Pássaro sem asa;
Agricultura sem lavras;
Órfão sem casa;
Poeta sem palavras.
Perdi as letras,
Me esqueci das falas,
Fiquei sem coerência,
Me afastei da gramática.
Não sei fazer rimas,
Minha língua é patética.
Os dedos roçam nas teclas,
Nas linhas, nas lágrimas.
Eu poderia amá-las, desejá-las,
Degustá-las?
Não há gosto na inércia, colegas,
Há apenas dor na alma,
Na batalha das sílabas
Embaralhadas.
Não conte meus versos em linhas,
Não há quatro/cinco em concordância.
Frases sem regras,
Poeta cheia de petulância?
Acredite, é de forma sincera,
Desencantei da normativa,
Renunciei da internalizada
E abdiquei da descritiva.
Briguei com a Língua Portuguesa,
Ela não sentiu minha falta,
Mandou-me jogar tudo na mesa:
Mágoa, trauma, minha pauta.
Ela, malandra, fez-me findar em palavras.
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PÉTALAS SOLTAS
Poetry[❀ CONCLUÍDA] Chame de poesia, chame de poema, chame de conto ou chame do que for. A verdade é que as palavras estão vivas, crescentes e independentes. Palavras são a mais pura libertação da voz oculta. Alguns as chamam de salvação, outros, de expre...
