1.1

244 31 8
                                    

- Posso te fazer uma pergunta?

- Depende da pergunta - arqueou a sobrancelha

- Não é nada pessoal é só uma curiosidade. - sorri.

- Ok Edwards pergunte, mas continue os exercícios.

- O que te trouxe a Carmel?

- Foi necessário, precisávamos de um lugar mais tranquilo. Aqui apesar de ser uma cidade turística é pequena e não tem a correria de cidade grande.

- Morava onde antes?

- São Francisco.

- E está gostando daqui?

- Pra ser sincera a 9 meses atrás quando vim pra cá eu não gostava, sentia falta da cidade grande, da minha correria de todos os dias e das minhas coisas.

- E o que te fez mudar de ideia?

- Pessoas - Sorriu mostrando todos os dentes.

- Se você não fosse casada eu diria que é uma pessoa específica.

- Você é muito curiosa Perrie.

- E você... - fiz uma pausa - Você me chamou de Perrie foi isso mesmo que ouvi?

- Esse é o seu nome não é? - fitou-me.

- É, mas você nunca tinha me chamado pelo primeiro nome. - ela me interrompeu.

- Ok, Edwards, não te chamo mais pelo primeiro nome se isso te incomoda - arqueou uma das sobrancelhas.

- Não incomoda, só achei estranho - encarei-a.

- Ok Edwards - sorriu - O que você dizia?

- Que você é muito misteriosa.

- E porque você me acha misteriosa?

- Não sei, seus olhos transmitem isso - Fitei-a - e isso aguça minha curiosidade.

- Eu não sou misteriosa - olhou-me e sorriu.

- Posso te fazer mais uma pergunta, é a última eu juro. - juntei minhas mãos e coloquei na frente da boca.

- Pergunte, mas não pare com os exercícios.

- Vocês tem filho?

- Tenho 3, um nasceu enquanto eu estudava está com 8 anos e os gêmeos com 4 anos .

- Sério? - perguntei incrédula. Ela gargalhou

- Não, eu não tenho filhos - olhou-me - você tinha que ver a a tua cara- mais
gargalhadas.

- Nossa eu estava acreditando mesmo de tão sério que falou. Você não tem cara de ser mãe.

- E pra ser mãe tem que ter cara? - ela franziu a testa.

- Não é nesse sentido que eu quis dizer. - Fiz uma pausa. - Você me entendeu. - Ela olhou o relógio. E eu esperando uma resposta.

- Terminamos por hoje. - ela disse

- Já? Mal começamos - Suspirei

- Você tagarelou o tempo todo - ela se aproximou - nem percebeu a hora passando.

- Só porque tava bom.

Ela sorriu e segurou na minha cintura, me olhou como nunca tinha olhado antes, senti a adrenalina percorrer por todo meu corpo, meu coração disparou e um frio se instalou no meu ventre, minha respiração alterou levemente, viajei dos teus olhos até os lábios. Ela é linda demais...

- Edwards você está se sentindo bem? - Sua voz grave me trouxe imediatamente de volta dos meus pensamentos.

- Estou, só fiquei um pouco tonta, mas já passou - respirei fundo

- Tem certeza? - Ela mantinha seus olhos fixos aos meus.

- É sério eu estou bem.

- Pode colocar as mãos nos meus ombros e impulsionar pra eu te tirar?

- Claro. - Coloquei as mãos nos ombros dela e impulsionei pra cima e no mesmo instante eu estava sentada na borda da piscina, e no outro ela estava sentada ao meu lado.

Ela se levantou e puxou a cadeira pra perto de mim, abaixou, enfiou os braço debaixo dos meus, me suspendeu e me sentou na cadeira. Ao chegarmos na cozinha encontramos com meus pais que tinha acabado de chegar do centro.

- Bom dia Thirlwall - meus pais cumprimentou

- Bom dia senhor e senhora Edwards.

- Eu e o Alexandre queremos te fazer um convite. Nossa filha está indo tão bem, que não sabemos como agradecer.

- Não precisa, esse é o meu trabalho e eu amo fazê-lo.

- Vou fazê-lo e não vamos aceitar um não como resposta.

- Vou tentar não decepcioná-los. Qual é o convite?

- Gostaríamos de convidar você e seu marido pra vir jantar conosco no sábado.

- Não sei se posso dar uma resposta agora, eu teria que conversar com vocês primeiro para não haver algum tipo de desconforto.

- Não vai haver desconforto , somos o tipo de família que só não aceitamos pessoas sem caráter, e uma pessoa boa como você eu acredito que seu marido também seja uma pessoa boa. - minha mãe deu uma piscadela.

- Senhor Edwards tem certeza, não sei se é uma boa idéia. - Ela estava
desconfortável. engoliu seco algumas vezes, mexia nos dedos. Era pouco tempo, mas eu já a conhecia em alguns pequenos detalhes.

- É uma ótima idéia, temos um sim? - Ela sorriu, meu Deus como ela é linda.

- Tudo bem, já que não tem outro jeito. - coçou a testa.

Minha mãe bateu palmas, ela sempre o fazia quando algo saia do jeito que ela queria.

Jade foi pro banheiro social e eu fui pro meu quarto com minha mãe.

O meu dia foi tranquilo, almoçamos fora e fomos a praia depois, a cidade cheia de turistas como todos os outros verões. Não ficamos muito tempo, mas deu pra distrair bastante, queria muito ter ficado pra ver o pôr sol... Jon e sua namorada se juntou a nós durante a noite, meu pai estava animado e fez o seu maravilhoso churrasco, conversamos e rimos bastante, foi uma noite agradável. Quando deitei em minha cama eu estava morta de cansada e feliz pelo dia maravilhoso junto da minha família, ao fechar meus olhos vários pensamentos e perguntas me impediram de dormir. Porque seria desconfortável a presença do marido de Jade aqui?

Pensei em tantas coisas, ele ser negro, mas ela sabe que não temos esse tipo de preconceito, talvez ele seja um drogado, ou daqueles caras cheios de tatuagens mal encarado ou os dois. Abri os olhos tentando afastar todos aqueles pensamentos, afinal faltavam 2 dias pra sabado e eu iria saber qual desconforto o marido dela poderia causar.

Meu quarto estava parcialmente escuro, a luz da lua entrava por uma fresta da cortina. Meu Deus eu precisava dormir, meu corpo pedia por isso, fechei meus olhos novamente e busquei por pensamentos aleatórios, alta do dólar, queda do dólar, coisas desse tipo que são tão chatos que acabam dando sono, mas seus olhos castanhos brilhantes vieram com tudo, não tive escapatória, seu olhar doce e ao mesmo tempo misterioso me inundou, senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem e aquele frio na barriga a dominar, senti uma súbita vontade de levantar pegar meu carro e percorrer as ruas estreitas de Carmel, mas eu não posso andar. INFERNO o que está acontecendo comigo? Cadê Jesy que nunca atende
a merda do celular quando eu preciso. Eu sinto tanto a falta daquela peste. Nos víamos praticamente todos os dias, as vezes eu acho que ela está me abandonando aos poucos por eu ser a maldita de uma inválida. As lágrimas vieram com força e eu as chorei em
silêncio, pelo menos pra alguma coisa elas prestaram: Eu adormeci.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Pq sera que a Jade ficou desconfortável com o pedido de jantar em em em? Teorias?

VOTEM E COMENTEM

Wake UpOnde histórias criam vida. Descubra agora