Capítulo 24

4.4K 331 4
                                    

Pov. Alice

O percurso começa com a apresentação da horta. É gigante e o melhor de tudo é que existe caminhos onde os cavalos podem passar sem nenhum problema.

Durante o trajeto, pegamos algumas maçãs, peras e laranjas. Além de alguns limões que me dizem "Se me colocar um pouquinho de sal, você vai se apaixonar por mim", pego vários e o guardo em uma mochila que me ocorreu de trazer.

Depois passamos pelas hortaliças, é como o mesmo que árvores, com caminhos amplos. Sei que Lara colocou muitas coisas na cesta. Mas não sei porque tenho essa sensação de levar mais comida do que o normal, era como se algo me dissesse que vou precisar.

William para e desce de Conde, eu faço o mesmo. Eu o sigo e quando ele se vira se surpreende que tenha o seguido.

- "Quanta comida você ainda vai continuar tirando?" - ele me olha. Minhas bochechas ficam vermelhas naquele instante.

- "Eu não sei. Tenho vontade de pegar muitas verduras e legumes. E eu gosto." - eu digo e o escuto suspirar.

- "Eu imaginava. Mas se você quer levar mais é melhor escolher os melhores. Não acha?" - eu assenti. Ele pega um saco dentro da cesta. E eu o olho estranhando.

- "De onde você tirou isso?" - eu pergunto indicando o saco.

- "Em algum momento, Evan me disse que as verduras, legumes e frutas são o seu ponto fraco. E se é isso o que eu preciso para que você coma, é melhor ter muitas variedades em mão." - ele diz enquanto começa tirar alguns pés de alface.

- "Eu não sabia que o meu pai havia falado sobre mim para você." - eu digo.

- "Ele só quer o melhor pra você. Você gosta de repolho, pepinos, alcachofra, pimentão tomate, batata, beterraba, abobrinha, espinafre, acelga, cebola, coentro, salsa quiabo. Você gosta de jiló?" - eu o olho assombrada.

- "É sério que aqui tem tudo isso?" - eu digo.

- "Isso e mais. Me responda, você gosta?"

- "Sim, eu já te disse que eu não tenho problemas com legumes."

- "Bom."

Vejo como ele começa a pegar os legumes e verduras e colocar dentro  do saco. Vejo ele pegar muitas coisas. É sério que ele vai me fazer comer tudo isso?

- "Você não acha que estamos levando muita coisa?" - eu pergunto.

- "Eu não acho. Sou um guloso de primeira. Por isso se você vai comer legumes e verduras, pode ter certeza de que eu também vou querer comer o mesmo." - ele disse e eu assenti.

Depois de 20 minutos o pobre do Conde estava carregando aquele saco cheio, onde havia muita comida, e depois seguimos o percurso.

Depois de quatro horas de percurso, devo admitir que eu fiquei sem palavras. A fazenda é gigante e linda. Tinha muita área verde, em diferentes tons, havia animais, dezenas de animais correndo, comendo e andando pelos prados. Tem um bosque e pelo que me contou que a cada certo tempo ele manda podar algumas das árvores, são árvores que medem cerca de 50 metros de comprimento e um tronco de quase 2 metros de diâmetro. Ele me diz que quando corta uma árvore imediatamente planta outra, ele não gosta da ideia de desmatamento, muito menos da contaminação. Ele é muito cuidadoso com esse tema, e mais, pelo o que me contou tudo na fazenda se reutiliza, começando pelo lixo, os móveis e até mesmo materiais de construção. Ele me contou que para construir a granja, o galinheiro e as barracas, foram usados quase 4 árvores, por isso ele teve que plantar outras 4 no lugar, mas ele não se sentiu muito tranquilo por isso ele plantou mais 4 para compensar. Ele está em constante vigilância para que não exista lixo que possa ficar pela fazenda e evitar que ocorra qualquer tipo de incêndio.

Estamos sentados debaixo de uma árvore grande, com muitos ramos. Os cavalos estão bebendo um pouco de água no riacho e comendo um pouco de grama que se encontra ao lado. Estamos comendo sanduíches que Lara nos preparou e bebendo um pouco de suco. Esta delicioso. Um vento gelado me faz tremer de frio. Olho para o céu e posso ver que ele está nublado, está muito escuro para o meu gosto. William também observa o céu.

- "Acho que é melhor irmos embora. Pelo visto vai cair uma tempestade. Temos que encontrar um lugar para nos proteger da chuva." - ele me diz.

- "Não seria melhor voltar pra casa?" - eu pergunto.

- "Não tem tempo. As tempestades por aqui caen do nada e desaparece da mesma forma que veio. É melhor nos proteger. Além do mais, os riachos, se transformam em rios com correntezas fortíssimas e são muito perigosas. Os cavalos jamais conseguiriam passar. É melhor irmos para a cabana, do que arriscar as nossas vidas e as vidas dos cavalos." - eu assenti com a cabeça, embora eu não goste muito da ideia, ele conhece essa região do que eu.

Quase uma hora depois, o céu está cinza. Faz um frio horrível e está começando a chover. Segundo William estamos perto da cabana, mas um trovão ensurdecedor assusta Deusa e a mim ao mesmo tempo.

Por mais que eu tente tranquilizá-la, não posso, mas eu acho que ela pode sentir o meu próprio medo. William toma as rédeas de Deusa e a controla. Ele nos leva por um caminho e ao longe posso avistar uma cabana.

Pouco a pouco vamos nos aproximando dela e quando chegamos, deixamos de baixo de um galpão, onde se encontrava um estábulo rústico, mas é seguro para eles. O bom é que não era necessário sair para entrar na cabana. O estábulo tinha uma conexão direta com a casa. Entramos, fico parada na metade da sala enquanto o meu corpo treme por causa do frio, é o pior é que eu estou muito molhada

- "Você está bem?" - ele pergunta.

- "N-não...e-estou...com...m-muito...f-f-frio." - digo enquanto me abraço.

- "É melhor você tirar essa roupa. Você está muito molhada. Vou acender a lareira, assim vamos nos esquentar um pouco e poderá secar a sua roupa." - ele me diz.

- "Mas eu não tenho nada para vestir."

- "É isso ou você ficar doente. Acho que deve ter alguma coberta em um desse baús, me deixe procurar." - disse enquanto procura nos baús.

Passam alguns minutos e ele volta com duas cobertas. Ele as sacode e me entrega uma.

- "Por favor...se vire para que eu possa me trocar." - eu digo. Ele nega com a cabeça mas acaba se virando. Tiro rapidamente a minha roupa, ficando com apenas as minhas roupas íntimas. Mas pensando melhor, eu tiro o meu sutiã, já que meu sutiã está muito molhado. Enrolo rapidamente a colcha em meu corpo e sinto em uma cadeira que estava perto. - "Pronto."

- "Bom, acho melhor eu acender ligo essa lareira, senão vamos morrer de frio." - vejo que ele rapidamente coloca pedaços de madeira e começa a tentar acender o fogo com pedaços de pedra, mas devo admitir que ele consegue o que se propôs a fazer e acende a lareira. - "Acho que é melhor ficarmos até amanhã." - ele diz

- "O que? Porque?" - eu digo.

- "A chuva é muito forte, o mais provável que já tenha chegado no povoado. Isso complica mais as coisas. Não haverá caminhos seguros por pelo menos dois dias."

- "Isso quer dizer que..." - eu não quero ficar aqui. Não é por ele, e sim por causa da tempestade.

- "Que você terá que passar alguns dias sozinha aqui comigo e pela quantidade de roupa que há e pelo frio que faz, o mais seguro é que teremos que dormir juntos." -

Outra vez não.

Merda!

Livro 1: Olhares de Amor (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora