Após dirigir vários quilômetros, cheguei ao melhor condomínio de prédios de Columbus.
Tranquei o carro e peguei minha mala.
- Eu preciso de um apartamento. Agora. - disse sem paciência chegando à portaria.
- Senhor, sou o porteiro. E se não percebeu, aqui é um condomínio. Não um hotel. - respondeu calmamente.
Quando fui tentar de novo, imaginei que o ele iria achar que eu sou um delinquente fugindo da prisão por chegar assim e com o cabelo colorido.
- Olha, senhor. Me desculpe por vir até aqui às três e dezesseis da manhã. Você não tem absolutamente nada a ver com o que está acontecendo, mas eu realmente preciso de algum lugar pra ficar. - disse o olhando com uma carinha de cachorro abandonado.
- Minha palavra continua sendo não, colega. - respondeu me olhando.
Respirei fundo e pela primeira vez em toda a minha vida, tive que usar a frase que meu pai mais usou por quarenta e sete anos.
- Eu sou um Dun. - ele logo me olhou...com um olhar, digamos que diferente.
- Dun? Da Dun's Company? - assenti com a cabeça e logo tirei um documento do bolso que comprovasse.
O mesmo olhou para o documento e para mim tantas vezes que até perdi a conta.
- A cobertura é de seu agrado? - perguntou-me com um tom diferente do normal.
- Ela já é mais que o suficiente. - peguei a chave e subi o elevador.
Quando virei o corredor, vi que uma plaquinha escrito 21P estava pregado na porta, instantaneamente coloquei a chave e girei a maçaneta.
O local já estava mobiliado. As paredes eram muito bem pintadas, os móveis tinham um certo luxo e cada quarto uma peculiaridade.
Sem vontade alguma de arrumar as coisas, guardei a mala e me joguei na cama.
Nada parecia fazer sentido. Tyler queria distância. Estou longe do meu pai, mas do mesmo jeito terei que vê-lo todos os dias. Me sentia absolutamente sozinho.
Peguei meu celular, abri o iFood e pedi um lanche qualquer. Enquanto eu esperava, tomei um banho "rápido".
Após comer, me deitei no sofá. A dor de cabeça, por causa da bebedeira começou a me atormentar. Coloquei em um filme aleatório só para pegar no sono.
[Tyler]
Eu não podia ligar para o Josh. Pensei, pensei e pensei, mas ninguém me veio à cabeça.
ARTHUR! Lembrei-me dele quando vi alguns documentos da empresa em minha frente.
Disquei seu número e o mesmo demorou para atender.
- Tyler? O que quer uma hora dessas? - atendeu se espreguiçando.
- Arthur, eu preciso da sua ajuda. Está em casa? - perguntei parecendo desesperado.
- Estou, mas o que está havendo? - perguntou parecendo preocupado.
- Só me passa o seu endereço. - ele disse todos os detalhes. Agradeci e desliguei a ligação.
Soquei todos os meus pertences dentro da mala e pedi um Uber. Após uns minutos, recebi a confirmação de sua chegada. Desci as escadas e deixei a chave na portaria.
Entrei no Uber e o mesmo nem sequer me olhou. Peguei meu celular e vi o horário. Três e quarenta da manhã. Onde eu tinha chegado?
Estava ainda zonzo pela bebida, mas aparentemente bem, eu acho. Eu havia dado o meu primeiro beijo após vinte anos. Eu tinha beijado um homem. Como e por quê? Perguntas e perguntas que não tinham respostas. Talvez tinham, mas eu não estava disposto à encontrá-las.
Passamos por várias ruas de Columbus, até que chegamos à saída da cidade. Estranhei completamente.
- Onde estamos indo? - perguntei para o motorista, um tanto assustado.
- Para o endereço que pediu. Fica em Lima. - respondeu-me sem tirar os olhos da estrada.
Lima? Só podia estar de brincadeira comigo. Por que diabos o Arthur tinha que morar tão longe da empresa?!
- São quantos quilômetros até lá? - com inocência, perguntei.
- Cento e quarenta e sete. Uma hora e pouco de viagem. - disse me olhando pelo retrovisor.
Respirei fundo e choquei minhas costas com o banco de couro do carro. Pela janela pude ver o quão estrelado estava o céu e quão brilhante estava a lua.
Olhei meu celular novamente. Era um toc, não conseguia parar de olha-lo de cinco em cinco minutos. Três e quarenta e seis. Desliguei o ecrã e rapidamente adormeci encostado na janela
*******
- Senhor, chegamos. - ele me acordou com uma leve chacoalhada na perna.
- An... - acordei meio dolorido. - Obrigada. - saí do carro, o paguei e bati na porta da casa de Arthur.
Eram quatro e cinquenta da manhã. Nada de Arthur aparecer. Olhei para os lados e vi algumas pessoas sentadas na calçada usando algum tipo de entorpecente.
- Arthur! - gritei batendo de novo.
- Tyler? - ele apareceu na janela. - O que está fazendo aqui? - perguntou confuso coçando a nuca.
- Surpresa! - sorri sem vergonha nenhuma na cara.
O mesmo, ainda indignado, desceu e abriu a porta. Joguei minha mala pra dentro e corri pro banheiro vomitar.
- Tyler! - ouvi ele batendo na porta. - Tá tudo bem? - perguntou ao ouvir eu botando tudo que eu tinha pra fora.
- Pareço bem? - destranco a porta, apoiando-me na batente da porta, completamente acabado.
- Vai me responder o porquê de estar aqui? - me sentei no sofá, apoiei meus cotovelos no joelho e segurei minha cabeça.
- Fui despejado. Meu pai deixou de pagar o aluguel e estou completamente sem abrigo. - o olhei. - Bem, agora não. - ele entendeu e logo se pronunciou.
- Nananinanão! Tyler, essa casa não cabe nem eu direito. - disse indo até a cozinha.
- Arthur, por favor! - fui atrás dele, implorando. - Só até eu conseguir um lugar pra ficar.
Ele respirou fundo. Apoiou-se na pia e me olhou.
- Está bem, Tyler. Só até você conseguir algum lugar. - sorri espontaneamente.
- Obrigado. - o abracei e logo a vontade de vomitar veio de novo.
Escovei meus dentes e com uns travesseiros meio velhos e um cobertor de pelos, adormeci no sofá.
O fim de semana passou rápido. Não colocamos um pé pra fora de casa. Estava nevando e o frio era insuportável. Descobri várias coisas sobre o Arthur. O quanto ele era sozinho, e quanto isso era deploravelmente chato. Quanto tempo ele trabalhava na empresa e o porquê da sua vontade imensa de ser promovido.
Durante todo esse tempo, mesmo com todos esses acontecimentos, Josh não escapava dos meus pensamentos. O que será que estava acontecendo com o de cabelos chamativos? O que será que ele estava achando de mim? Será que estava pensando em mim?
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my office boy • joshler
FanficJosh Dun, filho do dono da maior empresa do país, decide morar sozinho por não aguentar mais a arrogância de seu pai. Tyler Joseph, secretário da empresa, é despejado de seu apartamento e não tem onde ficar.