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                       oieeeeeee

Primeiramente feliz nataaaal......atrasado . Kkkkkk
E um feliz ano novo...adiantado.

É isso, boa leitura . bjssss

  *Marcelo*

   Três dias...
Três dias sem ela. Três dias perdido, sem dormir, sem comer, sem viver.

Três malditos dias vivendo a mercê dos meus piores pesadelos, dos meus piores medos. Ouvindo meus filhos chorarem por falta do leite e do aconchego materno. Ouvir João e Poliana engolindo o choro em seus respectivos quartos..... Ouvir mais um "eu sinto muito".

Se eu soubesse que aquele dia se tornaria o meu pior dia do ano, da minha vida, teria prendido ela em meus braços, não teria deixado ela sair daquele carro, e sumir sem aviso prévio, ser levada por uma mulher doentia que até então era só mais uma cidadã comum no mundo. Nós nunca conhecemos verdadeiramente uma pessoa. Nunca.

- senhor ? Está me ouvindo ?.

Desperto dos meus pensamentos e paro de balançar Luis em meus braços quando ouço o silêncio que o seu sono nos proporciona. Olho para o policial a minha frente e aceno com a cabeça, para ele prosseguir com o monólogo.

- encontramos um veículo que bate com as características do seu indo para uma área afastada, o senhor possui ou já compartilhou algum imóvel com a sequestradora por essa área ?- pergunta esperando que eu diga algo relevante.

- não. - respondo monossilábico e ele suspira com pesar. Aperto meu filho em meus braços quando sinto a mão pesada do policial apertar meu ombro em uma forma de consolo.

Talvez se eu tivesse saído mais cedo.... Se tivesse ido ficar com ela, agora estaríamos rindo de algo bobo ou brigando por alguma coisas aleatória. Mas confiei naquela mensagem. Mensagem essa que não foi enviada por ela.

Na mesma hora em que eu fiquei ciente do roubo do meu carro, eu liguei para a polícia e logo em seguida fui a clínica com o carro de minha mãe, quão grande não foi o meu desespero ao não encontrar Luisa me esperando. E pior ainda quando eu perguntei ao guarda da clínica se tinha visto ela, quase caí no chão quando eu mostrei sua foto e ele me contou que ela já tinha ido. Em um carro com as mesmas características do meu. Meu mundo começou a desabar a partir daí.

- vocês já tentaram rastrear o celular dela ?- ouço a voz de Iuri ao longe e me aproximo para ouvir a conversa dela com o policial.

- você acha mesmo que um sequestrador iria permanecer com o aparelho sabendo que o mesmo pode ser rastreado ?- sua voz de deboche não passa despercebido pelo meu amigo que se revolta, juntamente com Cláudia que quase ataca o homem com sua enorme bolsa, mas Durval consegue amparar a mulher antes dela ser possivelmente presa, novamente.

- Cláudia se controle, você está grávida sua louca!- Durval segura ela que começa a chorar.

- minha amiga está nas mãos daquela louca, drogada e vocês querem que eu tenha calma ?. Ela não pode me deixar, não posso arrumar uma nova madrinha para meu bebê tão em cima da hora - exclama exasperada, olho para Joana que revira os olhos inchados de tanto chorar e puxa ela para longe. Para o alívio de muitos.

- eu vou mandar minha equipe verificar o aparelho, mas acho difícil, ela teve todo o trabalho de arquitetar esse sequestro, até nos mínimos detalhes. Mas vamos ver se a sorte está do nosso lado.

Se afasta e eu torço para que sim.

- passa o rapazinho pra cá, vai descansar, a casa tá cheia de mulher, aposto que uma delas sabe cuidar de uma criança caso ela chore - Iure pega Luis e tenta me acalmar, mesmo com tantas pessoas na casa eu não consigo nem cogitar a ideia de ir dormir e deixar meus filhos aqui. Olho em direção a Helô e sorrio ao ver luna dormindo em seus braços, todos estão aqui, prestando condolências pelo acontecido.

- estou bem - digo e ouço meu amigo bufar contrariado - só estou me sentindo um lixo por ter sido tão trouxa em deixar Débora entrar na minha casa, ela armou aquela gravidez e todo aquele teatro só para roubar a chave reserva do carro. Só ela sabia onde eu guardava aquela chave, nem Luisa estava ciente disso, estou me odiando agora - suspiro e prendo o choro, não posso desabar agora, tenho que ser firme.

