16 - Antigos Sentimentos Retornam

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— Que bom que já tá quase todo mundo aqui — James chega abotoando sua camiseta social.

Todos tinham combinado de se encontrar na casa dele para irem juntos para a festa.

— Meu pai não queria me deixar vim nem a pau, tive que sair escondido — conta Jhonatan.

— Mas e se ele for no seu quarto à noite e ver que você não tá lá, ele não vai surtar? — pergunta William.

— O pai do Jhonatan não vai no quarto dele — diz Denyse.

— As únicas pessoas que entram lá são eu e a Dona Maria, a moça que trabalha lá em casa — o garoto conclui — E chegando antes de amanhecer, ninguém vai dar minha falta.

Os quatro continuam conversando até que ouvem a campainha tocar.

— Pode deixar que eu atendo — William vai até o portão, quando o abre, vê que estão: Carla, Maicon, Vanessa e Claudia.

— Chegamos! Nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo minha mãe me deixou ir — diz Carla.

— Podem entrar! — fala William.



James estava no seu quarto se olhando no espelho e arrumando a gola da sua camiseta quando ouve uma voz vindo da porta:

— Hum, todo vaidoso! — Carla se encontrava na entrada.

— Claro né, tenho que ficar bonito pelo menos uma vez na vida — ele ri e se vira para ela — E a propósito, você tá linda!

— Minha mãe e o Jhonatan falaram a mesma coisa, então, acho que eu devo estar mesmo! — se gaba um pouquinho.

Nesse momento Carla olha para mesinha de cabeceira ao lado da cama e avista um gibi, um sorriso espontâneo surge em seu rosto:

— Esse gibi — ela o pega e começa a folhear — É o que você tava comprando no dia em que a gente se conheceu.

— Sim, esse mesmo. Foi por causa dos seus cinquenta centavos que eu levei ele.

— Quem diria que cinquenta centavos daria início a nossa amizade.

— Sim, e não só isso mas de tudo que vivemos. E pensar que até quatro meses atrás a gente nem se conhecia.

— É verdade, pra quatro meses aconteceram muitas coisas, meu Deus do céu. E o difícil de acreditar é que ainda vai acontecer mais, e eu sinto, que não é nada de bom.

— Por que diz isso?

— Eleonora, ela não tá pra brincadeira, você viu o que ela fez com o Jonas! Eu nem consegui dormir essa noite pois toda vez que fechava os olhos, aquela imagem dele morto no chão cheio de sangue invadia a minha mente, e toda essa história de ter um espião perto de nós, mas isso deu ter que decidir se falo ou não com meu pai, é muita coisa pra mim. Às vezes eu só queria voltar a ser uma adolescente normal como a quatro meses atrás, antes de achar essas pedras, ter poderes e esse rolo todo.

— Ei — James se aproxima e pega suas mãos — Calma tá, aprende uma coisa Carla, você não está sozinha viu. E outra, tudo isso vai se resolver, aos poucos, mas vai e terminará do mesmo jeito que começou, todos nós unidos. Se vamos sofrer, sofreremos juntos, vamos rir, riremos juntos, vamos chorar, choremos juntos, todos nós estaremos com você, eu estarei sempre com você.

Carla forma um sorriso espontâneo e olha bem no fundo dos olhos do garoto, ele segurava suas mãos e ela sentia um conforto, uma paz, uma sensação que só ele era capaz de causar. De repente começa a viajar no seu sorriso, observar como estava vestido e sente uma vontade enorme de beijá-lo mas antes que pudesse pensar em fazer isso ela cai na real e percebe que não podia estar sentindo isso, não mais. Havia lembrado que ele estava com Suzy e mesmo que não estivesse, jamais a veria mais do que uma amiga.

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