CAPÍTULO OITO

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Percorreram durante uma hora, fazendo várias pausas para arranjar alimentos — fruta — para puderem sobreviver mais tempo.

Finalmente, saíram da floresta e repararam que estavam num planalto rochoso. Havia um pequeno acampamento no fundo, pelo menos a um quilómetro de distância.

— Chegámos a Allecville! — anunciou Big — Vamos tentar chegar lá sem parecermos perigosos.

— Está bem — replicaram os restantes


***


Passados vinte minutos, chegaram à pequena vila. Entraram por um portão e viram cabanas. pequenos edifícios, carros abandonados e havia montes de pessoas.

Mas quando Ben viu como elas sobreviviam sentiu um nó na garganta — via pessoas de diferentes idades e sexos. Viu mulheres agachadas no chão, comendo pedaços de pedra. A boca delas já estavam ensanguentadas por estar a dar dentadas nas pedras. Viu um homem a bater com a cabeça numa parede dezenas de vezes. Ele falava sozinho, dizendo que queria morrer. Viu crianças a atirarem pedras umas às outras, rindo de alegria. Elas já estavam cheios de ferimentos nos seus corpos.

Passaram por uma casa e essa tinha a porta aberta: haviam pessoas no interior a dar guinchos e gritos — esses já haviam passado pela Transformação e já eram Kernous completos.

Em seguida, viu a coisas mais horrorosa em toda a sua vida. Viu dois homens debruçados sob um pano ensanguentado e estavam a comer partes humanas. O homem do lado esquerdo comia um dedo sangrento e o outro comia uma orelha. Pareciam esfomeados e contentes por o estarem a fazer.

— Santo Deus — sussurrou Ben — Isto é horrível. Porque é que as pessoas... estão a fazer isto?

Big riu-se:

— Isto é o prato do dia, Ben. Já vi coisas piores. Vamos mas é tentar encontrar a pessoa que governa este acampamento. Talvez ele tenha algum meio de transporte.

— Não consigo — disse Jolly

Ben voltou-se para ela, admirado. Todos os outros fitavam-na com uma expressão de admiração.

George esboçou um esgar:

— O que é que estás para aí a dizer?

Mike deu uma passo em frente:

— O que se passa?

— Não concordo em deixarmos para trás estas pessoas todas. Elas precisam da nossa ajuda. Deveríamos levar pelo menos as crianças.

Big opôs-se:

— Não! Nem toda a gente aqui é imune, como vocês. Eu, o Mike e o George não podemos arriscar em levar toda gente que nos possa infetar.

— Mas não é justo! — contrapôs ela — Não as podemos deixar aqui! Imagine que fosse o seu filho!

Com que então, explodiu uma vaga de discussão; Big argumentava e Jolly contrapunha, foi então que Ben interviu:

— Tenham calma! — virou o seu olhar para a Jolly — acho que tu tens toda a razão, mas não nos podemos dar ao luxo de levar crianças connosco. Elas poderão infetar o George, o Big e o Mike. Acho que deveríamos primeiro sobreviver e salvas as nossas peles.

Jolly revirou os olhos:

— Até e fazes rir, Ben — as palavras estavam carregadas de ódio — Depois do que tu me fizeste, achas que eu ainda te vou dar ouvidos? Cresce e aparece, puto.

Algo explodiu dentro de Ben. Era raiva. Ele começou, então, a falar, empregando o maior tom de ódio possível:

— Vais andar sempre a dizer a mesma merda de assunto? Desculpa ter te traído mas eu não te amo mais. Não sinto nada por ti. Não passas de uma miúda mimada que só pensa em si própria. Mas... Ena! Parece que mudaste. Ainda me lembro de quando não querias ajudar o George, da primeira vez que o conhecemos. Jolly, se fosse a ti nem argumentava, mais porque, sinceramente, já me enjoas.

Jolly esboçou uma expressão vazia. Os seus olhos mostravam tristeza.

E uma lágrima escapou-lhe dos olhos.

Desafio Final - O Vírus Mortal #3Onde histórias criam vida. Descubra agora