Capítulo 3

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Pov. Alice

Estou a um passo de ficar louca. Todo o disseram ontem e as poucas horas do dia de hoje, estão falando do casamento, da festa, da decoração, dos convidados, da comida, do vestido, da roupa íntima, de novo sobre o vestido e dezenas de outras coisas.

O casamento civil será ao meio dia e o casamento religioso será as quatro da tarde. Termino de me vestir, estou usando vestido azul escuro com decote coração, que vai até o joelho e saltos não muito alto preto. Faço um coque alto, passo um lápis de olho, delineador e um pouco de brilho labial. Minha maquiagem é o mais natural possível, coloquei um colar de pérolas e uma pulseira de ouro branco, tudo presente de aniversário que ganhei do meu pai.

- "Oh papai, o senhor está lindo. Você também está deslumbrante mamãe."

- "Obrigada." - minha mãe agradece.

- "Você está linda, minha pequena. Quando foi que você cresceu e se transformou nessa mulher tão bela?" - meu pai me diz.

- "Papai, não exagere!"

- "É verdade Evan. Hoje é o grande dia de Aline. Ninguém pode superá-la. Nem sequer sua irmã." - minha mãe me fulmina com o olhar.

Qual é o problema?

- "Helena não diga isso, nossas filhas são lindas. As duas tem uma beleza única, pare de chatear Alice com os seus comentários fora de lugar e vai buscar a sua filha, senão chegaremos tarde." - ele diz.

- "Evan, as noivas sempre chegam tarde." - minha mãe rebate.

- "Mas não tão tarde." - meu pai reclama. Minha mãe nega com a cabeça mas sobras escadas para chamar a minha irmã. - "Pronta para o show?" - ele me pergunta.

- "Acho que sim. Tudo pela felicidade minha irmã e o descanso de sua carteira."

- "Uh, se você soubesse o quanto essa carteira sofreu você não zombaria dela..."

- "Só..." - não consigo terminar de falar, já que um grito nos tira desse momento de brincadeira.

- "Evan!" - minha mãe grita, suponho que deve está no quarto de Aline.

Meu pai sobe as escadas de dois em dois degraus, enquanto eu subo com muito cuidado, os malditos saltos não me permiten ir mais rápido.

Quando chegamos no quarto da minha irmã, encontramos o vestido de noiva em cima da cama mas ela não está em lugar nenhum.

- "Onde está Aline, Helena?" - meu pai pergunta irritado.

- "Não sei, quando cheguei aqui vi que ela não estava no quarto. Eu já procurei mas não encontrei..."

Algo chama a minha atenção. Justamente em cima do vestido há um pedaço de papel dobrado pela metade. Me aproximo dele, o pego e quando o abro, imediatamente reconheço a letra da minha irmã, leio o que está escrito e o ar abandona todo o meu corpo.

"Se estão lendo Isso é porque já estou muito longe. Não quero me casar com o idiota do William. Nunca o amei e nunca amarei. Estive todo esse tempo com ele por causa do seu dinheiro. Mas agora estou indo embora feliz, com o amor da minha vida, o homem que me faz sentir viva e quem eu amo.

Não me procurem porque não vão me encontrar, sinto muito por vocês Evan e Helena, mas não posso continuar nesse fim de mundo, eu não nasci para ser uma simples caipira, eu quero ser rainha e se eu continuasse nesse lugar eu nunca seria. O bom é que lhes resta a estúpida da Alice, tomara que lhes sirva pra alguma coisa.

Me despeço para sempre, a única Aline Hawley."

Oh, por Deus! O que Aline fez? O que ela fez?

Entrego a carta ao meu pai, ele pega duvidando mas quando começa a ler, ele fica notavelmente pálido, quando termina, a minha mãe tira a carta de sua mão, lê e quando termina, me olha com ódio.

E agora o que eu fiz?

- "Foi ideia sua?" - ela perguntou.

- "O que?"

- "Isso deve ter sido ideia sua, Aline jamais faria algo assim." - ela diz.

- "Helena, por favor. Alice não teve nada a ver com isso. Você não pode culpá-la. A única culpada é Aline." - meu pai fez uma pausa. - "E a outra culpada é você!" - ele diz.

- "Eu? Porque?"

- "Você nunca soube criá-la, vivia mimando ela. Quando eu dizia que não, você dizia que sim e me tirava toda a autoridade. Merda! Como vou explicar isso para o senhor Lawford?" - ele diz e eu posso ver o medo em seus olhos.

- "Não sei mas se demorarmos mais, com certeza ele mesmo vai vir aqui para saber o porquê da demora." - minha mãe diz.

Vejo o meu pai ficar mais pálido do que antes, ele está suando e eu sei que ele não está bem.

- "Papai, você está bem?"

- "Sim pequena." - ele diz mas justo nesse momento, ele cambaleia e se eu não tivesse reagido a tempo, ele cairia no chão e poderia ter batido a cabeça. Deus como pesa, com muito cuidado acomodamos ele no chao.

- "Papai, papai...por favor...reage. Respira por favor..."

Escuro alguém batendo na porta e minha mãe vai até lá para abrir a porta, tomara que seja o médico, já que ele disse que viria nos buscar.

- "Papai não te ocorra em me deixar sozinha... Eu te imploro...não faça isso comigo." - eu digo e sinto as lágrimas descer pela minha bochecha. Deixo a sua cabeça um momento no chão, enquanto busco uma almofada. Coloco a sua cabeça em cima da almofada. - "Papai por favor reage. Eu te amo tanto e eu não sei o que faria sem você." - escuro passos vindo em nossa direção e vejo o doutor entrar.

Olho a cena. Me levanto e sinto as minhas pernas moles, como gelatina.

Escuto mais passos se aproximando, vejo a minha mãe entrando e logo atrás dela entra um homem bonito. Com cabelos castanhos, olhos acinzentados, com um corpo de Deus grego. Esta vestido com um terno branco, camisa branca e uma gravata branca, todo de branco, parece um anjo. Quem é ele? Quando vejo a sua mão, vejo um anel igual o da minha irmã e aí, é que eu me dou conta. Esse homem é o senhor Lawford.

Mas que merda!

Livro 1: Olhares de Amor (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora