Uma Nova Chance Para Amar ( LuCelo)

2°

*Marcelo*

  Sinto o meu corpo se despertar e sorrio ao lembrar do dia anterior, passo as mãos no rosto e ao sentir um vazio procuro Luisa ao meu lado ainda mantendo meus olhos fechados, não quero perder o sono, e é por isso que quando a encontro eu a envolvo em um abraço já beijando seu pescoço. Sorrio por ter ela em minha vida.

Porém, após algum tempo com ela em meus braços, começo a sentir falta da veracidade de sua real presença. Procuro o seu cheiro adocicado e não encontro, toco em seus cabelo e não sinto a maciez e a leveza características dele, toco em sua barriga e não encontro aquela saliência esperada.

- Luisa? - me ergo um pouco e abro os olhos sentindo o meu mundo desmoronar ao ver Débora deitada olhando pra mim com fúria nos olhos.

Deu ruim.

Muito ruim.

Continuo encarando Débora sem saber o que falar. Que vacilo em, garanhão?. Ouço minha consciência ironizar com a minha cara. Mas como eu ia saber que o paraíso era só um sonho e o inferno a minha verdadeira vida?. Ou melhor, como eu ia saber que aquilo iria acabar tão rápido?

- Eu deveria meter a mão nessa sua cara lavada! - Débora se ergue já bufando de ódio - como você pôde Marcelo? Me chamar pelo nome da sua ex!? - exclama irritada andando pelo quarto já que se levantou em um pulo. Se isso fosse um desenho animado daria para ver uma fumaça saindo dos ouvidos dela, mas infelizmente é a minha vida real mesmo.

- Do que você está falando Débora? Tá doida? Eu nunca te chamei de Luisa - falo levantando da cama tentando ir em direção ao banheiro sem ser esfolado por ela.

Não me agrado da mentira, mas é para o meu bem.

- sabe nem mentir, primeiro que eu não sou surda, e segundo que eu nem mencionei o nome de Luisa, se você realmente não tivesse falado não saberia que era dela que estávamos falando - ela praticamente grita impedindo minha passagem me fazendo pensar em como vou sair vivo daqui.

Sou grande demais para ligar para minha mãe?.

- e eu por acaso tive outra namorada além de vocês duas? Da licença, Débora, vamos nos atrasar hoje por causa desse seu ciúme doentio. Até coisa que não existe você está ouvindo -  digo empurrando ela levemente para o lado a deixando mais irritada do que já estava.

Odeio colocar as pessoas como loucas, mas nesse caso foi preciso.

- você está se encontrando com Luisa? - questiona como se fosse uma dúvida realmente latente - você não é doido, Marcelo! - fala em um tom de ameaça me fazendo parar e a encarar na mesma intensidade.

- eu não estou me encontrando com Luisa, Débora. Não sou esse tipo de homem, e pode deixar que se eu quiser ir atrás dela, eu termino com você antes - digo me virando a tempo de ver a cara de espanto dela.

Fecho a porta do banheiro e respiro fundo. Após muito tempo me encarando no espelho lavo o meu rosto com água fria.

Será que se eu tivesse me casado com Luisa, minha vida seria realmente daquele jeito? E se eu me casar com ela e... Esquece, isso nunca vai acontecer.

Eu tenho que esquecer isso, afinal, foi só um sonho. Ou será que isso aqui é um sonho? Não viaja, Marcelo. Aceite que dói menos, você sonhou que estava no céu e infelizmente acordou no inferno, simples assim, Nada nunca vai mudar.

[...]

   O clima tenso pairando no carro agora está insuportável. Débora está calada com uma carranca de dar medo e João é um garoto inteligente de mais para dizer alguma coisa. Ele sabe que algo aconteceu, se é que ele não ouviu a nossa briga hoje mais cedo. Nem café da manhã eu tomei, gastei o tempo todo pensando enquanto estava trancafiado dentro do banheiro, devo admitir que fiquei meio receioso em sair, mas eu não podia faltar sem nenhum motivo importante, Ruth iria querer saber o motivo da minha falta e eu não iria falar que não fui lecionar porque estava com medo da minha... Bem... Namorada? Noiva? Não sei, na verdade nunca pedi Débora em namoro, as coisas foram indo até eu não conseguir controlar mais, eu gostava, quer dizer, eu gosto dela, mas depois que eu reencontrei Luisa minha mente mudou, não sei explicar, talvez eu tenha que conversar com ela sobre esses assuntos pendentes. Eu quero ter certeza que só eu estou tão acabado emocionalmente.