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Todo o barulho do meu emocional foi abafado dentro de mim quando senti a água natural e gelada engolir cada molécula do meu corpo. Mantive-me de olhos fechados até sentir que havia mergulhado longe o suficiente das minhas variantes, gostando da forma como a gravidade tornava tudo mais lento, leve, límpido.
A sensação paradoxal de estar flutuando como se eu pesasse nada e tudo, ao mesmo tempo, acelerando e acalmando o meu coração. Senti-me parte de algo inexplicável, incompreendido, imensurável. Só existia eu no mundo?
Ao abrir os olhos, sem estranhar que minhas lágrimas estivessem se confundindo com o líquido ao meu redor, avistei você.
Eu ergui a mão direita e você, a esquerda.
Eu pisquei e você continuou lá.
Eu abri a boca para falar e você, também.
Eu ri e você riu.
Nos abraçamos.
Você indicou a superfície e eu concordei.
Nadamos juntos até emergirmos sob o sol.
Sentados na beira da cachoeira, o frio começou a congelar nossas peles, com a brisa morna se transformando em vento frio. Sob as árvores suntuosas, as sombras eram como mantos imponentes sobre nós. O clima estava mudando, menos dentro de nós.
Em minutos, estávamos envoltos por um cobertor aconchegante, com você ao meu lado, segurando a surpresa que havia me prometido naquela manhã, antes de viajarmos sozinhos pela primeira vez.
Era uma torta de flores, porém, era como se eu tivesse ganhado um pedaço da natureza, um jardim espelhado. Dava para notar o nosso reflexo na gelatina incolor. Eu sorri, você sorriu, nos beijamos. Dava para notar a nossa intensidade no olhar, nos toques, no retrato translúcido e doce do nosso futuro.
— TORTA JARDIM ESPELHADO
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PÉTALAS SOLTAS
Poetry[❀ CONCLUÍDA] Chame de poesia, chame de poema, chame de conto ou chame do que for. A verdade é que as palavras estão vivas, crescentes e independentes. Palavras são a mais pura libertação da voz oculta. Alguns as chamam de salvação, outros, de expre...