40 - De repente, suspeito!

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Peço desculpas pela demora em publicar esse capítulo. Essa história, que sempre fluiu tão bem, agora têm me rendido um bloqueio que jamais esperei ter com ela. Estou um pouco confusa com as várias opções que me dei a mim mesma para seguir com a história. Ainda não vou encerrá-la neste capítulo, mas está na reta final. Deixem-me suas impressões e aproveitem.💌

***
O primeiro impulso de Gustavo ao receber aquela mensagem foi pensar em procurar a polícia. Só de imaginar Natália naquelas condições sentia um forte tremor e a ansiedade o guiava para uma atitude que a razão pedia para que não o fizesse. Ao mesmo tempo em que pensava que dizer à polícia fosse a coisa certa, o medo de colocar em risco a vida da mulher que amava.

Antes de qualquer decisão, pensou em dar a seu corpo o que ele mais pedia: um banho. O relaxamento da água quente seria suficiente para ajudá-lo a tomar qualquer decisão. Talvez um técnico em celulares poderia ajudá-lo a recuperar a mensagem e conseguir nela os indícios necessários. Ao mesmo tempo, temia revelar a mais alguma pessoa aquele contato e que, de alguma maneira, chegasse aos ouvidos da polícia como havia chegado sua relação com Natália.

Sentindo a água deslizar por seu corpo, Gustavo pensou em Natália e no quanto aquela situação de risco o alarmou. Natália não era uma mulher de sentir medo, de se desesperar. Se eles a haviam deixado do modo como ele viu naquele vídeo, com certeza tinham aterrorizado-a muito. E era ele quem sentia terror em pensar que ela pudesse estar sob qualquer risco.

— Talvez ele só queira dinheiro. — Pensou Gustavo em voz alta. — Tomara que ele só queira dinheiro. — Concluiu ele com intenso pesar.

Depois do banho, se vestiu, desceu para o escritório onde havia deixado seu celular carregando, conferiu se havia uma nova mensagem naquele aplicativo e se decepcionou ao ver que não. Não havia nada e a vontade que ele tinha de ir à polícia pedir ajuda era cada vez maior. Foi até a garagem de sua mansão e encarou seu carro no mesmo lugar onde ele havia deixado no fim do dia anterior. Pensou que, provavelmente dirigiria muito naquele dia, mas estava disposto a ir até o fim do mundo se isso significasse encontrar Natália.

Desativou o alarme e destravou o carro tomado de um sentimento que poucas vezes tinha experimentado na vida. Um desamparo, uma incapacidade que vinha daquela impotência e até mesmo culpa por haver deixado Natália sozinha na festa. Se tivesse ficado com ela durante todo o tempo, provavelmente aquilo não teria acontecido. Ao entrar em seu carro, um pacote de papel chamou sua atenção.

Era uma caixa envolta em um papel pardo, um pacote que ele não conhecia. Apreensivo como era natural estar depois de todos aqueles acontecimentos, pegou o pacote e o abriu com a certeza de que estava relacionado com o sequestro de Natália. Dentro da caixa teve uma grande surpresa ao encontrar um celular sem número de registro ou algum vestígio de sua origem.

Pegou-o com medo e colocou sobre o banco do carona olhando para o aparelho e tentando pensar em todos os passos do sequestrador. Era impossível. Era como se ele tivesse calculado cada detalhe não só do que faria Natália como do que ele faria naquela noite, como se tivesse planejado cada detalhe daquela atuação e que ele, Natália e outras pessoas envolvidas fossem marionetes controladas por ele cada vez com menos poder.

Antes que ele tivesse a coragem para ligar a ignição do carro, completamente perdido sem saber em que direção seguir, o celular tocou. Gustavo ainda não havia chegado a uma conclusão de como aquele aparelho havia ido parar em seu carro, de que artifícios o sequestrador havia tido que utilizar para ter acesso as chaves para colocá-lo ali sem o alarme disparar, mas infelizmente sabia que não havia sido uma tarefa fácil se tivesse ocorrido durante a festa.

— Alô? — Ele atendeu pretendendo conservar alguma ilusão de controle.

— Olá Gustavo. — Uma voz modificada por um aparelho falou com ele do outro lado da linha, a pessoa sabia o que estava fazendo. — Natália agradece que você tenha atendido, você sabe... cada vez que eu me irrito, preciso desforrar minha raiva e se a pessoa que a provocou não está naquele momento — enfatizou — a meu alcance... Natália sempre está.

Tom de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora