Uma Nova Chance Para Amar ( LuCelo)

20°

* Luisa *

Cheguei em casa furiosa, não pelo que aconteceu, mas por Afonso ter me seguido para me encher a cabeça. Porque quando a gente termina uma relação a outra pessoa não aceita?, Peguei Ranço de relacionamentos!.

Fiquei cinco minutos no escritório sabendo que a qualquer momento ele entraria lá para tentar me convencer do contrário, certo que ele teve motivos para ficar magoado, afinal eu não atendi as suas ligações e nem respondi suas mensagens até porque eu não estava com o celular, mas ele me conhece, eu contei minha história, ele sabe que eu detesto essas coisas de traição pelo trauma que eu sofri na adolescência, ele não tinha motivos para duvidar de mim.

Mais um ranço eterno para minha coleção.

- você não pode tomar uma decisão dessa de cabeça quente, Luisa! - ele entra fechando a porta. Ele está bem abatido, mas isso não voga em nada.

- não insiste, Afonso. - digo com a voz branda, não quero ser rude com ele, aprendi a ama-lo do meu jeito.

- por favor, Lu, eu não duvidei de você, apenas me irritei por você não ter atendido o celular por está com aquele cara! - se explica desesperado.

- eu não estava com o celular, Afonso, peguei ele depois - digo e percebo que preciso parar porque posso falar demais - isso não vem ao caso agora - enrolo cruzando os braços impaciente.

- eu te amo tanto, Luisa, não faz isso comigo - se aproxima pesaroso.

- o nosso relacionamento não vai ser o mesmo depois de hoje, Afonso - digo - a dúvida já foi plantada em você - encaro seus olhos tão amuados, sinceramente eu não imaginava a dimensão que era os sentimentos de Afonso por mim. - por causa disso tudo eu não vou poder falar um oi com Marcelo que você vai ficar achando coisas que não existem, e eu não quero um relacionamento assim - explico tocando em seu braço para tentar manter uma conversa calma.

- esquece o dia de hoje, Lu, vamos recomeçar - suspiro. Mais um ex com essa ideia de recomeçar, senhor.

- Afonso... - toco em seu rosto levemente por causa dos machucados - eu gosto muito de você - digo isso com a maior sinceridade que consigo - você foi o único que me fez sorrir verdadeiramente tantas vezes em um dia - sinto meus olhos embaçarem pelas lágrimas pela possibilidade de está jogando fora alguém que pode me fazer muito bem, mas não consigo parar esse rompimento. - você não imagina o quanto eu desejava que a gente tivesse se conhecido em um momento diferente, longe dessa bagunça toda, mas não dá mais, não quero que você fique tentando fingir que está tudo bem, não adianta voltarmos agora para lá na frente se separar mais machucados do que agora - explico e o abraço da minha maneira já que ele é muito alto pra mim. Ele retribui o contato por um tempo até afrouxar mais seu aperto esmagador para me olhar quebrantado.

- e poli? Como ela vai ficar quando souber? - diz com a voz embargada - eu lutei tanto pra te ter e agora tudo está indo pro ralo - fala misturando suas confusões.

- Poliana vai ter que saber lidar com isso - digo me dando conta que talvez ela sofra muito com nossa separação, até mais do que eu. Mesmo que tenha sido uma relação rápida, mas ela se apega demais as pessoas.

- me promete que não vai me tirar da vida de vocês?- pede suplicante - que vai me deixar cozinhar seus pratos preferidos e contar minhas piadas para te infernizar? - olho para ele emocionada, novamente aquele questionamento vem em minha mente: será que estou fazendo a coisa certa?.

- claro que sim, Alonso - digo fazendo ele rir pelo nome trocado de propósito - não quero te dar falsas esperanças, mas... quem sabe mais tarde algo aconteça e tudo isso se transforme apenas em uma lembrança ruim, e que eu apareça lá no açougue para ter um descontinho na carne como Joana fala - rimos mais aliviados e eu sorrio pelos bons momentos que passamos juntos.