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Outra manhã fria, vazia e turbulenta começou em Columbus. Eu, diferente de muitos outros jovens da minha idade, estava indo para o meu trabalho em meio às ruas congelantes da cidade.

À uns dois quilômetros de minha casa, um enorme edifício, que confesso, incrivelmente planejado, recebia atenção de todos que por ali passavam.

"Dun's Company"

- Ainda bem que chegou, Tyler! - Arthur, um dos outros secretários da empresa, disse com uma expressão de alívio. - Eu não ia dar conta de tudo sozinho.

- Bom dia para você também, Collins. - respondi, pendurando minha mochila na cadeira, atrás da minha mesa.

- Estamos sem tempo para cortesias, Joseph. - jogou uma papelada imensa em cima de mim. - Preciso que você preencha tudo isso em nome de... - firmou seus olhos fortemente tentando se recordar. - Joshua William Dun.

- Joshua? - perguntei o olhando confuso, mas aquele nome não me era estranho.

- Filho do chefe. - respondeu-me de uma maneira óbvia e rapidamente lembrei-me da ocasião.

Sem entender o porquê da tarefa, iniciei meu serviço sem questionamentos.

Diversos contratos, termos e condições embalados em pastas de plástico passavam pelos meus dedos e, a cada momento, sentia um pouco mais de curiosidade em saber quem era o responsável por isso.

Quando, de repente, um dos papéis grampeados pedia a data de nascimento do rapaz. E eu não fazia a mínima ideia.

- Ei, qual a data de nascimento de Joshua? - perguntei me levantando para ir até sua mesa.

- Dezoito de junho. - uma voz ecoou de dentro do elevador que acabara de se abrir.

Me virei para ver e um homem, que aparentava ter a minha idade, olhos mocha, pele clara e cabelos chamativos cor de rosa saiu de dentro do elevador, prendendo toda a minha atenção

- E se não for pedir muito, me chame de Josh. - deu um sorriso sem mostrar os dentes, curvando-se com apenas seus polegares para fora dos bolsos dianteiros de sua calça jeans. - Mas, quem seria você?

- S-sou o Tyler. Tyler Joseph. - estendi minha mão amigavelmente.

- Ah, então você é o famoso Tyler. - ele sorriu, pegando a minha mão de volta. - Meu pai fala muita coisa de você para mim.

Curvei minhas sobrancelhas e sorri. Meio confuso por William mencionar meu nome fora do nosso espaço de trabalho, mas também meio bobo pelo sorriso encantador do de cabelos rosados.

- Olá, senhor Dun. D-digo, Josh. - Arthur veio correndo para lamber os pés do rapaz, me empurrando. - Seu pai fala de mim também? - pergunta, puxando sua mão para um cumprimento forçado.

Josh, sem saber o que responder, olhou para minha cara em dúvida. Eu assenti com a cabeça e ele logo entendeu.

- S-sim, ele fala de você também, senhor...- olhou para os lados tentando alguma resposta, totalmente sem ideia.

- Arthur Collins. - sorriu convencido, ainda apertando sua mão.

- Senhor Collins. - assentiu com a cabeça e puxou sua mão do aperto.

Frações de segundo se passaram quando ouvimos uma porta se abrir.
O letreiro "William Earl Dun" bem traçado em ouro na escura madeira brilhou, chamando a atenção de todos nós.

- Oi, pai. - finalmente disse quando o viu.

- Joshua William Dun, eu não mandei você pintar essa porcaria de cabelo antes de pôr os pés nesse prédio?!- William o repreendeu na nossa frente.

my office boy • joshlerOnde histórias criam vida. Descubra agora