Capítulo 7

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Hoje o dia começou de forma agitada

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Hoje o dia começou de forma agitada. Tive que levar meu pai ao restaurante, pois minha mãe vai usar o carro dele para ir ao supermercado, comprar coisas mais "sofisticadas" para o jantar de hoje, com a presença ilustre da minha ex-namorada. Na época que terminamos, o fim do nosso relacionamento foi um pouco conturbado. Ela não queria que eu fizesse medicina, pois, segundo ela, não haveria mais tempo para nossas saidinhas.

Por mais que eu tivesse algum tipo de sentimento por ela, não era o bastante para que me fizesse desistir de um futuro sólido e estável. Não tínhamos nada, vivíamos a custas dos nossos pais e isso me tirava o sono sempre! Eu odiava ser sustentado, e odiava ainda mais quando minha mãe passava na minha cara esse fato.

Quando eu decidi fazer essa faculdade, da família só recebi palavras negativas e desmotivadoras. Eles queriam de todo jeito que eu desse continuidade ao negócio da família, que são as redes de restaurantes espalhadas por aí. Mas eu nunca senti vontade de ficar naquele tipo de ambiente! Minha vocação era além, eu queria fazer algo que realmente mudasse a vida de alguém, que me tirasse da zona de conforto e me testasse de todas as formas possíveis, então não bastou escolher só medicina, acabei me alistando como voluntário nos países com mais conflitos das guerras e acabei ficando nessa área.

O último e bem violento país que eu fui, foi a Síria. Lá não tinha essa de só atender um grupo em específico, íamos onde tinham feridos. Ajudei muitos soldados e civis. Foi nesse país, vendo a quantidade de mortes de crianças, adultos e idosos inocentes, que senti a necessidade de parar. Fui covarde? Sim.... Pois deixei na mão muitos outros, mas eu não podia mais, não tinha mais cabeça para aquilo, não sou tão sangue frio para ver a podridão e ficar na minha, só recebendo pessoas em estados inimagináveis.

A dor nos olhos deles era foda! E só os mais corajosos e de mente trabalhada, conseguem sobreviver naquele lugar. Para esses, meus sinceros parabéns!

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O clima hoje está tranquilo, nem tão quente, nem tão frio, o que me parece um milagre. Estamos em meado de junho, e a temperatura em Toronto nessa época vem matando. Como é bem ensolarado, os turistas aproveitam para ir nos principais pontos turísticos do Canadá, e Toronto é um deles.

Estou no carro, em meio a um trânsito bem movimentado, típico de lugares populosos, indo no hospital do centro. Matt pegou comigo meus certificados e experiências e levou para o hospital que ele trabalha como cardiologista. Não demorou muito para que logo fosse chamado e adivinhem? Fui colocado no setor de trauma.

Chegando no grande hospital, já fui na direção da diretoria, pois o diretor do hospital já estava me esperando em sua sala. Fizemos a entrevista de praxe e devido ao nível de estresse que eu passava indo de país em país, irei ter um acompanhamento psicológico até terem total certeza que eu não adquiri algum transtorno, como por exemplo o TEPT, mais conhecido como estresse pós-traumático.

Depois de tudo resolvido, peguei o carro para voltar e acabei me lembrando do jantar com Francine. Ela nem chegou e já estou pensando na sua saída! É quase certeza que irei me estressar com a puxação de saco que minha mãe irá fazer.

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– Ela chegou filho. Estamos esperando você lá embaixo, ela está bem ansiosa para vê-lo. – Minha mãe diz, colocando um pouco a cabeça na brecha da porta do quarto. Levanto sem muita vontade e abro a porta ao máximo. – Você vai vestido assim?

– Queria que eu estivesse de terno e gravata?

– Olha o tom como fala comigo, mais respeito que sou sua mãe e você está no meu teto, sob as minhas asas. – Diz áspera.

Acabo sorrindo, porque isso me fez lembrar os tempos da minha adolescência.

– É um jantar sem compromisso, um encontro casual entre amigos, certo? Então para que tanta produção?

Nem espero ela argumentar, e já seguro em seus ombros, puxando-a um pouco para que ela me acompanhe. Ao descer as escadas, me deparo com uma Francine mais madura fisicamente e um pouco mais recatada.... Ela está sentada no sofá e assim que me vê, levanta-se prontamente, abrindo um sorriso amplo, vindo em minha direção para um abraço.

– Ah, Heitor.... Quanto tempo, não? Tantas coisas aconteceram nesses anos que você ficou distante! Nunca mais faça isso com sua mãe, ela foi a mais prejudicada.

Me desvio educadamente e respondo:

– Não vou a lugar nenhum, a não ser que precise fugir de algo ou com alguém. – Não sei porque me veio isso de fugir de algo ou com alguém, mas foi o que veio na hora para responder. – Como você está?

Então começamos a conversar, depois fomos jantar em um clima totalmente descontraído. Para minha felicidade, Francine não se insinuou em nenhum momento e o jantar só não terminou totalmente tranquilo, porquê minha mãe insistia em nos colocar em situações desconfortáveis.

 Para minha felicidade, Francine não se insinuou em nenhum momento e o jantar só não terminou totalmente tranquilo, porquê minha mãe insistia em nos colocar em situações desconfortáveis

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A ESCOLHA (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora