Capítulo 28

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Pov. Alice

Me dói tudo. Nunca pensei que o sexo fosso tão prazeroso e delicioso mas ao mesmo tempo tão esgotador e para a primeira vez; como eu, doloroso. Continuo com a camisa de William e sem calcinha. Não sei aonde foi parar depois da minha iniciação no sexo.

A lareira faz com que a cabana fique aquecida e não sinto frio, na verdade eu preciso sair e encontrar algumas ervas para temperar a comida. Talvez algumas folhas de manjericão ou alguma outra erva que faça com que a comida fique muito mais gostosa. O ruim é que eu não sei como dizer para William. Não está chovendo mas pela pequena janela na sala dá para ver que ainda está nublado e muito cinza.

- "No que você está pensando?" - ele pergunta.

- "Que estou precisando de algo."

- "Que coisa?" - ele pergunta e eu suspiro.

- "Posso sair para pegar algumas ervas?" - eu olho para ele e ele me olha.

- "Não acho que seja uma boa ideia."

- "Eu vou aqui perto, no máximo dez metros da cabana. Por favor. Aliás você tá!bem precisa ir alimentar os cavalos."

- "Você vai assim?" - ele indica a camisa.

- "Não, vou colocar a jardineira e a sapatilha."

- "Você não vai se dar por vencida, mesmo que eu diga não umas mil vezes, não é?" - eu assinto com a cabeça e ele suspira. - "Está bem. Mas fique aonde eu possa te ver." - eu me lanço em seus braços e o beijo. Ele corresponde e me pega pela cintura.

- "Obrigada. Vou me vestir e vou antes que volte a chover de novo." - eu digo enquanto vou buscar a minha roupa. 2 minutos depois estou pronta.

Saio da cabana e o ar gelado percorre a minha pele, eu fico toda arrepiada nesse mesmo instante. Rapidamente começo a procurar algumas ervas, consegui encontrar manjericão, tomilho, alfavaca, consegui encontrar canela e também menta. Não posso acreditar que encontrei tudo isso assim tão fácil, não sei se foi por sorte ou é porque nesse bosque tem de tudo.

Quando acho que já peguei o suficiente começo a caminhar, mas de repente um trovão me assusta. Fico um pouco desorientada e sem me dar conta acabo caindo em uma poça de barro mas não solto as coisas que seguro em minhas mãos.

Com cuidado, eu me levanto mas quando tento dar um passo solto um grito de dor. Escuto a porta se abrir e por ela sai William. Ele se aproxima de mim e sem dizer nada ele me pega no colo sem se importar de ficar sujo de barro.

Entramos na cabana e ele me coloca em uma cadeira. Deixo tudo o que trazia na mesa enquanto ele revisa o meu pé. Massageia a parte que está doendo e quando ele move o meu pé, eu solto um grito. Isso doeu e muito.

- "Por isso eu não gosto da ideia de que façam o que querem. Olha o que te aconteceu, por Deus. Você é tão tonta." - ele diz irritado mas não me olha. Ele tenta tocar no meu pé mas eu não deixo, mesmo que isso me doa.

- "Você não pode me tratar assim!"

- "Se você não fosse tão tonta não teria machucado o seu pé, já que você não teria caído."

- "Idiota, eu não cai por ser tonta. Um trovão me assustou. Você sabe que odeio as tempestades, acima de tudo os trovões." - digo irritada.

- "Não me chame de idiota. Não me falte com respeito." - ele grunhiu.

- "Posso saber o que eu te fiz para você estar tão irritado comigo?"

- "Nada." - ele me diz com o cenho franzido.

- "Isso é mentira. O que está acontecendo?" - digo com os braços cruzados.

- "Maldita seja." - ele bate na mesa e me assusta. - "O que está acontecendo? Eu quero fazer amor com você mas não tenho a porra de uma camisinha. Não quero te deixar grávida tão cedo. Não quero ser pai por causa do calor de um momento." - ele diz com os dentes cerrados.

- "É por isso que você está de mal humor?" - eu digo negando com a cabeça.

- "Sim. Você é muito viciante. Não posso ficar sem você desde que tirei sua virgindade. Como você não se dá conta? Você me deixa louco. Não sei como se chama isso que está acontecendo comigo, mas quero estar com você o tempo todo. Te quero nua na minha cama, suada, ofegante em baixo de mim. Quero sentir o seu corpo. Quero estar com você  no bom e no não momento, quando você está rindo ou chorando. Eu não entendo como você entrou no meu coração e não encontro a forma de te tirar daqui."

- "Do que você está falando? A princípio você me odiava, queria se vingar de mim por causa do que Aline te fez. O que te fez mudar?" - eu não entendo o que está acontecendo.

- "Você. Sua inocência, seu jeito carinhoso, tudo em você." - ele se aproxima de mim e eu fico tensa. Ele se dá conta e com cuidado ele acaricia a minha bochecha. - "Eu gosto de você e não tenho ideia de como isso aconteceu tão rápido. Quando você foi buscar essas ervas, eu me senti sozinho, não gosto de me sentir assim. Eu nunca gostei da solidão." - ele me olha com seus olhos penetrantes e eu me derreto nesse instante.

- "William, eu não te deixarei sozinho, nunca, só se você me pedir para ir embora." - eu digo.

- "Isso jamais. Eu nunca irei te tirar da minha vida. Não posso, quando você não está comigo é como se algo me faltasse, algo importante."

- "Eu não pensei que você fosse romântico. Pensei que você era um selvagem."

- "Você me domesticou. Eu gosto de ser romântico com você. Eu gosto de te ver sorrir." - eu sorrio. - "Vem, me deixe cuidar desse pé ou senão pode acabar piorando. E me desculpe por me comportar como um idiota agora a pouco."

- "Não se preocupe. Mesmo você não acreditando, eu te compreendo." - com cuidado, ele começa a cuidar do meu pé e encaixa o meu tornozelo. Quando ele termina a sua tarefa, ele dá um beijo no local e deixa no chão.

Depois de um banho rápido com água morna e fazer o nosso jantar, comemos tranquilamente e conversando sobre as coisas que William gosta. Me surpreende o fato dele querer arrumar o atelier para mim, eu achei fofo de sua parte.

Depois de lavar os pratos, nos acomodamos na colcha que usamos como cama em frente a lareira. Antes de se deitar, William coloca mais lenha na lareira para que não se apague. Entrelaçamos nossas mãos e nos acomodamos.

- "Eu gosto de estar assim com você, Alice."

- "Eu também...Você deu de comer para os cavalos?" - eu pergunto bocejando.

- "Sim, eu já coloquei.

É melhor ficarmos assim, adoro sentir o seu corpo perto do meu. Você é tão quente e tão suave." - ele diz enquanto me dá beijo casto.

- "Mmm." - eu ronrono.

- "Você está cansada, não é? Eu abusei muito de você?"

- "Mmm..."

- "Bom, então vamos dormir pequena. Embora você já esteja quase dormindo." - eu assinto e me acomodo mais nele.

Me sinto segura com ele, seus braços são o meu melhor esconderijo e também o meu melhor escudo. Sei que eu estava me apaixonando por ele, mas não sabia que seria tão rápido.

Seja como for, estou apaixonada por William e isso eu já não posso evitar.

Livro 1: Olhares de Amor (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora