CAPÍTULO DEZ

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— A sério?! — exclamou Jolly

Iris acenou com a cabeça:

— Sim. Consegui fugir, sim... Foi horrível, mas consegui fugir.

— Nós também! — disse Aria

— Vocês são todos imunes? — perguntou Iris

— Não — disse Big — eu, o George e o Mike não somos. Só os miúdos.

Iris colocou a sua mão no peito:

— Mhm... Interessante. Claramente que a EVO só quer estudar adolescentes e crianças. Sempre fez isso. Há catorze anos atrás eu fui levada para a EVO quando tinha apenas doze anos.

Ben teve uma súbita recordação da primeira vez que ele havia entrado na EVO. Lembrou-se de Sarah ter morrido à sua frente. Mas ele tentou deixar esses pensamentos de lado e concentrou-se em Iris.

— As tuas memórias também foram apagadas? — perguntou Ben

— Sim foram. Enviaram-me para Nova Iorque, para tentar descobrir a cura. No entanto encontrei uns amigos que, infelizmente, já morreram, conseguiram retirar o meu Localizador e a EVO nunca mais me encontrou.

— Quem nos dera ter essa liberdade! — disse Aria — a EVO nunca irá desistir de nos encontrar. Eles acham que o Ben é precioso para completar a cura. Eles querem-no.

— Nós queríamos mesmo ir para o Alasca — disse George — Existe uma cidade criada por sobreviventes chamada Inveree e nós queríamos mesmo ir! Tens algum transporte?

Iris disse:

— Não sabia que existia uma cidade de sobreviventes... Por acaso até vos posso ajudar. Mas apenas com uma condição.

— Qual é? — perguntou Big, apressadamente

— Deixai-me ir com vocês. Não quero acabar os meus dias neste acampamento. Quero ir para Inveree com vocês.

— Por mim, tudo bem — disse Ben

Todos acenaram com a cabeça.

— Então vamos! — anunciou Iris — sigam-me!

Ela caminhou a passos largos até a uma cabana ali perto. Ao lado dessa, havia um Jeep preto. Por cima das rodas, estava sujo — terra —, porém, o Jeep reluzia com a luz solar a embater nele.

Iris abriu a porta:

— Entrem. O combustível dará, pelo menos, para uma semana.

Big pegou no seu GPS e disse, olhando para o visor:

— Daqui ao Alasca é, aproximadamente, cerca de quatro dias.

— Então dá perfeitamente — disse Mike

Ben deu um passo à frente para entrar no Jeep, mas Jolly disse:

— Esperem!

— O que se passa? — perguntou George

— Será que podemos confiar nela? Nós acabámos de a conhecer...

Aria deu um passo à frente:

— Esta é a única hipótese que temos. É isto ou nada.

Jolly demorou a responder, mas depois acenou com a cabeça e caminhou para o Jeep, abrindo caminho, por entre os seus amigos.

— Vamos?! — gritou Iris

Todos entraram e começaram a sua viagem.


***


O Jeep dava solavancos e guinadas devido ao piso rochoso. Iris conduzia-o e Big estava ao seu lado. Atrás, estava Ben no meio e ao seu lado estava George e do outro lado estava Jolly e Mike.

Havia contacto físico entre Ben e Jolly pois eles estavam muito apertados.

Ben decidiu aproveitar esse instante para falar com ela:

— Jolly?

— O que é que tu queres?! — disse ela quase gritando

— Podemos falar?

— Cala-te!

Iris olhou para trás mas rapidamente voltou a concentrar-se na condução:

— Ben, o que é que tu lhe fizeste?

— Bem... — começou Ben; mas rapidamente fora interrompido por George

— Aqui o nosso Ben traiu-a

— Santo Deus... — exclamou Iris — Ben, és mesmo um otário.

Jolly suspirou:

— Só te quero dizer uma coisa.

— O quê? — perguntou Ben

Jolly retirou um envelope do seu bolso e entregou a Ben. O envelope estava devidamente selado.

— Guarda isto.

— O que é?

— Apenas guarda! — o tom de voz dela aumentou, mas continha tristeza.

— Mas o que é isto?

— Faz o que eu te digo.

Ben virou o envelope e estava escrito o seguinte texto:


De: Jolly :)
Para: Benny
RE: ABRE-ME NO FINAL


— O que é isto? Diz-me, Jolly!

— Apenas abre quando chegar o momento certo. Está bem?

— Mas...

— Promete! Promete que não o vais abrir!

— Mas eu... Quando é que vou saber qual é o momento certo?

— Vais saber, bolas! Agora promete! — a sua expressão era impossível de decifrar

— Está bem — Ben sentia-se frustrado; ele realmente queria ler a carta — eu prometo.

— Ótimo. Se quebrares essa promessa, jamais te perdoarei.

Ninguém disse uma palavra depois de ela se calar. Permaneceram em silêncio.

Ben queria tanto ler o que estava no envelope, mas não o fez.

Olhou para a frente e observou o Sol a pôr-se.

Desafio Final - O Vírus Mortal #3Onde histórias criam vida. Descubra agora