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Eu estava nas nuvens e eu poderia dizer que literalmente. Eu sorria por tudo, por nada, sozinha, e acho que até dormindo. Fazer amor com ela foi maravilhoso, os toques, os beijos, o momento, o lugar, nada poderia ter sido mais perfeito, eu poderia dizer que ela é um desses sonhos que se tornam realidade.

Questionei-me sobre o amor, se ele era aquele turbilhão de sentimentos atropelando todos os meus pensamentos, ou se era apenas a euforia de um dia lindo ou como uma brisa leve soprando as flores pela manhã.

Desde que Jade voltou da licença maternidade, Kelly só voltou pra me visitar, eu já me sentia perfeitamente segura pra levantar durante a madrugada caso precisasse sem a ajuda de ninguém, acabei pedindo minha mãe para dispensá-la, afinal não fazia muito sentido mante-la ali, lá fora com certeza tinha alguém que realmente precisava da ajuda daquele anjo. Depois de alguns dias ela veio me visitar, fiquei tão feliz com a presença dela, eu ainda não tinha falado com ninguém sobre mim e Jade e ela foi a primeira.

- Boa tarde Perrie - Eu estava no jardim da piscina quando ela chegou me cumprimentando, um beijo na testa e um abraço apertado.

- Boa tarde Kelly - retribui o beijo e o abraço - senti sua falta - sorri com a alma.

- Senti sua falta também, como está indo? - puxou uma cadeira e sentou ao meu lado.

- Bem, e estou prestes a aposentar de vez a cadeira de rodas.

- É mesmo, me conte mais? - cruzou as pernas.

- Jay disse que já estou pronta pro andador - falei sem parar de sorrir.

- Jay? - ela me encarou.

- Jade - senti minhas bochechas corarem.

- Quando Jade virou Jay? - enfiou as mãos entre meio as pernas perto dos joelhos.

- Alguns dias atrás.

- Estão namorando?

- Não sei, acho que sim, é complicado - torci os lábios

- Porque? - Ela me analisava.

- Ela ainda está com a esposa e tem a bebê - suspirei

- Como você se sente em relação a isso? - segurou uma das minhas mãos.

- Não sei explicar, a única coisa que eu sei é que a quero 24hs por dia, 7 dias por semana, 31 dias por mês. - suspirei algumas vezes lembrando dos nossos momentos juntas.

- E o que você tem a me dizer sobre isso?

- Eu não consigo parar de pensar e nem de desejá-la ao meu lado, gritar pro mundo inteiro que ela é minha e que eu amo mais que tudo. - fiz uma pausa. - Isso é o amor? - perguntei-a seria.

- Não posso dizer por você, o que você me diz? - levantou as sobrancelhas.

- É amor, e eu posso senti-lo em cada parte do meu corpo, correndo pelas minha veias, acelerando meu coração e paralisando meus pensamentos. - falei eufórica.

- Lembra quando falamos do amor? - Kelly tinha o olhar tão doce.

- Lembro de algumas coisas, você disse que o amor chega de mansinho, entra e faz morada e a gente nem percebe. - Um mini filme passou pelos meus pensamentos.

- E você disse que fugiria dele quando chegasse, ou estou enganada? - me olhou de soslaio.

- Não está enganada, você estava certa o tempo todo, eu não tive tempo de pensar e nem de ir a lugar nenhum - meus olhos marejaram, não por eu não querer sentir ou viver o amor, mas pelo amor ser o que é.

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