Capítulo 8

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Pov. William

Sinto a cama frio, como se algo faltasse. O sol começava a bater no meu rosto. Não quero acordar, minha cabeça dói por causa da quantidade de álcool que bebi. Passam vários minutos e me desespero. Franzi o cenho ao me dar conta que não estou no meu quarto. Mas aonde estou? Quando me levanto, fico tonto e volto a cair na cama.

Maldita ressaca, como as odeio!

Enterro a minha cabeça no que se pode chamar de cobertas e há um perfume que chama a minha atenção. Não é o típico perfume de Aline. Ela sempre cheirava a flores silvestres mas esse é mais doce, é como cheiro de maçã, não tenho tanta certeza. Também tem outro cheiro, esse cheiro é único que ao se misturar com o de maçã, criam algo embriagador, vicioso e relaxante.

Vou para o meu quarto para trocar de roupa, mas antes de tudo tomo um bom banho, dá para sentir o cheiro de álcool em mim há 30 metros de distância. Entro embaixo do chuveiro e deixo que a água leve tudo. Começo lavando o meu cabelo, desço pelo meu pescoço e sinto algo esquisito. Olho para a minha mão e vejo a aliança de casamento.

Merda! Alice não estava na cama. E se ela fugiu como sua irmã? E se me abandonou? Duas mulheres com o mesmo sangue me abandonam em poucas horas de diferença. Isso jamais, vou encontrá-la não importa o que eu tenha que fazer. Afinal ela é minha esposa.

Saio do chuveiro, me seco e me visto em menos de 10 minutos. Tenho que falar com Edward, ele deve saber que Alice pode a dar pela fazenda, menos fora dela. Se eu não posso cobrar de tua irmã o que ela me fez, eu cobrarei dela.

Desço as escadas e quando vou saindo, escuto vozes vindo da cozinha. Chego e me dou conta que Lara está conversando com Alice. Então ela não foi embora. Suspiro aliviado mas ainda assim não a deixarei tranquila, até que ela pague o que a sua irmã me fez.

- "Fico feliz que você tenha se casado com ele e não a víbora, a harpia e megera que era essa Aline." - ela grunhiu. Estou tão de acordo com ela, Aline é o mal personificado em uma bela mulher.

- "Eu não estaria tão certa. Ele ainda a ama..." - ela diz. Alice ainda está usando o vestido de noiva, seu cabelo está bagunçado mas ainda assim ela está bonita.

Nego com a cabeça interrompendo o meu cérebro. Amar Aline? Jamais, depois do que essa diaba fez, isso nunca!

- "As vezes as pessoas confunde sexo com amor." - eu assenti com a cabeça. - "Eu sempre acreditei que o patrão está assim...por causa do seu corpo e por nada mais." - devo admitir que passei muito bem enquanto explorava as suas curvas. - "Mas eu acho que você é a indicada para ele, embora você esteja um pouco magra." - ela reprova.

- "Você está falando como o meu pai." - ela sorri. Porque ela não sorri pra mim dessa forma? Devido entrar para ver o que fazem.

- "Bom dia." - eu digo. Lara me cumprimenta com um movimento de cabeça enquanto Alice não diz nada.

- "Patrão, o que deseja para o café?"

- "O mesmo que a minha esposa." - eu digo a Alice, ela me fulmina com o olhar. O que foi que eu fiz?

- "Só um minuto." - ela diz e começa a preparar o meu café, mas Alice continua me ignorando.

- "Lara, onde posso encontrar um tal de Edward?" - ela pergunta e eu me surpreendo. O que ela quer com Edward?

- "Eu suponho que ele esteja nos estábulos." - Alice olha pra ela como se estivesse perguntando. Como chego lá? - "Oh, é claro é o seu primeiro dia. Você caminha direto até encontrar uma laranjeira, depois você vira a sua direita até você vai encontrar o galinheiro, depois você caminha direto por uns 3 minutos e aí você encontrar os estábulos." - sorrio ao ver a cara de Alice. Ela está surpresa.

- "É maior do que eu pensei." - ela diz.

- "Você se surpreendenderia ao ver o quão grande é." - Lara responde.

- "Bom, acho que é melhor começar desde já se eu quero chegar antes de anoitecer." - Lara ri, mas logo se detém e franze o cenho.

- "Vestida assim?" - Lara indica o vestido.

- "Não tenho outra coisa." - ela diz.

- "No quarto da víbora tem muitas roupas, talvez você encontre algo que sirva em você." - ela sugere.

- "Não sei, o gosto da minha irmã são muito finos em comparação ao meu. Mas verei o que posso fazer. Você poderia me acompanhar? A casa é muito grande e ainda não estou familiarizada com ela." - Lara serve o meu café da manhã.

- "Claro. Mas eu não posso demorar muito, tenho muita coisa para cozinhar." - ela diz..

- "Se você não se importar, eu poderia te ajudar." - Alice oferece.

Isso jamais querida. A única pessoa que confio para fazer a minha comida é Lara e mais ninguém.

- "Claro que não." - eu digo. Isso soou pior do que eu tinha pensado.

- "Porque?" - ela pergunta.

- "Porque não confio em você. Só em Lara."

- "O que você pensa que eu poderia fazer?" - Alice pergunta irritada.

- "Não sei, talvez me matar." - digo, ela abre muito os olhos e Lara deixa o prato cair no chão.

- "Você realmente está louco... doente...Como você pode pensar isso de mim?" - ela pergunta indignada.

- "Porque você é a irmã de Aline e ela não era a mulher que eu pensava. E em suas veias corre o mesmo sangue que o dela. Por isso, o que importa se você desfaz do marido milionário e fica com toda sua fortuna? É assim como as mulheres pensam." - eu respondo calmamente.

- "Você é um estúpido e um idiota Lawford. Mas o que eu podia esperar do senhor *eu me caso sim ou sim, não penso ser motivo de risada no povoado*. É melhor eu saí daqui." - ela se levanta e sai da cozinha. Eu a sigo e quando a tenho a uns centímetros, a pego pelo braço e a encurralo contra a parede.

- "Escuta aqui garota, vou deixar as coisas bem claras aqui. Em primeiro lugar, eu não sou um imbecil e muito menos um idiota, por isso me respeita. Em segundo você vai me chamar de senhor, patrão ou senhor Lawford. E em terceiro, você é minha esposa e como tal você deve estar aqui, por isso você está proibida sair e por último e mais importante, eu não confio em você e muito menos suporto mulheres desrespeitosas. Então você muda e se acostuma com a minha vida, ou você muda e se acostuma com a minha vida. Não tem opção." - eu grunhi.

Sinto como ela tenta se soltar do meu agarre mas eu aperto mais o seu braço. Estou irritado pelo o que aconteceu na cozinha que não me dou conta que estou a machucando.

- "Por favor...me solta...você está...me machucando." - ela diz em um sussurro. Ela tem a vista cravada no chão e vejo duas lágrimas descer por sua bochecha. Merda!

- "Alice...eu..." - o que eu faço? Eu a solto.

- "Está bem senhor Lawford. Você já deixou as coisas muito claras. Não se preocupe, eu não serei um estorvo em sua vida e nem em seu caminho. Com licença." - ela diz com a voz quebrada e olhando para o chão.

Ela se dá volta, se vai e me deixa sozinho no corredor. Vejo como parece derrotada, assustada e o pior de tudo, machucada por minha culpa.

Porque quando a machuco, dói mais em mim do que nela? O que faço? Vou atrás dela ou não?

Livro 1: Olhares de Amor (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora