Mais Perto do que Você Imagina

31 - Cobaia

— Eles são demais! — dizia James todo entusiasmado — A Luana é maravilhosa, sabe, tão jovial. Já o Ronaldo é um homão da porra, espero ser igual a ele quando eu passar dos trinta.

— Fico tão feliz em saber que você realizou seu sonho — fala Carla — Só a gente sabe o tanto que você queria isso.

— Sim, eles são incríveis. Eu tive a sorte de ter duas famílias incríveis.

— E além disso vocês também ficaram sabendo de muitas coisas, né! Quem diria que ainda tem um sexto herói para ser descoberto — comenta Denyse.

— Isso foi o que mais me chocou — comenta William — Mas a pergunta que não cala é, quem será ele ou ela? Pode ser qualquer um, talvez alguém que já conhecemos ou então, alguém que nem fazemos ideia da existência.

— Seja quem for, não deve fazer ideia do poder que tem.

O sinal que indicava o fim do intervalo soa, assim eles se despedem e vão cada um para sua sala. James e Carla seguem juntos:

— Sabe — confessa James — Esse negócio de ter um sexto herói me deixou com uma pulga atrás da orelha. Eu sei que é meio improvável mas, e se fosse a Suzy?

Carla olha para ele surpresa, não tinha pensado nessa hipótese. A morte de Suzy ainda era algo recente, então toda vez que a mencionavam, ficava um clima meio tenso.

— Nossa... — ela não sabia o que dizer — Não sei, mas...

— Quer saber, deixa pra lá, eu devo estar viajando. Mas é que naquela última luta, ela agiu com muita coragem. Você viu o que ela fez, enfrentou a Ameaça e quebrou a pulseira de Arturium dela, foi uma verdadeira super-heroína. Mas ao mesmo tempo, quando me lembro disso, não consigo deixar de pensar que a morte dela foi por minha culpa.

— Como assim? Que história é essa?

— É que no enterro da Suzy, depois que todo mundo foi embora, eu encontrei a mãe dela. Nós conversamos um pouco, fez bem pra nós dois eu acho, entretanto ela culpa os heróis pela morte da filha, dizendo que se ela não tivesse se envolvido com eles poderia estar viva, que eles foram os responsáveis. E eu era o namorado dela, devia ter cuidado dela, a deixei se envolver demais nos meus problemas e ela pagou com a vida, é tudo culpa minha — ele começa a chorar.

— James, para com isso — Carla se aproxima e pega em suas mãos — Você não tem culpa disso. Todos nós sabemos que se pudesse evitar aquilo você teria evitado, a Suzy morreu nos salvando, como uma heroína. Lembra de quando ela aceitou ser espiã da Eleonora só pra nos proteger, então, temos que lembrar dela assim, como alguém que se arriscou por nós, alguém que vamos ser gratos eternamente, alguém que eu tenho certeza que esteja onde estiver estará olhando por nós sempre.

— Sabe, é que ainda machuca demais saber que ela não está mais aqui. Todo dia eu acordo achando que não vai estar doendo tanto, mas a dor nunca diminui e eu tenho medo de que nunca melhore — nessa hora ele abraça Carla. Os abraços dela o confortava, esquentava seu coração, o dava apoio e era como se toda vez que ele caísse, ela estivesse sempre lá para lhe ajudar a levantar.

Maicon se preparava para voltar pra sala quando ouve alguém lhe chamando:

— Oi, podemos conversar? — era Diogo.

— O que você quer? Fala rápido porque eu tenho que ir pra aula, tenho prova agora — responde de forma ríspida.

— Nossa, parece que você tá meio bravo?

— Não tô não.

— Tá sim, e eu acho que sei o porquê. É pelo fato deu estar com o William?