Tom de Vingança

1 - Prêmios Bravo

Aqui estamos, iniciando essa nova aventura. A ideia dessa história começou despretensiosa, mas eu estou amando escrever e, acredito que estou fazendo um bom trabalho. Só que só tem como eu saber claramente isso, com o feedback de vocês, então não fiquem tímidos em comentar qualquer coisa, inclusive as críticas, estou muito aberta. Agradeço ao amor da minha vida, mmandygomes pelas inúmeras ideias e todo seu apoio, esta história também é sua.
Desfrutem muito, Tom de Vingança é para vocês!  🎁 💝

A música é o tipo de arte mais perfeita: nunca revela o seu último segredo.
Oscar Wilde

***
Cidade do México
Apartamento de Natália

Aquele era um dia especial e, como de costume, a enorme televisão do quarto de Natália estava ligada em um canal de música. Era um de seus hábitos, durante quase todo o tempo, às vezes sem volume, acompanhar a programação musical para manter-se afiada no meio que trabalhava e que ela sabia o quão voraz poderia ser. Sabia que não podia perder-se dentro daquele turbilhão que estava sempre em movimento.

Não estava indicada ao prêmio daquela noite por acaso, ela estava sempre antenada, amava a música e respirava esse meio e tudo o que provinha dele. Aquele amor lhe havia levado ao sucesso. Mas o ódio despertado por Gustavo também havia sido um importante combustível.

Quando saiu do banheiro para preparar-se para a cerimônia de entrega dos Prêmios Bravo, olhou para a televisão e o que viu, atraiu momentaneamente sua atenção. Era Gustavo. Vinte anos mais jovem, mas com idade o suficiente para esmagar seu coração. De roupão, sentou-se na cama, aumentou o volume e fixou seu olhar na imensa tela que ficava em sua frente:

— Qual a razão do cancelamento? — Indagava uma repórter dentre os tantos que participavam daquela coletiva de imprensa.

— Apostamos todas as fichas em Natália, mas ela não tem nenhum talento, não entende de música e não queremos sujar a imagem de nossa produtora com uma cantora tão medíocre. — Respondeu o jovem Gustavo com aquela postura de bad boy, de óculos escuros, denotando seu desdém ou seu sofrimento, não se podia saber bem.

— A Romero Produções já praticamente terminou o disco de Natália e o videoclipe de sua música já estava circulando em algumas emissoras de televisão. O cancelamento do show de lançamento e do disco pega todos de surpresa, Gustavo. Você acredita que ela pode ser contratada e fazer sucesso através de outra produtora? — Indagou outro repórter.

— Apostamos todas as fichas e ela não só não cumpriu diversos pontos do contrato, como também foi desonesta. Fizemos de tudo para alavancar sua carreira por generosidade, mas ela não tem talento, não queremos seu nome associado à Romero Produções. E nenhuma produtora que se preze deve investir em uma cantora como Natália Flores.

Natália se levantou e desligou a TV irritada. Já havia visto aquela coletiva inúmeras vezes e ainda não havia aprendido a não se afetar com ela. O trecho fazia parte de um documentário sobre sua vida chamado Natália Flores, da infâmia à fama.

Natália havia dado autorização para a produção do documentário alguns anos antes. Nunca lhe havia agradado a inclusão daquela coletiva de imprensa, em que Gustavo fez uso de toda a sua capacidade de ser cruel e destruiu qualquer chance que ela tinha de fazer sucesso naquele ano. Se não fosse por um esforço sobre-humano jamais teria saído daquele poço tão fundo onde ele a lançou.

A permissão havia vindo porque não havia sentido em um documentário sobre sua ascensão, sem mostrar o momento em que ela terminou chafurdada na lama graças às declarações do jovem dono da Romero Produções.