22 - Confiar? 🔞

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A perplexidade de Mariano se refletia em seu olhar de modo que Natália e Gustavo também sentia que ele queria fuzilá-los com os olhos. Ele havia sentido a distância de Natália. Há dias se haviam beijado, mas muito mais por insistência dele do que por vontade dela e depois ele havia percebido que ela estava fugindo dele, evitando sua companhia. Não obtinha respostas à seus telefonemas nem sequer depois de haver lhe enviado rosas, era como se ela quisesse que ele desistisse de procurá-la.

Suspeitou que Natália estivesse se envolvendo com outro homem. Contudo, nunca esteve preparado para descobrir que quem mexia com seu coração era precisamente Gustavo, seu namorado de juventude, o homem que, de alguma maneira, ele sentiu que esteve sempre entre eles. A cena que ele havia acabado de flagrar, de alguma maneira, deixava claro que ela, de fato, não queria responder a seus telefonemas e a suas investidas porque nunca lhe havia beijado com aquela paixão que ele presenciou em seu beijo com Gustavo.

— Que cena tão conveniente para o ambiente de trabalho eu encontro aqui. — Comentou Mariano com sarcasmo buscando colocar em palavras toda a agressividade que sentia para não socar Gustavo.

— Você poderia ter evitado esse inconveniente batendo na porta. — Gustavo respondeu afastando-se um pouco de Natália.

— Me disseram que Natália estava na nova sede da Romero Produções, eu quis cumprimentá-la após minha chegada de viagem. Ou o que está acontecendo entre você é tão sério que demanda sua permissão para que eu cumprimente minha esposa? — Mariano mal conseguia se controlar depois do que viu. Estava tomado de ciúmes e daquele sentimento de perda que odiava.

— Até onde eu sei é ex-esposa. — Rebateu Gustavo aproximando-se de Mariano de uma maneira intimidadora.

— Parem vocês dois, por favor! — Natália tentou contê-los repreendendo-os. — Parecem crianças nesse joguinho de provocações e olhares ameaçadores. O que aconteceu aqui foi uma situação constrangedora, mas vamos lidar com isso como adultos que somos. Gustavo... — Ela se virou para ele — Depois continuamos essa conversa que estávamos tendo.

— Eu posso imaginar onde vão terminá-la. — Mariano foi mais agressivo.

— Eu sugiro que você se controle ou vai se arrepender. — Ameaçou Gustavo.

— Não se preocupe, Gustavo. Eu falo com ele. Deixe-nos a sós, por favor. — Pediu Natália apreensiva pela tensão daquela situação.

— Está bem. — Concordou Gustavo. — Minha sala é nesse corredor. Eu estarei lá, caso você precise. — Disse a última palavra encarando a Mariano antes de se retirar.

Natália e Mariano ficaram a sós olhando-se por alguns segundos. Ele teve dificuldade de dizer algo porque, sua vontade era ofendê-la e ele não queria fazer isso, pois sentia que o jogo já praticamente estava perdido. Suspirou caminhando até perto da janela buscando recuperar a capacidade de racionalizar.

— O que significa isso, Natália? — Questionou-a. — Jamais esperei algo assim de você.

— O erro está precisamente aí, Mariano. Que você espere coisas de mim! — Respondeu Natália impaciente, um pouco ríspida. — Não me senti confortável com aquele beijo nem com sua tentativa de reaproximação. E não estou me sentindo confortável agora com você me fazendo reclamações como se tivéssemos um compromisso.

— Mas se sentiu bastante confortável trocando... beijos com Gustavo nesta sala. Nesta empresa. Você sempre respeitou o local de trabalho, Natália. Nunca me permitiu qualquer insinuação mais íntima neste lugar e com ele você... — Mariano estava verdadeiramente ultrajado.

— Eu não me sinto orgulhosa de minhas atitudes, mas também não acredito que te deva explicações, Mariano. Se o estou fazendo é pela consideração que eu te tenho e porque somos sócios na Soul Song. Te repito algo de que te falei outro dia: Você me dá explicações sobre todas as mulheres com as quais você dorme em suas viagens? — Natália elevou um pouco o tom e o nível de reclamações.

Tom de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora