17 - Meus fantasmas

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Boa tarde, amores. Consegui escrever mais um capítulo hoje, mas acredito que agora, só no sábado. Gustavo está tendo que lidar com seus fantasmas e sua imaturidade tardia, por isso algumas de suas atitudes tão incompreensíveis. Muito obrigada por todos os comentários e votos, Tom de Vingança é para vocês. 🎁🌷

***
Natália se virou e encarou a Gustavo sem se intimidar. Evelyn guardou rapidamente o cartão em sua bolsa porque percebeu o clima estranho entre Gustavo e Natália e torceu para que aquela reação incomum de seu pai não estragasse a primeira oportunidade profissional com a qual ela tanto havia sonhado. Ela não conhecia o que estava acontecendo entre Gustavo e Natália e nem a situação da Romero Produções. Mas sabia que a vontade da mãe é que ela não buscasse oportunidades na gravadora do pai. Ainda que Fabíola estivesse naquela cama, ela merecia sua consideração principalmente por tudo o que aconteceu no dia do acidente.

— Eu ainda não conhecia sua filha, Gustavo. A vi no palco e vim elogiar o talento dela. — Disse Natália muito firme.

— Você toca, Evelyn? — Surpreendeu-se Gustavo.

— Você não sabia? — Natália indagou perplexa. Recordou aquela conversa do hospital e, internamente, julgou Gustavo. Obviamente, ele percebeu.

— Não. — Ele respondeu sem graça, mas irritado por sentir o julgamento de Natália.

— Pois deveria! — Afirmou a empresária. — Ela é jovem, mas tem a música na alma. Dá pra sentir todo a emoção que ela imprime em cada nota. Além disso, somente uma musicista muito disciplinada consegue tocar com aquela naturalidade uma música tão difícil.

— Obrigada, Natália. — Agradeceu Evelyn muito emocionada com todos aqueles elogios.

— Você... pode nos dar licença? — Pediu Gustavo extremamente incomodado encarando firmemente à Natália.

— Claro, à vontade. — Disse Natália dirigindo-se ao centro do jardim onde se concentravam mais pessoas na festa.

— Mais tarde... eu quero falar com você.

A frase de Gustavo fez com que Natália sentisse um calafrio. Ela assentiu apreensiva e se retirou. Gustavo então sentou-se ao lado de Evelyn, na cadeira que Natália ocupava antes de sua chegada. Encarou-a repreensivo. Mas não repreensivo com ela, possivelmente, repreensivo consigo mesmo por tudo o que não sabia de Evelyn e que agora, como uma avalanche, estava sendo obrigado a afrontar.

— O que Natália queria com você? — Gustavo perguntou bastante sério.

— Ela não disse? Me viu tocando, veio falar comigo. Disse que eu tenho talento. — Ela contou com um ar de triunfo.

— Você não pode confiar nessa mulher, ela é... perigosa. — Gustavo estava muito irritado com as últimas atitudes de Natália e com tudo o que se refletiu na relação com sua filha.

— E por que não? O que ela fez? — Evelyn se surpreendeu. Natália já a havia fisgado ao se dar conta de sua paixão pela música. Gustavo teria muito trabalho em convencê-la de que ela não era de confiança.

— Porque eu estou te dizendo, Evelyn! Estou passando por momentos difíceis na Romero Produções e ela...

— Pelo que eu saiba, os momentos difíceis da Romero Produções já duram... anos. Não eram eles uma das desculpas que você usava para não me ver? — Atacou.

— Evelyn... — Replicou Gustavo consternado. — Por que não me contou sobre você tocar violino? — Indagou Gustavo tentando manter a calma.

Evelyn deu uma gargalhada claramente zombando do arroubo de pai de Gustavo.

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