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Foram 10 dias contados nos dedos. Levantei cedo, abri a cortina e a manhã estava linda, e eu? Eu estava sorrindo atoa, passei pela cozinha e pedi Maria pra servir o meu café
na mesa do jardim. Ela me trouxe um copo de suco, pão com ricota, peito de peru e uma salada de frutas vermelhas, que mais tarde eu descobri que eram as preferidas de Jade. Ela chegou no horário de sempre.

- Bom dia - sentou ao meu lado.

- Bom dia, como você está?

- Bem. E você?

- Melhor agora - sorri

-Porque? - ela ergueu uma das sobrancelhas.

- Sério? - ela sorriu

- Quero ouvir você falando - apoiou os cotovelos na mesa e me encarou.

- Você está aqui e isso sempre faz o meu dia melhor - falei sem desviar meus olhos dela.

-Termina de comer pra gente começar. - Odeio quando ela faz isso, de uma conversa pula pra outra, se faz de indiferente.

- Não vou comer,  já estou satisfeita. - suspirei.

- Tem certeza? 

- Tenho. - dei de ombros.

- Posso? São minhas favoritas. - falou me olhando com um sorriso sínico.  

- Sério? 

- Seríssimo.

- Eu ia dizer que não porque você não está merecendo, mas como eu sou boazinha fique a vontade e faça um bom aproveito. 

- Obrigada - sorriu 

- Você não tá esquecendo de nada não? - Não aguentei, tive que perguntar.

- Eu já agradeci - levando uma colher cheia a boca.

- Não é disso que estou falando. - Apoiei as mãos na mesa.

- O que é então? - ergueu apenas um sobrancelha. 

- Não ganho um abraço, um beijo? 

- Hum, tá ficando exigente -  Me lançou um olhar sapeca.            
          
- Não é exigência, é saudades,  você não sentiu? - torci os lábios. 

- Não - respondeu sem me olhar.

- Sério isso ou você tá de sacanagem? - Cruzei os braços.  Ela me olhou. 

- É sério - Ela falou séria e mais uma colherada de salada de frutas na boca. - Isso tá tão gostoso,  tem certeza que não quer,  tá acabando. 

- Não, eu não quero - falei com um pouco de raiva, meus lábios formaram um bico e entristeci o olhar. 

- Não faz essa carinha - enfiando a última colherada com as frutas na boca. - Eu amo ver você bravinha.  

- Quer saber esquece, vamos começar essa merda logo. - falei brava, ela conseguiu me enfurecer.

- Ei - levou as mãos no meu rosto, as pontas dos seus dedos entrelaçaram no meu cabelo e seus olhos, "ah seus olhos", me fitaram apaixonados, estremeci por dentro, e pude sentir meu corpo derreter ao seu toque. - Eu senti muita, muita saudades - beijou meus lábios - eu não vim pra namorar, então vamos ao que nos interessa como você falou.
          
- Isso não se faz. 

- Para de reclamar que a hora tá passando - se levantou e foi andando em direção às barras - Não vai vir? - falou olhando pra trás.

-  Estou indo,  não tá vendo.

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