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                    *Marcelo*

      Amanhã faz quatro dias que eu decidi não insistir mais no plano de reconquistar a "amizade" de Luisa a pedido da própria.

Sou um covarde por isso? Talvez, mas o que eu posso fazer em relação a isso? Não posso insistir em algo que a outra pessoa não quer, na verdade ela quer, mas é cabeça dura em insistir que não, fazer o que?.

- está tudo bem, Marcelo? - ouço a voz de Débora me despertar e quase solto a xícara de chá de camomila que preparei para me fazer dormir.

- insônia...- digo curto e grosso mesmo sem querer, por isso logo a vejo franzir o cenho.

- se quiser eu posso fazer uma massagem em você - diz prestativa me deixando com uma sensação de culpa por ter sido grosso com ela.

- eu estou bem, só vou beber esse chá e já vou dormir - digo bebendo o chá enquanto sou observado por ela.

- então tá, eu vou dormir também, boa noite - diz voltando para o quarto me deixando sozinho na sala.

Resolvi ceder o meu quarto até ela encontrar um apartamento que segundo a mesma está complicado, por isso estou dormindo no sofá, ganhando em troca uma coluna arregaçada com direito a dores de cabeça pela posição horrível.

Coloco a xícara na pia e apago a luz indo me deitar no sofá já sentindo minha coluna estralar.

Em relação a Luisa, bom, se eu fiz a coisa certa, então por que estou me sentindo tão vazio?, Será mesmo que vou suportar viver assim pelo resto da minha vida? Nessa monotonia? .

Fecho os olhos e me forço a dormir mesmo sem vontade, sinto que amanhã algo vai mudar, não sei o quê, mas é como se eu tivesse pressentindo algo.

Dou graças aos céus assim que sinto os meus olhos pesarem pela chegada do sono, relaxo e me permito dormir esquecendo os problemas ao meu redor.

                                πππππ

Estou em um corredor iluminado cheio de portas enumeradas, olho ao redor e percebo se tratar de um hospital pelo cheiro e o frio típico desses lugares hospitalares.

Começo a andar e pelo fato de ser tudo tão real me dou conta que é um sonho parecido com aquele que eu tive a pouco tempo, ouço alguém me chamar e paro olhando para trás vendo minha mãe e meu suposto filho correndo em minha direção, já tinha esquecido do seu rostinho.

- papai, vovó jogou água no meu rosto!- sorrio ao perceber que até a voz é a mesma, pego ele no colo e o abraço com vontade, o que eu não daria para ter ele de verdade comigo todos os dias?.

- não comece, Luis! - dona Glória fala tentando ser autoritária mas acaba fracassando miseravelmente quando um sorriso escapa - por que está parado ai, meu filho? - olho pra ela sem entender do que se trata.

Penso no que falar mas como esse sonho é parecido com o outro decido tentar agir normalmente.

- eu estou tomando um ar - digo a primeira coisa que vem a mente fazendo ela me olhar duvidosa. Boa, Marcelo, agiu bem normal!.

- sei - diz me olhando questionadora - vai lá levar Luis para conhecer a irmãzinha, vou tomar um café - diz beijando meu rosto e vai embora.

Fico parado tentando raciocinar.

- vamos, papai, quero conhecer  a luninha, ela é bonita? - pergunta tocando no meu rosto me trazendo de volta para o mundo. Minha filha já nasceu ?.

Uma Nova Chance Para Amar ( LuCelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora