7 - Me ensinaste a odiar-te

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Acompanha o capítulo a canção Saturno de Pablo Alboran.

Capítulo especial com uma aproximação decisiva entre o complicado casal Natália e Gustavo. Muito obrigada a todos que estão votando, comentando e participando da história. Repito que estou amando escrevê-la e ela é um presente para vocês assim como todo feedback é para mim. Aproveitem o capítulo e não se esqueçam de votar e comentar.📍📝

***
Natália já havia pedido a Gabriel que marcasse uma reunião com Gustavo e os funcionários da Romero Produções. Ela havia tido muita sorte que, até o momento, nenhum dos acionistas de quem ela comprou ações tivessem dito a ele o que ela estava fazendo. Ainda que ela tinha pedido a cada um deles que não o fizesse, sabia que não podia controlá-los caso tivessem alguma fidelidade com Gustavo.

Entretanto, apesar do segredo que conhecia de Diogo, não podia confiar que ele não faria o mesmo. Principalmente depois de ter descoberto que ele havia sido apaixonado por Gustavo na juventude. Se ele havia tido sentimentos por ele um dia, por que não seguiria tendo-os? Talvez quisesse protegê-lo dela ou atacá-la, as duas coisas o levariam a dizer a verdade a ele e ela tinha que fazê-lo antes.

Decidiu, então, revelar seus planos à sua presa o mais breve possível porque não queria que Diogo pudesse lhe tirar a satisfação de ver a cara dele quando soubesse que ela era a sócia majoritária da Romero Produções, empresa a qual esse homem havia dedicado sua vida. Esse momento era dela e não permitiria que ninguém lhe tirasse essa satisfação.

Entretanto, ver Gustavo frágil por algo realmente sério, não era algo com que ela estava contando e muito menos algo que ela esperava saber lidar. Estava mexida desde que tomou aquela decisão e, cada vez que o via, se deparava com seus sentimentos movendo-se mais dentro dela. Depois de respirar e tentar contornar aquele peso que sentiu sobre o peito, tentou voltar a si e tomou forças para evitar que a fragilidade de Gustavo a fizesse fraquejar.

🎶 Vuelves, en cada sueño que tengo
Caigo de nuevo en tu red
Sé que tarda un tiempo
Curarme de ti, de una vez 🎶

— Você está chorando... — Comentou ela aproximando-se. — Evelyn está bem? Fabíola? — Preocupou-se.

— Elas estão bem. — Ele disse tentando secar suas lágrimas, mas elas continuavam descendo. — E Leandro?

— Ele vai receber alta, eu vim buscá-lo. — Explicou Natália. — Mas, se elas estão bem... perdoe minha intromissão. O que houve? Por que você não está lá dentro com sua filha?

— Porque ela não quer. — Disse ele rindo sarcasticamente como que zombando de si mesmo. — Porque eu sou um péssimo pai e a primeira coisa que minha filha pediu quando acordou foi que eu saísse do quarto. Você pode imaginar o quão patético eu sou, Natália? Mesmo precisando de ajuda, minha própria filha não me quer por perto e a culpa é toda minha. — As lágrimas continuavam descendo por seu rosto.

— Eu sinto muito. Eu não tenho filhos, mas se aprendi alguma coisa dos adolescentes com os que sempre convivo, é que eles vivem tudo muito intensamente. Talvez ela não queira te ver agora, mas depois... quando ela se acalmar, respirar um pouco, ela vai te querer por perto. E tem mais, ainda que ela não saiba ou não consiga dizer, está feliz que você está aqui. Sejam quais forem os problemas que vocês possuam, vocês estão vivos e é sempre tempo para solucioná-los. — Natália recordou seus próprios pais.

Gustavo baixou o rosto, sentiu um leve conforto por suas palavras, mas também tanta impotência com relação ao ponto que ele havia permitido que sua relação com Evelyn chegasse. Ele era o adulto! Ele devia tê-la mantido por perto! Ele devia ter sido seu pai independente do comportamento de Fabíola. Como pôde ficar mais de um ano sem vê-la?

Tom de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora