CAPÍTULO DEZASSETE

45 12 1
                                    

Com uma lágrima a escorrer-lhe pela face, Ben fechou os seus olhos e levantou-se dando um passo atrás. Ele não quis ver a sua queda. Ele não quis ver a morte da sua melhor amiga.

Ben lidou com muitas perdas mas essa fora sem dúvida a sua maior perda. Jolly fora a primeira pessoa que conheceu no início da sua vida em Chicago. Lembrou-se dos momentos que passaram juntos. Ela agora já não estava lá. E nunca mais iria estar. Ele encostou-se a uma parede e chorou como nunca tinha chorado em toda a sua vida.

— Ben... — ouviu-se Aria a caminhar para junto dele — temos de ir.

— Não! — ele olhou para ela para a encarar. Reparou que os seus olhos estavam cobertos de lágrimas, tal como Ben — Porque é que ela fez isto!?

Evidentemente, Aria não sabia a resposta, mas limitou-se a dizer:

— Se leres a carta que está dentro do envelope talvez saberás.

Sim, ela tinha razão. Ben colocou a mão no seu bolso e sentiu o envelope lá metido. Mas agora não havia tempo.

— Vamos embora — disse ele — Agora não há tempo. Temos de sair daqui.

Aria assentiu e ambos caminharam para junto dos seus amigos.

Desceram as escadas de emergência da qual Big havia referido anteriormente. O local estava escuro mas os olhos de Ben habituaram-se rapidamente à escuridão como se a alma dele estivesse mergulhada na escuridão e já se havia habituado.

— Estamos quase a chegar — disse Iris para Ben.

Ele não lhe respondeu. não lhe apetecia falar.

Jolly. O nome dela ainda estava e estaria sempre marcado no seu coração. O coração doía-lhe. A sua alma estava magoada. Tudo o que eles fizeram para sobreviver, e agora, a pessoa que ele já amou havia morrido.

Quando, finalmente saíram do edifício, esconderam-se por de trás de um dos destroços de Stacker Building e observaram a algazarra da cidade. Viram um dos Sykers da EVO a estremecer e a porta de carga abriu-se lentamente.

Ben ficou pasmado quando vira pequenos drones a sobrevoarem a cidade.

— Já não via Aerowatches à catorze anos... — disse Big

— Para que servem? — perguntou George

— São exploradores. São controlados pela EVO. Eles devem estar à nossa procura.

— Malta — disse Ben, quase num sussurro — precisamos de um plano. Eu quero ir à estação espacial da EVO.

Hum? — murmurou toda a gente.

— Sim — continuou ele — Quero matar a Cynthia Morgan para acabar com isto tudo. Enquanto ela estiver viva, não irá desistir de nos procurar. 

— Bem visto — disse Big

Ben estava de costas para os seus amigos, deu meia volta para os encarar:

— Vamos fazer assim: Eu deixo que me levem com eles e depois vocês levam um Syker para me irem resgatar.

— Não! — gritou Aria — Não podes ir sozinho.

— Vou sim — disse Ben

— Não — murmurou Iris — Eu vou contigo. Poderás sempre precisar de reforços.

— Está bem — disse Ben, depois olhou para George, Big e Aria — Lembrem-se do que combinámos 

— OK — disseram eles.

Ben e Iris levantaram-se. Ele deu um beijo de despedida nos lábios de Aria.

— Tem cuidado — avisou ela.

Ben acenou com a cabeça. Ele e Iris dirigiram-se para o Syker da EVO, sem olhar para trás.

O Syker abriu-se e Marcus saiu do seu interior.

— Olá, Benjamin! — disse ele, depois olhou para Iris e ficou estupefacto — A tua cara não me é estranha... Espera! Lembro-me de ti!

— Eu também me lembro de si — disse Iris, carregando ódio nas suas palavras — da última vez que nos vimos, dei-te uma valente porrada à catorze anos trás.

— Iris! À quanto tempo não te vejo. Estás mais crescida — replicou Marcus — Um dia, eu teria de me vingar da porrada que me deste.

Ele retirou uma pistola do bolso e disparou no corpo de Iris.

Um grito estrangulado formou-se na garganta de Ben. Ele viu vários salpicos de sangue a saltarem e depois, o corpo, já sem vida, caiu no chão nevoso, derramando uma quantidade imensa de sangue nessa.

— Não! — gritou Ben

Mais uma perda. Ele já não aguentava. Saltou para cima de Marcus e agarrou o seu pescoço. Começou, então a apertá-lo com toda a força. Ouviu-o a gritar em forma de estrangulamento; os seus olhos estavam revirados e vermelhos. Via-se veias salientes no seu pescoço.

Mas de repente, ouviu-se o zunido elétrico de uma G-TI atrás de Ben. Um dos soldados da EVO, premiu o gatilho e um feixe de luz azul atingiu as costas de Ben, projetando-o contra o Syker. De imediato, tinha sentido uma potência abrasadora de mil raios a atingi-lo de uma só vez. O seu corpo dá safanão e a sua visão ficou turva.

Desafio Final - O Vírus Mortal #3Onde histórias criam vida. Descubra agora