CAPÍTULO VINTE E UM

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Ben sabia que tinha de sair dali o mais rápido possível para não morrer. Correu pelos corredores fora. Correu, correu, correu tanto que a adrenalina do corpo dele ficou a cem à hora.

Entrou novamente na garagem dos Sykers — aquele salão enorme onde havia decorrido a luta entre os seus amigos e os soldados da EVO e vira o Syker com George à sua espera. Ben correu, enquanto o mundo atrás de si desabava. Explosões, barulhos, sons de destruição, labaredas. Tudo a ser engolido pelas explosões.

Finalmente alcançou o Syker, entrou e as portas de carga fecharam. os motores rugiram e aeronave levantou voo.

Ben sentou-se num sofá e olhou para o vidro enorme do Syker — Vira a afastar-se da estação espacial e essa explodia, havia labaredas, fogo. As colónias da EVO estavam a ser destruídas.

Ele suspirou fundo e encostou-se ao sofá. Exausto, mas vivo. Sentia-se felizardo por finalmente acabar com a EVO.

Big sentou-se ao seu lado.

— Ben, acabou. Está tudo bem agora. Não tens de te preocupar com mais nada — disse Big, sorrindo

— Onde está a Aria? — perguntou Ben

— Está a descansar — respondeu ele — Agora descansa tu.

— Para onde vamos agora? Para Inveree?

Big abanou a cabeça:

— Não. Vamos para um lugar melhor.

E depois ele afastou-se.

Ben sentiu as suas pálpebras a fecharem-se e adormeceu um sono profundo.



***




Ele acordou.

Os raios de Sol penetravam pela sua retina.

Ele continuava no interior do Syker, mas estava sozinho. As portas de carga estavam abertas. Ele levantou-se do sofá e caminhou para o exterior da aeronave.

Assim que chegou lá fora, foi obrigado a parar para olhar à sua volta. Era exuberante, verde e cheio de vida. Ele estava no cimo de um pequeno monte. Tinha uma vista para um campo coberto de árvores e vegetação altas. As cerca de cem pessoas que vieram de Inveree com eles, deambulavam, alguns a correr e a saltar. À direita dele, o vale descia para uma praia que por sua vez o mar era azul claro, comas suas ondas altas e cheias de espuma na crista, a arrebentarem na costa.

O paraíso. Aquilo parecia um paraíso. Restava-lhe esperar que um dia o seu coração desfrutasse da alegria desse lugar.

— Ben! — ouviu alguém a chamá-lo. Era Big.

Ben olhou para trás e viu Big juntamente com Aria, George e Iris.

— Onde é que estamos? — perguntou Ben levando os braços ao ar.

— Em Madagáscar — respondeu George a sorrir — O único sítio que não foi destruído.

Aria caminhou para Ben e abraçou-o com apenas um braço — ela estava com a ligadura no braço.

— Bem, eu vou ser o líder deste sítio — disse Big — vou por ordem nos restantes.

— Sim — disse Ben — concordo que tenhamos um líder e o Big encaixa perfeitamente nessa função. Certo malta?

— Sem sombra de dúvida — sorriu George.

— Eu posso ajudar o Big a liderar! —anunciou Iris.

— Ótimo — replicou Ben.

Big, Iris e George dirigiram-se para a floresta adentro.

Aria inclinou a sua cara para cima para beijar os lábios de Ben.

— Vamos à praia? — perguntou Aria.

— Sim — respondeu o jovem Ben.




Sentaram-se numa rocha que estava na areia e viram o por do Sol. Um alaranjado e vermelho cobria o fundo do mar. Era lindo. Lindo mesmo.

— Ben?

— Sim?

— Não achas que chegou a altura de leres a carta da Jolly?

Ben retirou o envelope e abriu-o.

Havia um pequeno papel com a fórmula da cura e uma carta maior. Ele leu-a em voz alta:


De: Jolly

Olá, Ben. Quando estiveres a ler esta carta, de certeza que já estarei morta. Deves te sentir confuso pela razão de eu me ter suicidado, mas vou te contar tudo agora.

Quando nós estávamos na estação espacial da EVO, logo após termos descoberto a cura, a EVO devolveu-me as minhas memórias antigas. Tudinho. Eu menti-te para te proteger, mas há coisas que vi nas minhas memórias antigas que me chocaram. Tudo o que a EVO fazia era chocante. Antigamente, muito antes de nos termos conhecido, a EVO fazia jogos mortais com os imunes. Aquilo era horrível, Ben.

Mas... a verdadeira razão por que eu me quis matar foi porque sabia que a EVO nunca nos deixaria em paz. Eles andavam atrás de nós por causa de mim! Porque eu era a única que tinha a fórmula da cura.

Espero que um dia me perdoes. Mas quero que saibas que eu te amo muito mais do que tu imaginas. Fica bem, e sê feliz, pois tu o mereces e pois a vida é curta :)

PS: Deixo a fórmula da cura no envelope. Se precisares dela, está aí! :D

Com amor, Jolly


Aquilo chocou-o.

— Ena... — disse Aria — não estava nada à espera disso.

Ben sentiu uma lágrima a escorrer-lhe no rosto. Depois rasgou a fórmula ao meio:

— Não quero ter isto. Isto já causou muitos problemas.

— Fizeste o que estava correto, Ben — disse Aria.

Ben limpou as lágrimas:

— E agora?

Aria agarrou a sua mão:

— Vamos viver a nossa vida finalmente em paz.

Ben recordou-se de todos os momentos que passaram na sua vida. Ele fez de tudo para sobreviver e agora que tudo estava bem, ele esboçou um sorriso de felicidade e apertou a mão de Aria em jeito de resposta:

— Isto vai ser um bom recomeço.

Ben beijou-a e deitaram-se sobre a areia, com o lindo por do Sol e as estrelas a assumirem o céu.




FIM

Desafio Final - O Vírus Mortal #3Onde histórias criam vida. Descubra agora