— Como assim? — interrogou-se Ben — Eles levaram-nas?! Quem??!
— Uma tribo — respondeu Mike
— Isso é impossível, meu — disse George — É um bocado estranho existirem tribos... ainda por cima estamos em 2077...
— Juro! Eu vi! Uns tipos a levarem duas raparigas. Eles usavam saias, calçavam sandálias e usavam piercings de ramos e pedras pelo corpo... Eles estavam...
— Estavam o quê? — perguntou Ben
— Eles... Acho que eles estão infetados. Tinham a porcaria do vírus a espalhar-se pelo corpo.
— Meu, eu não sei se já estás com o vírus a comer-te o cérebro ou não, mas eu até acredito em ti — disse Big
Ben deu meia volta e encarou Big:
— O quê?
— Quando estava em França, ouvi boatos de uns tipos que eram infetados e que raptavam outras pessoas para as comer, pensando que ainda estavam na idade da pedra ou uma merda qualquer. Eles caçavam pessoas, tipo em tribo.
— Exatamente — respondeu Mike — Também ouvi esses boatos antes.
— Temos de ir lá salvá-las antes que as usem para o jantar — disse George
— Acho melhor esperarmos até ao anoitecer — disse Big — aparecemos lá e levamos a Jolly e a Aria enquanto eles estiverem a dormir.
— Mas alguém sabe o caminho? — perguntou Ben
— Eles deixaram rasto, tipo pegadas cravadas na terra — respondeu Mike
— Ótimo — respondeu Big —, partiremos ao anoitecer. Vamos mas é tentar encontrar mais sobreviventes e arranjar ramos para usarmos como tochas.
Todos acenaram com a cabeça e começaram a procurar mais sobreviventes.
***
Já havia passado mais de duas horas e o Eclipse Solar havia cessado e o Sol já desaparecia no horizonte. Ben ainda estava à procura de sobreviventes mas infelizmente não encontraram nenhum. Apenas encontraram o corpo de Peter já sem vida sob um destroço do Syker. Ele conhecia Peter à pouco tempo, mas sentiu uma enorme tristeza por Peter ter morrido daquela forma. Mike fez um enterro e rezou para ele descansar em paz.
Big arranjou uma tocha e sentou-se encostado ao tronco de uma árvore.
Ben conversou com George e que era algo que já não fazia à muito tempo.
Big aproximou-se de todos eles e disse:
— Já anoiteceu. Vamos salvar as nossas amigas?
— Vamos! — disse George levantando-se
Já era noite. Havia um vasto mar de estrelas no céu. A única coisa que iluminava aquele espaço era a chama alaranjada e avermelhada da tocha.
Todos eles caminhavam na direção que Mike indicava; marcharam por entre os arvoredos. Fizeram o possível para não fazerem barulho, mas de vês em quando, Ben pisava num galho ou um ramo caído e partia-o; o estalido de madeira ecoava como uma bomba no silêncio relativo da floresta. Big lançava-lhe um olhar muito sério sempre que isso acontecia, como se fosse a coisa mais estúpida que um ser humano alguma vez tinha feito.
Tinham percorrido mais uns noventa metros de floresta quando avistaram uma fonte de luz adiante; era alaranjada e bruxuleante, uma fogueira. E das grandes.
Ben e os outros acercaram-se a uma árvore grande, grossa e velha, agachando-se atrás dela.
Viram cerca de dez pessoas de diferentes idades. Os homens usavam saias e apenas estavam em tronco nu. As mulheres possuíam panos em torno dos seus corpos e os seus cabelos estavam espigados e sujos. Eles oravam, cantavam de uma língua desconhecida, meia diabólica.
Ben reparou que Aria e Jolly estavam inconscientes ao lado da fogueira. Ele quis avançar para as ir ajudar, mas George abrandou-o, colocando a mão no seu peito:
— Não faças nada estúpido.
— Parece ser um culto qualquer — sussurrou Mike — Parecem ser loucos.
— Se calhar sempre foram assim — disse Ben, tentando perceber
— Um culto com uma doença que os enlouquecera ainda mais. Que divertido! Dão-me arrepios e ainda nem sequer os vi — disse George
Algo no tom de voz de George fez com que Ben desatasse às gargalhadas, não se contendo, quase que gritou.
— Shh! — ordenou Big com o dedo à frente dos seus lábios — Calem-se! Eles assim irão descobrir que nós estamos aqui!
Ben calou-se rapidamente. George e Mike esboçavam um enorme sorriso troçando com ele.
Quem está ai? — ouviu-se uma voz que provinha do outro lado.
Todos eles ficaram petrificados, entreolharam-se boquiabertos.
— Eu perguntei quem está ai? — tratava-se de um homem, a falar do grupo junto à fogueira — Somos pacíficos. Só vos queremos convidar para rezar ao nosso demónio.
— Oh, oh... — sussurrou Big
— Não me parece — disse George
— A mim muito menos — disse Ben afastando-se.
Tarde de mais.
Ouviram-se passos em direção a eles, antes que pudessem fazer fosse o que fosse, surgiram duas pessoas diante deles. Era um homem e uma mulher. O timbre da voz dela parecia demasiado... calmo para as circunstâncias. Nesse mundo novo em que viviam, os estranhos deviam ser abordados com cautela.
Big levantou-se:
— Só viemos à procura de umas amigas nossas.
A mulher e o homem entreolharam-se e depois um grito de guerra trespassou da mulher:
— Vamos juntá-los às nossas recém chegadas! Agarrem-nos!
Antes de Ben ter tempo de interiorizar essas palavras, já tinha duas mãos à volta da sua cintura a apertá-lo. Outras pessoas da tribo juntaram-se a eles e agarraram os amigos de Ben. Ele contorceu-se diante do homem que o agarrava, para se tentar libertar. Mas rapidamente, o homem puxou o braço atrás e esmurrou a barriga de Ben. Ele caiu ao chão e perdeu a energia dos seus músculos.
Depois começaram a arrastá-lo pela encosta abaixo.
Em direção à fogueira.
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Desafio Final - O Vírus Mortal #3
Bilim Kurgu(Livro 3) Ben conseguiu sobreviver ao Eclipse de Fogo e conseguiu se livrar da EVO, mas tudo muda quando finalmente põe estabilidade na sua vida. A EVO nunca irá desistir de o encontrar para finalmente completar a cura. Após Ben ter passado uns dias...