Capítulo 22

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Pov. Alice

Sinto umas grandes mãos em minha cintura, com umas pernas grossas e com um pouco de pelo, enroladas nas minhas. Um golpe de ar lento no meu pescoço que não sei porque motivo me deixa toda arrepiada.

Abro os olhos lentamente tentando me acostumar com os raios de sol entrando pela janela. Olhei para cima e me surpreendo ao ver que William está tranquilamente adormecido. Ele parece tão relaxado, seus lábios desenhados estão entreabertos enquanto o ar entra e sai do seu corpo. Como cheguei aqui?

Os neurônios começam a fazer o seu trabalho e chegam as lembranças da minha noite, meus medos noturnos provocados por horríveis pesadelos, mas quando durmo com William não tenho esses tipos de sonhos. Porque será?

Tento sair dos seus braços, mas seu aperto se intensifica, ele me puxa mais para ele. A parte de cima do meu pijama sobe deixando que a minha pele e a sua pele entrem em contato.

É uma sensação nova, estranha e não é ruim. Seu abdômen fica colado em meu ventre e sinto o seu abdômen subir e descer, faz com que eu sinta com perfeição os seus músculos bem tonificados.

Sinto que algo duro começa a ganhar vida e me ruborizo ao saber exatamente o que é. O que eu faço?

Com cuidado deslizar o meu corpo para baixo. Quando a sua ereção fica em meu ventre, sinto um suspiro deixar os meus lábios. Tomara que seja só impressão minha, mas por Deus, como é grande.

Cada vez que vou abaixando, minha camisa vai subindo, quando chego em baixo, os meus seios ficam do lado de fora, desço a minha camisa rapidamente e corro para o meu quarto.

Entro no meu quarto e solto o ar que eu estou contendo, procuro uma roupa para vestir, uma toalha e entro no banheiro.

Meu corpo arde, minha respiração é irregular e meu coração bate desenfreado. Como um simples contato do seu corpo, deixa o meu louco?

Abro o chuveiro e deixo a água fria descer sob a minha pele, quando acho que estou bem, eu saio da ducha e me visto. Escolho uma jardineira jeans, um top rosa que mostra o meu umbigo, mas com a jardineira não dá para ver, coloco uma sapatilha branca que olhando melhor pra elas, vejo que estão sujas, descobri que eu gosto mais de usar sapatilhas para montar porque é muito mais confortável. Sei que posso parecer infantil, mas eu gosto de andar confortável.

Desci para a cozinha e encontro Lara brigando com Edward.

- "Você pode ser o braço direito do patrão, mas quem manda nessa cozinha sou eu. Então mexa o seu traseiro, para longe de mim e vai tomar banho porque você está fedendo." - Lara diz.

- "Mas, o que eu fiz além de estar belo para você?" - Edward diz com um sorriso.

- "Não me venha com estupidez, você é o homem mais mulherengo do país inteiro e eu não quero ser mais uma na sua lista. Ou você se coloca no seu lugar e passamos a ter um relacionamento sério, ou você vai com as outras e me deixa em paz." - ela diz colocando as mãos nos quadris.

Esses dois têm algo? Desde quando?

- "Querida, não vai por esse caminho. Você e eu estamos bem assim, sem compromissos. O que te fez mudar de opinião?"

- "Você só me procura para sexo. Quando preciso de você, você nunca está. Você é como todos os homens quando tem o que quer de nós, se esquecem que somos pessoas e que temos sentimentos." - ela diz.

Pela sua postura, sei que isso dói.

- "Isso não é verdade. Se você fosse como as outras, jamais haveria uma segunda ou terceira vez." - ele diz.

Idiota, isso não se diz!

- "Quer saber de uma coisa? Eu me cansei. Saia da minha cozinha, antes que eu enterre essa faca no seu lugar favorito!" - ela diz irritada. Está na hora de intervir.

- "Bom dia." - digo entrando na cozinha.

Genial Alice, você ganhou o grande prêmio. Bom dia? O que tem de bom para Lara? - diz o meu subconsciente, e eu o fulmino com os olhos.

- "E o que tem de bom?" - Lara me devolve e Edward balança a cabeça.

- "Eu tenho que ir, o patrão me encarregou de algumas coisas e se eu não fizer, ele me mata." - ele diz e sai da cozinha.

- "Tomara que mate para que ele sofra com vontade, para eu saber que não será de mais nenhuma." - ela diz em um sussurro.

- "Eu nunca teria imaginado." - eu digo.

- "Imaginava o que?" - ela pergunta.

- "Que você e Edward tinham algo." - ela suspira.

- "Você mesmo disse, nós não tínhamos algo sem nome ou sobrenome." - ela diz.

- "Por quanto tempo vocês ficavam?"

- "Há 4 anos." - eu arregalei os olhos surpresa.

- "Não acha que você demorou muito para colocar os pingos nos is?"

- "Eu sei, o problema é que eu o amo e muito. O pior é que a gente não manda no coração." - me aproximo dela e a abraço.

- "Se anime, você verá que logo ele vai se decidir."

- "Tomara. Eu não quero sofrer mais." - nós nos separamos e vejo que ela procura algo no bolso do seu avental. - "Eu encontrei isso." - ela diz e me mostra o colar que meu pai me deu no dia do casamento.

- "Onde você encontrou?"

- "Estava na sala, depois de mover vários móveis. Ainda resta arrastar alguns móveis, por isso eu não perdi as esperanças de encontrar o outro." - Lara diz com um sorriso.

- "Tomara. Você tem frutas e biscoitos de aveia?"

- "Claro, desde que você disse que você gostou dos meus biscoitos, todos os dias eu faço. Os de hoje são de aveia, amêndoas e noz. De frutas, temos maçã, laranja, kiwi e graviola. Qual você quer?"

- "Um pouco de cada."

- "Parece que alguém acordou com fome." - ela diz, mas antes que eu respinda, chega William.

- "Sim e isso é normal, sempre tenho muita fome. Lara bom dia, quero uma porção de ovos com bacon, torradas e um café forte." - ele diz. Lara e eu nos olhamos e sorrimos.

- "Já está saindo, patrão."

[...]

Depois de 30 minutos, pronta e de barriga cheia, saio em direção a biblioteca, mas William me detém.

- "Tenho uma surpresa pra você." - ele diz.

- "É sério? E o que é?"

- "Se eu te disser, vai deixar de ser uma surpresa." - William para de andar e olha para o meu pescoço. - "Vejo que apareceu."

- "Sim, mas somente um." - eu fiz uma careta.

- "O outro também vai aparecer, eu sei. Venha." - ele pega a minha mão e me leva para a entrada da casa.

- "Aqui, não tem nada."

- "Espero que você goste." - ele olha para frente e eu sigo o seu olhar, não posso acreditar no que eu vejo.

Um cavalo.

Um lindo cavalo branco.

Meu coração bate acelerado, sinto como se ele fosse sair do meu peito.

- "É sério que é pra mim?"

- "Sim, espero que você tenha gostado." - eu assinto com a cabeça.

Não posso acreditar. Amei o meu presente. Sorrio como uma menina boba, um dos meus sonhos se tornou realidade. Alguma vez eu falei sobre esse sonho para ele? Bom, agora não importa, o bom é que ele fez. Eu o amo. Mas, a quem? O meu presente ou William? Ou os dois?

Livro 1: Olhares de Amor (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora