18°

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*Marcelo*

Conhecendo bem Luisa, obviamente eu levei a culpa por tudo que aconteceu sem nem ter o direito de me defender.

- aí que ódio. Que ódio!. Agora estou toda molhada - reclama pela milésima vez tentando inutilmente torcer a saia com a peça ainda no corpo.

- culpa sua que ficou me seduzindo - brinco claramente testando a morte.

- não começa - fala estridente soando Extremamente séria.

- vem, eu tenho roupas aqui no quarto de hóspedes - falo indo em direção ao quarto sendo seguido por ela que não para de reclamar sobre a sujeira que estamos fazendo.

Entro no quarto e abro o closet tirando minhas menores roupas e colocando na cama. Pego uma cueca ainda na embalagem e jogo pra ela que pega no ar.

- eu não vou usar isso - joga a peça na cama e cruza os braços igual uma criança birrenta.

- é nova - digo o óbvio vendo ela me olhar presunçosa.

- eu não vou usar cueca, Marcelo. - fala irritada me fazendo bufar.

- quer uma calcinha de dona Glória então? - Pergunto brincando e ela me olha desacreditada.

- Não. - nega abraçando o corpo por causa do frio.

- então fique com as roupas de baixo molhadas - digo saindo do quarto com minha muda de roupa em mãos a deixando sozinha e vermelha de vergonha.

- eu odeio você! - ouço ela gritar ao bater a porta com força.

Definitivamente estamos de volta a adolescência.

Vou ao banheiro social e tomo um banho quente o mais rápido possível. Já devidamente vestido volto para a cozinha ver se sobrou alguma parte boa da torta.

Suspiro desanimado quando abro o forno novamente e vejo ela toda queimada na travessa, sem chances.

Ouço passos atrás de mim e me viro reprimindo o riso assim que vejo Luisa engolida pelas minhas roupas.

É óbvio que eu fracassei miseravelmente na tentativa de prender a risada.

- te odeio - fala novamente da boca pra fora e abre a geladeira pegando uma caixa de leite.

Observo ela encher um copo e encarar a torta com raiva.

- vai beber leite? - pergunto o óbvio vendo ela sorri sarcástica. Fazer o que, sou péssimo para iniciar uma conversa.

- não. Vou deixar aqui em cima para ver se evapora - fala debochada e se senta no banco desanimada.

- doce como um limão. - resmungo pegando cereal no armário e me sentando ao seu lado, olho de canto para ela quando começo a encher uma tigela de leite pra mim.

Faço a mistura e começo a comer tentando não olhar para ela. Sou fraco. se eu olhar, vou rir.

- então...- tento puxar assunto, nem sei como estou conseguindo agir de forma tão solta, confesso que realmente dei umas lidas de cantadas na internet - somos amigos agora - digo mexendo o meu cereal - o que amigos fazem?- pergunto só para fazer ela falar.

- ficam calados quando o outro não quer conversar - recebo o fora ainda sem encarar ela e suspiro desanimado.

Desvio meu olhar em sua direção e começo a rir imaginando coisas.

- Lu?... - chamo segurando a risada - tá usando minha cueca, né?- pergunto e escondo meu rosto no balcão para rir.

- vai te lascar, Marcelo. - fala estressada. Me rendo pedindo desculpa e pego a caixa de ceral e viro a embalagem para encher a minha mão.

Uma Nova Chance Para Amar ( LuCelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora