CAPÍTULO 21 - Bem ou Mal?

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Por favor, relevem alguns erros de ortografia e concordância que podem existir. Capítulo não revisado
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Arealin

Segundos se passaram no mais agonizante silêncio. Ter um de seus momentos traumáticos como assunto, em frente a dezenas de homens, não está sendo muito agradável. Pode-se dizer.

Tairos deu as costas ao capitão, e nesse exato momento me encara. Seus olhos estão cravados nos meus. Sua respiração antes descompassada agora esta aliviando-se.

Ele caminha até mim. Passo por passo. Sem pressa. Como se estivesse com medo de se aproximar.

Ao fundo Zennor observa tudo de modo passivo, curioso e questionável. Porém, sempre atento ao seu redor. Devo confessar que estou na mesma situação.

Perguntas borbulham em minha mente: O que Tairos irá fazer?... Porque se aproxima?... Isso muda alguma coisa para ele?

Questões sem respostas. As quais faz odiar-me, somente pelo resquício de existência delas. Afinal, pouco importa o que ele pensa de mim, se está sentindo pena, ou a merda que for. Não preciso disso. O único sentimento que aceito vindo de terceiros é o medo. Somente este me agrada ao ver refletido os olhos de alguém. Principalmente alguém como ele, da mesma laia de possuidores de riquezas submersas em sangue inocente.

Ao dar o último passo necessário para estar próximo a mim novamente. Tairos profere:

-Sinto muito, Arealin. Sei que essa não é a primeira experiência negativa que tem com a Corte. Mas saiba que atitude de um não define a dos outros. - vi sinceridade em seus olhos enquanto lamentava. Todavia ter sentimentos sinceros não mudava nada.

- Você tem razão! - digo e ele se surpreende. Não esperava que eu confirmasse ou aceitasse seu argumento. - Não foi a primeira, nem será a última vez, Tairos. Um número incontável de pessoas ainda irão sofrer nas mãos da coroa. Não importa de que modo. Seja por um guarda agressivo em sua patrulha; ou agentes cruéis na cobrança de impostos, que despejam pessoas de suas casas, sem ao menos uma chance. Ou saqueadores que roubam por falta de dinheiro. Pais que abandonam seus filhos por nao ter condições de cria-los; Não importa. A coroa sempre trará dor. Ah desgraça ronda esse povo pelo que seu bisavô fez, seu pai continua fazendo.

Ele está sem palavras. Seu cenho está franzido, e engole seco pelo menos três vezes procurando palavras.

- Está engana! - sua negação dos fatos me enoja.

- É só o que tem a me dizer, majestade? - digo com desdém.

- Não vou deixa-lá disseminar tais coisas profanas sobre o meu pai e meu reino!!!. Eu cresci nesse mundo. Vi muitas coisas boas que meu pai fez. Quantas bocas ele já tirou da miséria, e, por mais que eu não concorde com algumas atitudes. Não significa que não o honre ou respeite como pai e rei. Os inimigos dele são os meus também. Isso vale para você.

-Ui, acho que provoquei o gatinho - sorriu- O que vai fazer, majestade? Me bater?... ops, você já fez isso, não é mesmo?!. Melhor, manda matarem meus pais... ah, desculpe eu esqueci, eles já foram mortos. - Conforme digo o príncipe arregala seus olhos. Sua respiração está acelerando aos poucos. Suas mãos estão tão apertadas, que os nós de seus dedos já ficaram brancos. - Mas, que tal me torturar por anos, até eu melhorar esta minha boca insolente?... Poxa, vocês também já fizeram!. O que resta fazer então, majestade? Tentar me violentar, de novo? - cansada de segurar, eu grito em plenos pulmões, para que todo andar possa me escutar- VOCÊS FEDEM A MORTE E DESTRUIÇÃO. SÃO PERVERSOS, E O QUE ME MATA, É O FINGIMENTO DE "MOCINHOS" QUE FAZEM. VÁ PARA O INFERNO TAIROS, E LEVE SEU PAI JUNTO.

Meu rosto está sério e impenetrável. Por mas que, talvez tenha assinado minha sentença de morte, não voltarei atrás de nenhuma palavra.

Tairos aparenta estar transtornado. Os olhos que alguma vez vi preocupação comigo não existem mais. Nesse exato momento, só pelos olhos, poderia confundi-lo com seu monstruoso pai. Uma fina linha de suor escorre pelo seu rosto, e seu maxilar está fechado com tanta força que é possível imaginar quebrando.

- A levem para as masmorras. Não tirem os grilhões, irá dormir com eles. - ele está olhando para mim, enquato distribui ordens para os guardas - Não permito que lhe tragam comida nos próximos dois dias. Nem água. Somente eu e Zennor temos autorização para entrarmos na cela... Posso não mudar seu jeito de pensar com isso, mas com certeza servirá para começar a aprender que não pode simplesmente ofender de tal forma o reinado do meu pai, e sair impune.

- Não esperava menos de você, sendo filho de quem é.

Engraçado como as pessoas mudam não é? Minutos antes ele exigiu que não me prendessem com os grilhões. Mas agora tudo o que importa ha ele é seu ego ferido.

Ele não me restrucou, simplesmente virou as costas e foi andando, até que o capitão o intercepta.

- Majestade, é preciso lembrar que a prisioneira já tem uma missão em mãos, que precisa ser cumprida no prazo. - diz brandamente

Tairos para, e olha por cima dos ombros. Sem um pingo de emoção na voz, diz:

- O prazo continuará. Terá de pensar no plano para matar o alvo em sua cela. Tenho certeza que a troca de aposentos não interferirá na sua inteligência, Arealin.

- Meu intelecto não é moldável pelas circunstâncias, Tairos. Não como o seu.

Ele solta o ar preso em seus pulmões, e então parte para fora de minhas vistas.

Não deixei passar em branco que, em nenhum momento, ele se importou por eu tê-lo chamado pelo nome. Tive a impressão que nossa briga era íntima, ou ele não gostava do título de realeza.

Como se nada tivesse acontecido, olho para Zennor e digo com uma tranquilidade divina:

- Vamos Capitão, creio que essas masmorras não sejam virando a esquina, não é?

Ele me olha com estranheza, achou que estaria me afogando em raiva. Mas não, já passei por coisas piores. Na verdade estava torcendo para que Tairos se desequilibrar-se, e me mostrasse seu lado perverso. Preciso conhecer a sua essência. Saber de que lado ele está, bem ou mal.

Ainda tenho minhas dúvidas em relação a ele, uma pequena parte de mim torce para que ele seja diferente do pai. Pois quando eu desmoronar a realeza, precisarei de pessoas ao meu lado, que entenderam de tudo, serão capazes de administrar com complacência e humanidade.

Ele sabe que tudo o que falei é verdade. No fundo, acredito que Tairos também não aprova o pai.

Zennor me tira de meus lampejos, quando se aproxima com um capuz preto.

- Irei colocar isto em você, para não ver o caminho - não sei decifrar sua feição.

- Faça o seu trabalho, companheiro.

A escuridão do capuz me cerca. Meus olhos não enxergam nada. Mas ainda tenho meus ouvidos, e meu coração para me guiar.

A Assassina De Erisan (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora