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Natália teve uma estranha sensação e abriu os olhos segundos antes de ouvir um carro arrancando os cantando pneu. Estranhou porque a única estrada que saía da rodovia, dava precisamente naquela cabana, em uma distância muito curta. Se assustou, levantou-se e foi até a janela da suíte da cabana e conseguiu ver, entrando na estrada, um bonito carro preto que não conseguiu identificar o modelo.Teria o carro saído dali, da entrada da cabana? "Provavelmente não." — Pensou. — "Se fosse assim, eu teria acordado. Observou Gustavo dormindo e recorreu a suíte desordenada com os olhos. Sorriu ao imaginar como ela havia ficado assim. Preocupou-se com aquele carro e resolveu conferir detalhes que deviam haver sido conferidas antes daquela noite tão intensa.
Colocou seu robe e saiu do quarto recolhendo roupas até que se assustou ao perceber como a porta de trás, que dava para o deck, estava aberta. Escancarada. Aquela relação a fazia perder o eixo de tal modo que atuava como uma louca e nem se dava conta. Como podia ter-se permitido viver uma loucura tão intensa? Ou melhor, em que momento aquela loucura se fez tão imprescindível ao ponto de ela ter certeza de que não poderia abrir mão dela?
Depois de trancar tudo, conferir se não havia ninguém na casa, foi para o único lugar que desejava estar: os braços de Gustavo onde voltou a adormecer e a sentir-se acomodada. Como se, de fato, aquele fosse seu lugar.
Ana Paula dirigia em alta velocidade revivendo aquele cenário que havia presenciado e que era pior do que qualquer pesadelo desesperador que ela possa ter tido em sua vida. Já havia um tempo que ela desconfiava do clima entre Gustavo e Natália, mas aquela imagem... As roupas jogadas pela casa denotando uma atração avassaladora, as taças de vinho, a mesa de jantar, as peças íntimas jogadas na entrada do quarto e os dois nus, agarradinhos na cama.
— Malditos, malditos! — Gritou batendo no volante quase perdendo o controle do carro. — Vocês vão me pagar por isso, não tenham dúvidas que vão me pagar!
Enquanto as lágrimas corriam por seu rosto, ela se lembrava da cena que viu pouco tempo antes de decidir ir embora sem mostrar a cara. Estava mais que óbvio que estavam apaixonados. Estava mais que óbvio que ela era carta fora do baralho. Agora toda a rejeição de Gustavo fazia sentido. A sensação que ela tinha de que ele havia se cansado dela e que colocaria um fim na relação dos dois.
Sabia que não teria a mínima chance se reclamasse aos dois ali mesmo. Se partisse para cima deles como teve vontade. Precisava esfriar a cabeça, colocar as ideias em ordem e pensar em uma maneira de, pelo menos, fazê-los pagar pelo que estava sentindo naquele momento. Porque parecia-lhe muito claro que a Gustavo havia perdido definitivamente.
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Gustavo despertou com a incômoda sensação de estar sozinho na cama depois de uma noite tão intensa ao lado de Natália. Demorou algum tempo para se localizar no tempo e no espaço e compreender tudo que tinha acontecido. Havia planejado acordar primeiro e fazer o café da manhã para ela, mas a noite tinha sido muito intensa para seu corpo que lhe traiu. Suspirou e ouviu o som do chuveiro. Vestiu seu robe e foi até a porta. Natália estava distraída, com a porta do box aberta, ele ficou ali parado alguns minutos observando-a.Ela era uma mulher linda à que o tempo só havia feito bem. Não tinha nenhum traço exageradamente agressivo em seu corpo. Era uma mulher com aquele tipo de beleza delicada e natural. A maior intensidade de sua beleza estava em seu rosto e em seus olhos tão fortes. E esses eram detalhes que intensificavam a atração que ela exercia sobre ele. Não demorou muito tempo para que, apenas aquela imagem tivesse efeito sobre a masculinidade de Gustavo. Ele ficou excitado e sua ereção não deixava nenhuma dúvida disso.
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Tom de Vingança
Roman d'amourChegou a hora do CEO pagar! Quanto tempo você esperaria por uma vingança? Depois de vinte anos, Natália Flores não hesita em tomar nas mãos uma oportunidade única de se vingar de Gustavo Romero, um homem que no passado, levou-lhe ao céu para logo lh...