeu esse nome em homenagem ao avô coruja, que chorou de felicidade ao pegar o neto no colo pela primeira vez. Olga, a avó, pois era assim que Lisbela ensinaria o filho a chamá-la, se prontificou a ajudar a sobrinha, e mãe de primeira viagem, a cuidar do bebê e Érick, prometeu à Lisbela, durante o parto, o qual ele assistiu e até pode cortar o cordão umbilical do pequeno Nícolas, que sempre estaria ao lado dela e do filho a quem amaria mais que qualquer outra pessoa no mundo, como todo pai e toda mãe, deveriam fazer.

Por fim, aquele amor que parecia impossível, Proibido, prevaleceu e finalmente, eles seriam felizes.

  

  NOTA DA AUTORA:

   Olá pessoal, esse foi o meu primeiro livro. Peço desculpas por qualquer erro que tenha passado despercebido e agradeço a todos que dedicaram uma parte do seu tempo para ler o que escrevi, aos que gostaram e até aos que não gostaram, cada um tem o direito de se identificar ou não com a forma de escrever do outro e, principalmente, quero dizer meu muito obrigada a quem votou.
 
Romântica Incurável.

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