Natasha sentia-se muito mais sóbria sentada naquela cama, vestindo o mesmo roupão e de cabelos molhados. Abu, estava em pé ao lado dela, olhando para as paredes e em silêncio. A cena toda tinha sido deprimente, mas agora, depois de acalmar tudo, eles percebiam que tinham passado dos limites em muitos aspectos.Abu suspirou, e voltou o olhar para a jovem de cabelos vermelhos como fogo. Era assustador se dar conta de que ela estava machucada e precisava dele, mesmo que ela ainda não compreendesse.
- O banho doeu? - Ele perguntou. - Ouvi você gemendo o banho inteiro.
- Um pouco. - Confessou ajeitando o roupão no corpo. - Não gosto que tenha me visto nua.
- Eu sinto muito, Natasha, mas eu não posso simplesmente não fazer nada. - Cruzou os braços. - Eu sei que você é tímida e compreendo isso, mas nós dois precisamos nos esforçar. Eu estou preocupado e você é minha esposa agora.
- Isso tudo é rápido demais. Pra mim. Antes de vir aqui... ninguém jamais havia me visto sem roupas. Quando Said me pegou... eles rasgaram minhas roupas e me esticaram em cima de uma mesa. Dois deles abriram minhas pernas, para todo mundo na sala ver... - Disse enchendo os olhos de lágrimas, mostrando-se vulnerável pela primeira vez. - Said colocou as mãos ali e examinou. Ordenou aos homens que ninguém mais me tocasse ali. Eu estava tão constrangida pelo exame que quando começaram a me bater... eu achei melhor do que o exame... eu preferia apanhar. Aí eu cheguei aqui e.... Nima me examinou e agora você tirou minha roupa no banheiro... - As lágrimas caiam pesadas no rosto dela.
- Said nunca mais tocará em você. - Prometeu. - Nenhum deles tocará. Nima precisou te examinar para validarmos sua presença aqui e não precisa ter vergonha dela, Natasha. Ela é mulher e será sua criada. Deve se acostumar a ficar nua perto dela. Ela vai te auxiliar com sua intimidade, fará o parto dos nossos filhos e te cuidará. Ela não vai te machucar.
- Você me bateria?
Abu achou a pergunta delicada. Por isso, suspirou. Sentou-se ao lado dela na cama, encarando ela de lado, tentando manter o mesmo nível que ela.
- Acredito que sim, sim. E acho que faria isso quando você chegar em um ponto perigoso como hoje, Natasha. Não quero que pense que... eu vou ou quero te agredir, mas confesso que acho alguns tapas... atraentes, e as vezes necessário.- Anunciou.
- Você se comporta como se fosse me dominar.
- E acho que vou mesmo. Na cama e fora dela. - Sorriu. - Gostaria, pelo menos.
- E me bateria pelo o que fiz hoje?
- Você bebeu, bebeu muito e está ferida e quando não se cuida direito, preciso fazer isso por você. Eu ainda estou preocupado com seus machucados e desejo tratar deles hoje.
- E se eu não permitir?
- Por quê não permitiria? - Abu perguntou diretamente. - Está agindo como uma criança, Natasha e uma criança orgulhosa. Eu compreendo pudor, mas você precisa de ajuda...aceite. Posso te acalmar quanto a nudez e te consolar, mas esse medo todo...esse desejo de não ser ajudada.... Se não permitir minha ajuda, eu vou te segurar. Não vou te deixar ferida.
- Vai tomar decisões por mim.
- Vou. Claro que vou. - Abu riu. - Será que você ouve o que está falando?! Ou ainda está muito bêbada?
- Ok! Eu entendi! Eu não vou mais beber. Desculpe por isso. Mas eu sou sim muito tímida e esse casamento... a ideia de fazer sexo com você...e aí você arranca minha roupa no banheiro para olhar esses machucados... Abu, esses machucados me magoam...e eu nem conseguir chorar por eles ainda!
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Primavera em árabe
RomanceEsta á uma história para maiores de 18 anos! Contém nudez, violência, forte distorção de valores, fantasias fetichistas e uso de linguagem imprópria (erótico)! Pense antes de ler se achar que o conteúdo te ofende. Controlem seus filhos na internet...