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Juro que não queria deixar vocês nervosos..... Mentira.

Kkkkkkkk boa leituraaaaaa.

Os comentários me deram força para continuar. Obg gentee.


          *Luísa*

  Minhas lágrimas tem sido o meu alimento dia após dia. Mal tenho forças para ficar sentada nesse chão asqueroso. A dor que eu sinto em meu corpo, nem se compara a dor de estar longe dos meus bebês. Cinco dias sem o cheirinho deles, sem as brigas de João e Poliana, sem os beijos de Marcelo. Até das lambidas insistentes de feijão eu sinto falta.

Eu tinha tudo nas mãos.

- pronto - Débora sorri estranho para o celular remendado em suas mãos, o qual ela tinha jogado na parede a dois dias atrás. - eu não sou uma má pessoa, Luisa. - se aproxima ainda sorrindo. - vou lhe dar a chance de falar pela última vez com sua família.

Sinto minha garganta fechar ao entender as palavras pronunciadas por ela. Só de pensar em ouvir a voz deles eu choro de emoção.

Observo ela digitar algo no celular e o colocar na orelha, minutos depois eu ouço a voz de Marcelo ao longe e choro, sem conseguir controlar os soluços insistentes.

- o amor da sua vida está aqui. Não gaste sua saliva, Marcelo. Não se preocupe, eu sou quem mais quer resolver isso, vou lhe mandar o endereço, traga o batalhão que você quiser, só quero entrar em um acordo. Adios.

Entro em desespero quando ela desliga e ri da minha cara decepcionada. É isso?.

- deixa eu falar com ele, Débora. Por favor - imploro arranjando forças de onde não tenho enquanto observo ela escrever algo no celular.

- aí Luisa. Sabe, eu poderia matar você agora e esperar ansiosamente a chegada dele e olhar em seus olhos quando perderem as esperanças ao te ver moribunda. Mas isso seria morgado demais - se aproxima de mim e se abaixa em minha frente - porém é uma pena saber que eu não vou poder ver a cara de angustiado e desesperado dele ao saber que você está sendo consumida aqui dentro - fala me fazendo engolir em seco. O que ela quer dizer com isso .

- por que ?- arrisco a perguntar e ela se levanta.

- vou está muito ocupada me certificando em arrastar você comigo para o inferno - fala e se afasta indo em direção a salinha escura.

Volto a chorar e me deito no chão mais uma vez.

- por favor, Débora. Deixa eu falar com ele. - tento pedir novamente porém não sou respondida. - que acordo é esse ?- volto a perguntar e ao longe escuto a risada dela.

- você acha mesmo que tem acordo?. Quero que esse morra amargurado por não ter chego a tempo de lhe salvar. Só isso. - responde ainda lá dentro destroçando meu coração.

- não deixa ele achar que tem culpa, por favor - imploro e abro os olhos que a instantes tinha fechado.

Preferia ter permanecido do jeito que estava. Entro em desespero ao perceber qual é o seu plano. Começo a gritar desesperada e imploro para que ela não vá até o fim, mas só de olhar para o seu olhar frio o meu desespero me sucumbe.

- não faz isso, eu te imploro - peço em meio ao choro.

- nada vai me vingar do que fazer ele sofrer ao saber que você sofreu até o último suspiro. - diz rindo .

- por favor....

- cala a boca, Luisa !. Eu poderia lhe enterrar viva e dias depois vim desenterrar o seu cadáver, só para mostrar a ele quem está no comando, mas eu gosto da reação que isso vai dar. Vai nos dar o gostinho do inferno - volta a gargalhar de maneira macabra enquanto eu choro em silêncio.

Chega logo meu amor. Não vou suportar por muito tempo.

                          *Marcelo*

  Mal consigo escutar as pessoas em minha volta ou o som da velocidade do carro em que estamos, tamanho é o barulho do meu coração batendo freneticamente.

Eu sei que não tem porcaria de acordo nenhum. Ela está fora de si, além do mais, que acordo ela poderia querer fazer ? Eu por Luisa?. Obviamente que eu faria isso sem nem pestanejar, mas isso está muito fora dos padrões dela.

Apesar que eu sempre subestimei o caráter dessa mulher. Só de pensar que eu dormia na mesma cama que uma psicótica fico louco.

- meu senhor, que de tudo certo - ouço o choro de Joana e prendo o meu. Foi um trabalho duro até conseguir a permissão dos policiais para todos virem. Obviamente que tem dedo de Cláudia no meio dessa autorização, a mulher ficou maluca de uma hora pra outra.

Todos estamos com o coração na mão, sei que pensam na possibilidade de encontrar ela morta ou algo pior que isso. Torturada. Mas nada me vem a mente a não ser que ela está bem. Ela tem que está bem.

- vai dar, e no final de tudo isso ainda vamos bater uma feijoada daquelas para comemorar - Sérgio fala com a voz trêmula.

- eu falei que esse Maria mole era pra ter ficado com as crianças - Durval resmunga e eu volto a mergulhar em meus pensamentos ao invés de ouvir a discussão deles.

Como podem discutir sendo que Luisa pode está em perigo?.

Entramos em uma estrada de terra batida e em meio a curvas em alta velocidade chegamos ao casebre. Nem estaciono direito e saio do carro indo em direção aos policiais que já estão posicionados em frente a casa com um alto falante.

- não seria melhor eu ir tentar alguma coisa ?- pergunto temendo pela vida de Luisa. Não faz sentido ela permitir a presença da polícia e não exigir nada. E isso está deixando os policiais mais nervosos por acharem que é uma emboscada.

- não sabemos o que essa mulher quer meu senhor, temos que nos manter no protocolo, vá para trás por favor. Se mantenham a 100 metros da casa - fala alto para todos ouvirem, porém eu me nego a ir para trás. Até que Iure me pega pelo braço e me arrasta.

- relaxa cara, eles são profissionais. Te... Aí meu Deus.

Pelo canto do olho vejo um clarão. E do nada os gritos de horror e medo nos tomam junto com o calor que emana da casa.

O meu coração para no mesmo instante em que vejo Débora pela janela sendo consumida pelo resultado do seu próprio ódio.

Uma Nova Chance Para Amar ( LuCelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora