O jantar

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Nima olhava Natasha empurrar o frango na boca com um pedaço de pão de forma nada animada, ela parecia estar aérea. Nima estava em pé ao lado da mesa, observando a menina, atentamente.

Ela socou um pedaço de pão tão grande na boca que Nima chegou a arregalar os olhos.

- Coma com calma.

- Desculpe... estou distraída. - Falou de boca cheia.

Nima avaliou Natasha por um momento e decidiu entrar em uma conversa.

- Está preocupada com sua noite com Abu?

- Não. - Mentiu. - Claro que não. É sexo. Apenas isso.

- Ele é seu marido. Você é virgem. Deve estar preocupada.

- Eu não estou, está bem? - Falou um pouco furiosa, enfiando outro pedaço enorme de pão na boca para não precisar conversar. - E pare de falar sobre isso.

- Ele será gentil com você. - Nima puxou uma cadeira para si e se sentou perto de Natasha. - Você relaxar vai ajudar a não ser tão dolorido. Vai doer apenas na primeira vez que ele te tomar.

- Dá para parar com esse papo macabro?! - Quase berrou. - Eu não sou uma árabe boboca que nunca viu um pinto na televisão.

Nima mordeu a boca com força, com vontade de sacudir a menina até ela falar com ela direito, mas decidiu que não seria uma boa ideia, pelo menos não agora.

- Claro, você parece ter muita experiência com pintos. - Nima anunciou em um tom materno preocupante. - Abu é grande, Natasha, bem grande e esse nervosismo todo não vai te ajudar.

- Grande. - Natasha repetiu olhando pasma para Nima. - Vamos falar sobre os genitais de Abu? Sério mesmo? Como é que você sabe o tamanho dele?

- Eu sou criada dele desde que ele nasceu. - Lembrou. - Eu vou colocar azeite no quarto de vocês....já que você está tão nervosa, para ajudar.

- Azeite. - Natasha soltou o pão no prato. - Ajudar com o quê?!

- A entrar. - Nima falou sem vergonha alguma. - Com esse nervosismo todo, você não fica molhada!

- Eu não acredito que estou ouvindo isso! - Natasha colocou as duas mãos na cabeça e apoiou os cotovelos na mesa.

- Agora... nós duas vamos conversar ou....

- Não, nós duas não vamos conversar. Eu sei como sexo funciona. Não preciso desse papo de mãe. E além do mais... ele já me viu nua, não é mesmo? Ele me deu até uma surra!

- Não foi fácil para ele te bater, Natasha. Doeu nele e arrancou um pedaço dele também. Ou acha que foi prazeroso para ele decidir te levar para o quarto dele e te encher de palmadas? - Perguntou queimando os olhos. - Ele teve medo. Medo de que aqueles homens tivessem machucado você pra valer. Medo é uma coisa muito poderosa, Natasha.

- Ele disse que vai me dominar. - Natasha anunciou empurrando o prato para longe na mesa. - Na cama e fora dela. - Bufou com raiva.

- Você gosta dele... mas ao mesmo tempo ele te dá raiva e você não consegue compreender porque seu estômago vira toda vez que ele é firme com você. - Riu. - Você ainda tem muito que descobrir, Natasha. Não se preocupe tanto com a noite, ele vai ser muito gentil com você e logo tudo estará consumido.

- Natasha. - A voz de Abu invadiu a sala de jantar, olhando a cena de Nima sentada ao lado da menina. Sim... ele sabia que as duas estavam conversando, e que parecia ser uma cena íntima, mas Abu decidiu que ia interromper tudo. - Nima, recolha-se, por favor.

- Sim, senhor.

Nima levantou-se, sem questionar e saiu da sala, em silêncio, deixando-a sozinha com Abu. Seu marido, Abu.

Primavera em árabeOnde histórias criam vida. Descubra agora