Uma Nova Chance Para Amar ( LuCelo)

6°

*Marcelo*

Após pensar muito no que fazer, eu tomei uma decisão: vou ouvir Dona Glória e vou pisar no freio com relação ao meu relacionamento com Débora, e claro, vou conversar com Luisa sobre o meu pedido idiota sobre nós manter afastados.

Nem Débora vai conseguir me manter longe de Luisa, nem que seja só para ter uma amizade formal com ela.

Eu sei que não vai ser fácil, Débora vai relutar já que ela tem muitos ciúmes de Luisa, mas tenho que segurar as rédeas da situação. 

E em relação ao namoro de Luisa com Afonso, eu vou tentar pensar em algo, talvez Luisa já tenha me esquecido e se apaixonado por ele, mas sei que existe algum sentimento por mim dentro dela, nem que seja um amor fraternal, amor de amigos, o que me dói, mas é o melhor que posso conseguir com ela após romper o que estávamos recriando.

Aproveitei que precisava buscar João e fui direto da galeria para a cada de Luisa, Confesso que demorei um tempo na porta da casa dela, primeiramente pensando se o carro que eu vi foi realmente de Débora mas depois resolvi acreditar que não, afinal, o que ela estaria fazendo aqui?. Por isso foquei no que eu vou falar com Luisa, devo ser direto? Pedir para voltar atrás naquele meu pedido? Eu nunca fui bom com conversa, era sempre ela que começava as nossas conversas mais sérias, sempre tive dificuldade nisso.

Toco a campanhia e confesso que me surpreendi pela forma como ela me tratou, apesar que vê ela assim me fez lembrar do nosso passado, ela costumava ficar desse jeito quando eu tirava muitas fotos dela ou quando eu esbarrava nela sem querer quando estava pintando algum quadro, era tão lindo, é tão lindo, é maravilhoso ver que ela não mudou nada.

- não temos nada para falar sobre nossa "amizade" - diz fazendo aspas com os dedos. - você fez questão de desfazer o que tínhamos, que já era pouco, então... - joga na minha cara a verdade e eu suspiro em desânimo.

- eu errei, agi por impulso - confesso mas isso nem faz cócegas no humor péssimo dela - pensei só em como Débora estava fragilizada com os resultados dos exames, quando ela disse que eu estava afastado isso me deixou... Me deixou com uma sensação de culpa - explico e ela continua me ignorando. - você está me ignorando...- Murmuro ao perceber o óbvio. - eu não vou sair enquanto você não falar comigo. - digo e ela revira os olhos mostrando que está bastante atenta ao que estou dizendo.

- qual é o seu problema? - questiona me olhando e é inevitável para mim lembrar de uma parte do meu sonho. Quase sorrio por isso. - você mesmo me pediu para a gente se afastar, agora você quer voltar a ter uma amizade sem sentido comigo pra que? Pra Débora fazer da minha vida um inferno? - suas perguntas retóricas me fazem encarar ela com dúvida sobre o que está sendo tratado aqui.

- Débora disse alguma coisa a você? - questiono por ter interpretado isso em sua fala, ela me olha sem um pingo de paciência e se encosta no encosto da poltrona onde está sentada.

- Marcelo, acabou qualquer relação amigável que tínhamos, você jogou a última pá de cal que faltava para tudo morrer entre nós. - diz meio enfadonha me deixando atento.

Quando seus olhos cruzam com os meus eu relembro do que tínhamos no passado, das promessas e de tudo o que vivemos. Não consigo sair daqui tendo apenas palavras negativas como resposta.

- podemos tentar de novo e...- paro de falar quando ela solta sua famosa risadinha se deboche. - tô falando em relação a sermos amigo - explico mesmo que minha mente esteja insistindo para eu pensar de outro jeito.

- Marcelo, como eu posso dizer isso...- diz em em meio a uns risos forçados - Não existe mais "nós", existe eu e você, sem o "e" no meio, você entendeu ou eu posso escrever, você nunca foi muito bom para entender palavras tão complexas - ela fala sarcástica me deixando curioso, porque ela esta tão ácida?.