❝ felicitar ❞

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O Sol apareceu outra vez.

Tímido.

Brilhante.

O mesmo.

A questão peculiar veio de mim,

do fundo dos meus pensamentos,

nos quais, o sentimento de nostalgia é frágil,

plagiador.

Não é dor.

Devagar,

calmaria em meu interior.

Turbilhão de emoções

quando tenho de recomeçar.

A questão é perigosa,

causando aflição em meu peito cheio de flor.

Gosto de tulipas,

arredondadas e rígidas,

um tanto coloridas,

que precisam de amor.

O Sol apareceu outra vez,

e o perigo está iminente,

pulsando medo nas minhas veias verdes.

Eu queria ser menos confusão,

gerando assim,

talvez, menos ardor.

Ano Novo, disse a humanidade.

Explosões no céu negro,

e catástrofe dentro do peito.

Tenham fé, disseram outros,

tudo vai ser melhor esse ano.

Engano?

Tudo começou há tempos,

quando o brilho do sol era uma pessoa.

Uma vida.

A esperança.

O recomeço correto,

sem defeitos.

Arranque a raiz.

Deixe secar.

Chacoalhe e deixe o vento levar.

Não,

nem assim pode ascender.

Nem assim deve funcionar.

Arqueio a sobrancelha,

franzo a testa e contraio os lábios.

Tudo o que faria diferença,

é deixado de lado.

Olhos não servem para nada

quando os atos são coordenados.

O Sol apareceu outra vez.

Mais uma vez, na verdade.

Será que ele não cansa

de nos iluminar em vão?

Penso que deveria ser melhor,

esse aperto aqui, sabe?

Dentro do meu coração.

Mas ele só é incômodo,

um folgado qualquer

desfrutando da sala vazia,

tomando cerveja,

com os pés para cima,

sem inspiração.

Alegria.

Esperança.

Vista branco.

Sorria.

Peça por bonança.

Seja franco.

O Sol apareceu outra vez e,

com os olhos marejados,

desejei ser feliz,

sem escassez.

PÉTALAS SOLTASOnde histórias criam vida. Descubra agora