Capítulo 46

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Vou recobrando minha lucidez, quando sou colocada na maca e levada às pressas para a avaliação de emergência

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Vou recobrando minha lucidez, quando sou colocada na maca e levada às pressas para a avaliação de emergência. Não quero ir sozinha, não me sinto bem para ouvir o que aconteceu.

A médica tenta impedir que Thor entre comigo, mas ele é insistente o bastante para fazê-la mudar de ideia. Se ela não deixasse, iria insistir muito para que autorizasse. Precisamos enfrentar juntos o que estar por vir.

Ela manda ele colocar as roupas especificas e higienizar mãos e antebraços.

Tento pensar em coisas positivas e em salvação. Eu não me perdoaria se algo acontecesse com meu bebê. Esse sangramento está muito além do que o susto da perseguição, a culpa é da minha falta de senso e responsabilidade. Fiz muito esforço e comi coisas ruins para o começo de uma gestação.

Tento ao máximo controlar minha respiração e as lágrimas. Não adianta chorar quando a merda está feita.

Entramos na sala com muitos equipamentos e já há algumas outras pessoas esperando.

– Preparem a máquina de ultrassom. Vamos, sejam rápidos. – A médica diz apressada.

– Cadê o Thor? – Pergunto segurando o choro.

– Calma, meu bem. Ele só está se adequando para o ambiente. Ele já vem!

Ela fala, já pegando a tesoura, cortando a minha blusa e a calça.

Vejo quando o Thor entra apressado, se posicionado ao meu lado, levando as mãos para alisar minha testa.

– Vai ficar tudo bem, meu amor. Merecemos só coisas boas! Você vai ver, só vai ser um susto.

Balanço a cabeça tentando acreditar em suas palavras.

Sinto quando um gelado bate em cima da minha barriga, e ela põe em cima o aparelho do ultrassom.

Viro o olhar para a tela grande, esperando, o momento que será transmitido na tela, as imagens do meu filho.

Uma imagem desfocada aparece, e o som mais lindo que podia ouvir, irrompe na sala silenciosa.

Que sensação de paz, fiquei assim que ouvi o coração dele bater.

– Olhem... – Ela diz sorridente. – Como estão agitados.

– Agitados? No plural? – Thor faz a pergunta por mim.

– Sim. O sangramento foi por causa de um leve deslocar da placenta do bebê 1. Vou fazer a limpeza e tudo vai se encaminhar. Para a limpeza por dentro, você precisará tomar um remédio que irei passar.

Bebê 1...

– E são quantos bebês? – Pergunto controlando a emoção.

– Dois. Mas tem uma certa diferença entre eles... – Ela diz e olho para Thor que está enxugando as lágrimas que caem em cascatas dos seus olhos. – Que incrível. Será uma gestação de gêmeos bivitelinos, onde possuem idades gestacionais diferentes.

– O que significa? – Pergunto, deixando algumas lágrimas caírem.

– Dois óvulos e dois espermatozoides diferentes. Um foi fecundando há.... Deixe-me fazer os cálculos. Bem, há 9 semanas e o outro, que será o bebê que levará mais de nossa atenção, é o nosso caçula de 7 semanas.

Meu Deus.... Que vontade de gritar!

– Não se preocupem com a diferença de 2 semanas. O que é preciso no momento, é cuidar da nutrição deles, que não está nada boa e a sua. Irei passar as vitaminas e os exames necessários. – Ela começa a fazer os procedimentos e assim que está tudo pronto, me entrega a roupa do hospital. – Foi um susto grande, mas ainda bem que foi contornado. Quero que venha a cada duas semanas e por favor, nada de alimentação hipercalórica durante esse primeiro trimestre. Sem sexo também. Mesmo que tenha sido um deslocamento pequeno, ele precisa de um tempo de descanso.

Só aceno, com a cabeça em outro lugar. Eu vou ter dois.... Se com um já estava receosa, imagina dois.

– Você está bem, papai? – A médica pergunta, me fazendo olhar de novo para o meu Ursão. Ele levanta o dedo, pedindo um minuto, e sai porta a fora me deixando sem entender nada.

Sou preparada e levada primeiramente para a sala de exames. E depois de tudo coletado, me levam para o quarto de descanso.

Que grande susto... Meu Deus!

Estou bem acomodada na cama grande, esperando o Thor dar o ar da graça e aparecer aqui. Ele saiu tão desesperado, que estou preocupada que tenha passado mal.

Pouco tempo depois, escuto baterem na porta e ele entra com uma cara estranha. Seguro a vontade de rir... Ele está muito aéreo.

– Para onde você foi? – Pergunto, vendo ele se aproximar já tirando os sapatos.

– Hmm... Fui ao banheiro. – Diz, olhando para todos os cantos, menos para mim.

– Oh, nossa. Deu dor de barriga? – Mordo o lábio mais forte para não rir.

– Não. Só fui contagiado pela vontade de vomitar. – Diz de cara fechada, deitando ao meu lado.

– Eu que vou carregar dois bebês dentro da barriga, não passei mal...– Digo sorrindo, me enroscando nele, envolvendo meus braços em sua cintura. – Você é muito mole!

– Tão mole que colocou dois bebês aí dentro, em diferentes datas só para endossar.

Olho para ele que está segurando o riso e eu começo a gargalhar de verdade. Meu Deus!

– Prefiro não comentar sobre isso. – Esfrego um pouco a minha cabeça em sua barriga e ele põe a mão por dentro dos meus cabelos.

– Amor, você está parecendo aqueles gatos carentes pedindo carinho. – Diz, dando um cheiro na minha cabeça, mexendo os dedos em um cafune gostoso. – Dorme um pouco, tem pessoas querendo falar com você. Mas eu disse a elas que não dava agora, pois você precisa de um repouso depois de todo esse susto.

– Ta bem... É tão bom saber que agora tenho pessoas que se preocupam comigo. – Digo baixo, já pegando no sono com ele mexendo em meus cabelos.

– Com certeza você tem. Nossa menina guerreira! – Ele passa um braço, para que eu me apoie melhor em seu peito.

Vou pegando no sono, agradecendo a Deus por ter salvado a vida de dois seres inocentes. Irei fazer de tudo para mantê-los bem guardadinhos e saudáveis dentro de mim.

E depois eu converso sobre o que aconteceu hoje. Nesse instante, quero esquecer de tudo e só focar nos meus nenéns e na minha família.

Família....

É difícil de acreditar, depois de tudo, que agora eu tenho uma família.

É difícil de acreditar, depois de tudo, que agora eu tenho uma família

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Data de postagem: 01/03/2019

A ESCOLHA (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora