Tom de Vingança

46 - Enfrentando testes

Lhes presenteio com mais um capítulo. Espero que gostem e que me presenteiem de volta com muitos comentários e favoritos.

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Gustavo caminhou até o lado esquerdo da sala de reuniões onde ficava uma parede de vidro coberta por persianas. Elas estavam entreabertas e, de perto, Gustavo pôde ver todo o hall de entrada da Romero Produções onde a maior parte dos funcionários costumavam trabalhar. A empresa estava movimentada, mas, ao mesmo tempo, um clima de apreensão se notava no ar daquele andar. A posse das ações de Natália por Diogo deixava uma sensação de que, agora sim, a Romero Produções terminaria indo à bancarrota.

Entretanto, não havia maneira de que Gustavo colocasse sua atenção unicamente na rotina de trabalho dos funcionários, depois do que ele havia ouvido de Diogo. Ele jamais havia sido tão claro. É óbvio que ele também não havia sido tão sutil quanto Gustavo queria acreditar, já que nunca havia sabido da verdade, mas jamais havia colocado suas intenções tão claramente em palavras até aquele momento.

— O que você disse? — Gustavo disse quase sem coragem de voltar seu olhar para Diogo.

— O que você ouviu, Gustavo. — Diogo confessou-se. — Eu devo te confessar que sim, eu quis essas ações e quis dirigir esta empresa, mas tudo isso pelo meu objetivo primeiro.

— Como você conseguiu viver assim, Diogo? — Agora sim Gustavo recuperou sua capacidade e encarou Diogo de frente. — Sempre nas sombras, sem revelar suas verdadeiras intenções e sentimentos?

— E não é assim que a maioria das pessoas vivem? — Defendeu-se. — Eu não sou melhor ou pior que ninguém, Gustavo. Quase ninguém diz exatamente o que está pensando e, sobretudo, o que sente em todas as situações. Minha orientação sexual e meu... interesse por você eram meus únicos segredos. Quem não os têm?

— Isso não é verdade e essa maldita reunião é a maior prova disso. Você queria as ações, você queria o dinheiro, você queria o poder. Não era sobre sentimentos, era sobre ambições!

— E não é tudo a mesma coisa? Eu quis o controle das ações, eu quis a presidência, mas nada disso eu quis por acaso, Gustavo. Tudo o que eu queria, tudo o que eu desejava era ver o que eu vi há alguns segundos. Onde você o aprisionou?

— Do que você está falando? Por que diabos você gosta tanto de enigmas? — Gustavo estava irritado e desesperado para sair dali.

— A vida não é mais divertida assim? Eu estou falando da paixão, Gustavo! A fúria também é uma forma de paixão. E aquele homem que me socou, aqui nesta sala, cheio de fúria é o que eu quero em minha cama!

— Você está falando sério? — Indagou Gustavo perplexo. — Você realmente está falando sério!

— É claro que estou, por que não estaria? — Diogo contestou com naturalidade.

— Você realmente seria capaz de abrir mão de tudo, de todas as ações por uma única noite comigo?

— E você não acha que vale 53% das ações da Romero Produções? — Ele se aproximou dele e tentou acariciar o rosto de Gustavo com o dedo indicador, mas ele se afastou. — Mas sua reação, apesar de ter controlado toda aquela paixão foi bem melhor do que eu esperava. Pense. Reflita. Tome um tempo e depois me diga sua decisão. Mas quero que uma coisa fique bem clara!

Gustavo não respondeu. A perplexidade o impedia de reagir. Ficou apensas olhando tentando adivinhar até onde Diogo ia. E, claro, uma maneira de pegá-lo. Porque ele não poderia sair impune de tudo aquilo, mas talvez, despertar seu ódio não fosse o melhor caminho para provar suas culpas e fazê-lo terminar onde ele merecia.