- não adianta se culpar, o que foi feito já foi feito, quem iria imaginar que Débora era uma psicopata formada ? Nem eu imaginei algo tão grande. Vai dormir Marcelo, é o melhor que você pode fazer - diz e se afasta me deixando sozinho, com os meus pensamentos perturbados.

Olho para o lado de fora e começo a rezar, para que ela esteja bem, e que tudo isso não torne o meu pior pesadelo, realidade.

                      *Luísa*

Três dias antes

- por favor, Débora. Me deixa ir - peço aos prantos enquanto ela continua com sua expressão fria ao dirigir o carro em alta velocidade. - por favor, não faz isso, não seja essa pessoa t..

- cala a boca !- me encolho quando ela grita exaltada - você não sabe de nada Luisa, não sabe a merda que eu tive que fazer para conquistar algo que você roubou de mim. Sua vadia, tudo isso é culpa sua, culpa sua!.

Choro em silêncio ao ver que estamos saindo da cidade, só queria ter coragem de tirar esse cinto e me jogar desse carro, mesmo tendo o risco de morrer no percurso, só não quero presenciar o que essa louca planejou pra mim.

- você não estaria aqui se estivesse se mantido dentro daquele inferno de escritório, vivendo aquela sua vida medíocre. Mas não, tinha que ressurgir das cinzas e estragar tudo.- começa a murmurar as palavras como uma louca - fiz tudo por ele, tudo. Mas ele preferiu você, é sempre você, sempre se trata de você.

- me mata logo droga, me joga daqui, termina logo com isso, esse martírio todo pra que ?, Pra que Débora ?- pergunto com medo do caminho em que ela está seguindo. Uma estrada de terra batida, quase um deserto.

- você acha mesmo que a morte é o suficiente pra você ?- grita de volta me fazendo estremecer - eu estou com a corda no pescoço Luisa, contrair dívidas altas demais para ser paga, tudo para me vingar de você e conquistar aquele idiota. Idiota !- volta a ditar as palavras de forma estranha. Procuro algo para me segurar quando ela entra em uma curva fechada, quase derrapando o carro em um precipício. Estamos subindo uma espécie de montanha.

- nunca imaginei que aqueles marginais da gangue do rato seriam tão fortes, estão me caçando feito galinha para o abate, mas eu não vou morrer assim, não vou mesmo.- engulo seco sem me atrever a perguntar mais alguma coisa. - eu fiz de tudo !- bate no volante se descontrolando novamente - tudo de ruim que lhe aconteceu, Luisa. Tudo! Foi obra minha, pense nos mínimos detalhes, nos mínimos detalhes que sejam, foi eu. Acredite, cada coisinha que deu errado, cada pessoa que cruzou o seu caminho de novidade, foi eu. Planejei cada coisa, meu plano era perfeito, tinha tudo em minhas mãos, já tinha conseguido entrar na vida de vocês novamente, inventar aquela gravidez foi algo insano que eu tive o prazer de arquitetar, mas aquele imbecil nem pra mim olhou, algo tinha mudado. Mas eu ainda o queria, queria muito mais.- me preocupo com seu estado mental ainda mais quando ela começa a gargalhar sozinha - mas o meu fim foi quando aquele inútil quase matou ele para me fazer pagar minhas dívidas, contratei para lhe matar e ele fez aquilo de propósito. Podiam me caçar até a morte, mas tentar matar o homem que eu amo? Não!. Nunca!.

- Débora, por favor. - volto a chorar quando ela estaciona o carro quase ultrapassando a parede do casebre acabado a nossa frente.

- sai do carro !- grita ao abrir a minha porta e me puxar com cinto e tudo, caio no chão e antes que eu me levante ela bate no meu rosto me derrubando novamente.- nada dessa vez vai dar errado, essas coisas idiotas e infantis que fiz não me ajudou em nada, eu sei. Mas dessa vez Luisa, se meu plano não der certo, levo você comigo para o inferno.- aperta meu rosto e levanta me levando junto a força. Meu corpo todo dói, mas nada se compara a dor de saber que eu posso nunca mais ver minha família.

Me encolho no canto da parede onde ela me jogou, e volto a chorar mais uma vez.

Vejo ela pegar um celular velho e discar algo nele, para logo em seguida o levar até a orelha.

- rato.- se vira em minha direção, me olhando de forma sombria. - Tenho uma proposta a lhe fazer. - sorri de forma diabólica e o meu coração falha algumas batidas.

É o meu fim.

Uma Nova Chance Para Amar ( LuCelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora