Capítulo 36

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Pov. Alice

Descemos as escadas de mãos dadas, quando chegamos na sala, vejo que William fica tenso dos pés à cabeça. Diante de nós está um homem por volta dos 25 anos, alto, com o cabelo castanho e com os olhos acizentados como os de William, ele é musculoso e tem um sorriso maroto mas em mim não provoca nada.

Ao lado dele está Marisa, que está me olhando com o cenho franzido, sei que não estou vestida para a ocasião, mas eu estava em minha tarde de ficar trancada no quarto com o meu marido.

Do outro lado de Marisa, há uma jovem com mais ou menos a minha idade, ela é muito bonita e tem os olhos da mesma cor que do homem e de William, ela é um pouco mais alta do que eu, mas os seus olhos estão tristes mas o que me chama atenção e agora entendo porque William está tenso, é porque ela tem uma barriga de grávida, e ela deve está com pelo menos 7 meses de gravidez.

- "Filho, me desculpe incomodar mas queríamos vir te ver." - Marisa diz olhando para William.

- "Fala irmão, há quanto tempo sem nos ver, essa deve ser a sua esposa. Quando nossa mãe nos contou que você estava casado, nenhum de nós conseguimos acreditar. Ela é muito bonita. Meu nome é Nathan e sou o irmão mais novo de William." - ele me estende a sua mão e quando vou estender a minha, William me afasta se colocando na minha frente.

- "William, não seja mal educado, seu irmão só quer cumprimentar a sua esposa." - ela diz.

Olho para a outra mulher e vejo que ela permanece no mesmo lugar, ainda olhando para o chão.

- "Que merda está acontecendo aqui?" - William grunhiu.

- "Do que você está falando filho?" - Marisa pergunta se fazendo de desentendida.

- "Vocês nunca vem me visitar, se eu não ligar para vocês, vocês não me ligam de volta nem mesmo para saber se estou vivo. E agora por arte de magia os três aparecem aqui, ou melhor dizer três e meio. Que merda está acontecendo aqui?" - ele volta a grunhir. Entrelaço a minha mão com a dele para lhe dar força.

- "É melhor nos sentarmos. Essa é uma longa história." - Nathan diz.

William se sentou com má vontade e eu me sentei ao seu lado sem soltar a sua mão, mesmo não sabendo se eu estando aqui é o certo.

- "Brenda é hora de falar. É você que está carregando o problema e não nós." - Marisa diz de forma depreciativa e eu franzi o cenho.

Problema?

- "Bom, William primeiramente... eu queria... te pedir... desculpas." - Brenda diz enquanto os seus olhos se cristalizam e algumas lágrimas escorrem pelas suas bochechas, ela respira fundo e olha para ele. - "Essa foi...a consequência de uma noite de... álcool...uma noite... desenfreada e..." - William a interrompe.

- "E você quer esconder o problema aqui na fazenda, para depois que a criança nascer você voltar para a capital e deixar o probleminha aqui...não é?"

O que?

- "William!" - Marisa e eu dissemos ao mesmo tempo.

- "O que? Por acaso estou mentindo? É mentira o que estou dizendo Brenda?" - ela não é capaz de levantar o olhar para olhá-lo. Então é verdade.

- "Irmão, não diga essas coisas. Brenda está assustada e precisa do carinho de todos." - Narhan diz.

- "O que eu não entendo como, segundo você, como a melhor médica da região, pode ter errado em um diagnóstico. Você sempre nos disse que Brenda era estéril e olha para ela agora, com uma criança crescendo em seu ventre." - ele grunhiu.

- "William, todo mundo comete erros e eu cometi. Segundo os exames, Brenda tem um cisto nos dois ovários, o que faziam com que a possibilidade dela ser mãe fosse quase nula. Por isso eu lhe dei esse diagnóstico."

- "Mas graças a esse diagnóstico, Brenda nunca se cuidou, nunca tomou anticoncepcional ou seguiu algum método de natalidade. Mesmo que as possibilidades dela engravidar fossem mínimas, você deveria ter dito. Agora eu não sei o que vocês vão fazer com esse probleminha."

Estou farta de escutar a forma que eles estão se referindo ao bebê.

- "Sei que cometi um erro, mas agora não podemos fazer nada...além de cuidar desse bebê até que ele nasça." - ela diz.

- "E depois que essa criança nascer, o que vocês vão fazer?" - ele pergunta olhando para os três.

- "Entregá-lo para adoção. Eu não quero esse bebê, esse bebê não foi feito com amor, eu nem sequer sei quem é o pai dele. Eu não o quero e nunca vou querer. O meu corpo está horrível, com estrias e eu estou gorda por causa dessa coisa!" - Brenda diz.

Mas que vontade de dar uns tapas nessa mulher, na hora de fazer estava bom e agora que as consequências estão aí, ela fica assim? Faça-me o favor!

- "Já chega. Eu não quero saber mais sobre esse assunto. Seus quartos estão prontos para que vocês descansem. Depois que a tempestade passar e a água do rio baixar, quero vocês longe dessa fazenda, não os quero perto de mim ou da minha esposa." - ele grunhiu.

- "Essa fazenda também é nossa, você não pode nos expulsar!" - Marisa grita.

- "Você não grite comigo, mesmo que você seja a minha mãe eu quero respeito. Aliás, eu tenho que lembrar a vocês que, vocês assinaram um documento renunciando os seus direitos a fazenda. Vocês me venderam a parte de vocês há muitos anos atrás, por isso vocês não tem nenhum direito, a única coisa que vocês queriam desde que o meu pai morreu é dinheiro e por esse motivo vocês me venderam as suas partes. Eu que segui em frente com a fazenda sozinho, não lhes importou se muitas vezes ter que ficar com lama até às orelhas, se eu terminasse esgotado, quantas vezes no dia seguinte eu não me aguentei em pé, mas eu nunca me rendi. Em troca vocês ganhavam a sua vida fazendo nada." - ele disse com raiva.

- "Isso é mentira William, eu sempre trabalhei e trabalho até o dia de hoje." - ela disse irritada.

- "Não estou dizendo por você e sim por causa desses dois desocupados. Eles nunca trabalharam duro, só sabiam desfrutar da noite, do álcool e do sexo. Não é muito agradável saber que sou irmão de um mulherengo cafajeste e de uma meretriz da alta sociedade." - ele grunhiu.

- "Não vou permitir que você fale assim dos seus irmãos."

- "Você não tem que me permitir nada, eu me permito tudo, essa é a minha casa e eu faço o que quiser. E se eu quiser tratar mal ou dizer umas verdades na cara deles, eu farei sem nenhum pudor. Agora, se me der licença, estarei no meu escritório." - ele me dá um pequeno beijo e se tranca em seu escritório.

Todos estão surpresos por causa da reação de William, assim como eu também estou surpresa.

- "Acho melhor nos retirarmos." - Nathan diz.

Ele me dá um meio sorriso que parece ser fingido e os três seguem Lara até os seus quartos. Caminho até o escritório de William e tento abrir a porta, mas está trancado com chave.

Eu suspiro, eu sei que ele está magoado e quem está querendo ficar um pouco sozinho.

Se eu tenho problemas com a minha família, os de William são mais complicados. Vou deixar ele sozinho por uns minutos para que ele possa pensar e depois virei buscá-lo. Se ele não quiser abrir a porta para mim, encontrarei uma forma de abrir essa porta. Não vou deixá-lo sozinho nisso, eu não posso. Ele tem estado para mim quando eu preciso e eu sempre vou está aqui pra ele sempre que ele precisar de mim.

Livro 1: Olhares de Amor (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora