CAPÍTULO DEZASSEIS

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Ben deu um passo atrás, cambaleando, mas imediatamente se equilibrou.

— A EVO encontrou-nos — foi o que disse

— O quê?! — gritou Iris

— Eles estão a destruir tudo e a matar pessoas inocentes só por causa de nós... — continuou Ben

— Como é que eles nos encontraram? — perguntou Aria, completamente boquiaberta.

Ouviu-se uma voz a chamar pelo nome de Ben.

— Ben!

Ele deu meia volta e deparou-se com Big e George. Eles tinham espingardas na mão e estavam todos sujos.

— A EVO... — disse Big, arfando — Temos de sair daqui! Eles já estão dentro deste edifício! Eles sabem que nós estamos aqui!

— Vamos embora — gritou George, correndo em direção às escadas de Stacker Building.

Ben seguiu-o, juntamente com os seus amigos.

Os corredores do edifício estavam completamente destruídos e havia fumo por todo lado. Eles viram algumas labaredas e fogos teimosos, passando por entre esses sem se queimarem.

Subiram, subiram e subiram ainda mais escadas.

— Para onde vamos? — perguntou Jolly entre fôlegos por estar a correr

— Vamos para o telhado. Sairemos pelas escadas de emergência — disse Big

Ouviu-se um estrondo. De seguida, Ben sentiu algo a embater no edifício. Seria um míssel? Sim. Ele quase cambaleou para trás. Não obstante de tudo o resto, o grupo de amigos não parava nem um segundo de subir as escadas.

— Eles estão lá em cima! — ouviu-se uma voz por baixo deles. Parecia ser um dos soldados da EVO.

O coração de Ben quase saltou quando ouviu os soldados. Como é que a EVO nos encontrou?, pensou ele, à medida que corria.

Eles continuavam a subir o edifício e Ben sabia que estava prestes a ruir.

— Continuem a subir! — ordenou Big — Estamos quase lá em cima!

Passaram por uma sala que estava ao lado das escadas que tinha uma janela enorme.

Dali, conseguia-se ver bem o que se passava lá fora. Ben aproximou.se da janela com Jolly atrás dele. Os restantes dos seus amigos ficaram na entrada daquela sala à espera deles.

— Ben, despacha-te! Temos de ir! — gritou Big

Ben fez um gesto com a mão para ele esperar um momento.

Contudo, ele olhou para a janela e viu edifícios e casas em ruínas. Viu dezenas de pessoas estendidas no chão, ensanguentadas. Viu, também, dois Sykers estacionados.

Algo chamou a atenção de Ben — viu os soldados a saírem do edifício e a esconderem-se atrás de outro.

— O que é que eles estão a fazer? — perguntou Jolly

Estão a evacuar? — respondeu ele em jeito de uma questão.

Depois viu um dos soldados com um algo na mão. Parecia ser um comando ou algum botão. Ben não conseguia ver ao longe.

Foi então que tudo fez sentido na sua cabeça.

Havia bombas espalhadas pelo edifício.

— Cuidado! Baixem-se todos! — gritou Ben

Tarde demais.

Ouviu-se estrondos à sua volta. Explosões, o teto começou a cair, janelas partiam e havia imensa poeira. Antes que alguma coisa dura e pesada atingisse Ben, ele atirou-se para o chão e protegeu a cabeça com as suas mãos. O mundo explodia à sua volta.

A explosões duraram cerca de dois minutos e depois os barulhos e os estrondos finalmente cessaram.

— Big — ouviu Jolly a gritar o seu nome

Ben olhou para ela e viu-a pendurada na janela. Ela estava prestes a cair. Ele correu para junto da berma da janela e agarrou a mão de Jolly para ela não cair.

Jolly, aguenta-te! — gritou Ben — eu estou te a agarrar!

Eles estavam muito alto. Se ela caísse... morreria.

O coração de Ben estava acelerado. Com que então, ele começou a puxá-la para cima.

— Espera! — disse ela — Larga-me, Ben.

— O quê!? — gritou Ben — Estás louca?

Jolly sorriu.

— Então eu vou largar — disse ela

Ben estava perplexo. Por que razão ela queria... morrer?

— Ben, quero que saibas que foste a primeira e única pessoa que sempre amei. Independentemente das coisas que tu me fizeste.

— Mas... — doía-lhe o braço por a estar a segurar.

— Espero que um dia me perdoes, Ben — continuou ela, com um sorriso de tristeza na cara.

— Jolly... — dessa vez falou baixo, quase num sussurro — eu... amo-te.

Ele sabia que era o mais apropriado para dizer. Ele queria tentar convence-la

— Porquê?! — gritou Ben, sentindo as lágrimas a arderem-lhe nos olhos — não faças isto!

— Eu também te amo. E sim, eu quero-o fazer — disse ela

— Por favor... — ele soluçava — Não!

— Eu vou fazê-lo. Quero que protejas os nossos amigos. Proteje a Aria. Promete, Ben.

As palavras não se formavam na sua garganta.

— Promete!

— Prometo, Jolly — disse ele por fim

— Dou graças a Deus por teres pertencido à minha vida. Acho que ela nunca seria a mesma sem ti — disse ela.

— Jolly... — não havia nada que ele pudesse fazer, apenas disse o seu nome.

— Adeus, Ben — falou em voz baixa.

Ela suspirou, dizendo:

— Ben.

A sua última palavra fora o nome dele.

E depois, ela larga a sua mão.


Desafio Final - O Vírus Mortal #3Onde histórias criam vida. Descubra agora