Capítulo 45

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A volta para Toronto, foi pior do que imaginava

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A volta para Toronto, foi pior do que imaginava. Eu já tinha noção que teríamos uma sessão de enjoos e muito usar de sacolas. Mas, a nossa volta, foi muito mais intensa do que no dia que viemos.

Ela até desmaiou duas vezes, me deixando mais preocupado do que já estava.

No período que estudamos sobre o desenvolvimento embrionário e o que ocorre no corpo, não me lembro de terem falado sobre esse tipo de reação. A não ser em casos de gravidez gemelar. Só que é quase impossível a Melanie estar grávida de gêmeos, se não há casos como esse em minha família.

Pelo visto, essa gestação vai nos causar muitos dias de estresse e cabeça quente.

Meu pai fez questão de buscar a gente no aeroporto, e agora estamos sentados esperando ele aparecer. A Mel, na verdade, está dormindo apoiada em meu braço, e todo mundo que passa olha estranho para mim.

De duas uma.... Ou estão pensando que eu a sequestrei e ela está dopada, ou estão achando que ela é menor de idade e está se relacionando com um cara velho. Independente, odeio esses tipos de julgamentos. As pessoas precisam se tocar e viver mais as suas vidas medíocres.

Olho o ir vir das pessoas e uma mulher passando com uma criança fazendo birra, me chama atenção. Ele grita, se deitando no chão e ela fica pedindo para ele parar.

Puta que pariu, eu não vou admitir uma coisa assim. Se meu filho começar a fazer uma cena dessas eu vou sentar e esperar ele acabar o drama. Para piorar, seja lá o que aconteceu para ele ter essa reação, ela voltou na loja e pouco tempo depois, saiu com ele sorrindo, abraçado a uma caixa de brinquedo. Deve ser por isso que ele é assim. Sabe que se fizer o que fez, vai ser recompensado com o que queria.

Suspiro assustado, me encostando melhor na cadeira. Cuidar de criança não deve ser fácil.

– Filho? – Abro os olhos assim que escuto a voz do meu pai, nem tinha percebido que tinha dado um cochilo. – Desculpe a demora, a neve está começando a dificultar a passagem dos carros. – Ele dá uma olhadinha na Mel e curva as sobrancelhas. –Está tudo bem com ela? – Aceno e vou acorda-la.

Faço um carinho em seu rosto, e mesmo com a sutileza ela abre os olhos assustada.

– Chegamos, bela adormecida. – Ela se ajeita, bocejando.

– Nossa. Dormi tanto assim? – Ela olha para frente, percebendo a presença do meu pai. – Oh, senhor Johnson, olá.

– Querida, parece que um caminhão passou por cima de você. Vamos, vocês precisam descansar. Uma mudança de fuso horário como essa, não é boa para a saúde.

Me levanto já pegando as malas e meu pai ajuda também.

Andamos na direção do carro e antes de entrarmos, olho um movimento suspeito.

– Onde estão os seguranças? – Pergunto baixo, para o meu pai, para não fazer alarde.

– Estão em lugares estratégicos, como sempre. Porque?

Olho mais uma vez para o lado oposto e concentro minhas vistas no cara parado, observando as nossas movimentações.

Espero a Melanie entrar e coloco as malas de qualquer jeito. Com tudo fechado, mando meu pai desviar do caminho e contornar a avenida.

– Filho, o que está acontecendo? – Meu pai pergunta, olhando pelo retrovisor.

Ia responder quando um carro acelerou em nossa direção e o medo de acontecer algo se infiltrou em minha pele.

– Pai, acelera! – Praticamente grito, olhando para o carro quase encostando na traseira.

O carro da algumas derrapadas, por causa da neve e só peço para que nenhum acidente ocorra, até estarmos a salvo e longe desse veículo.

– Thor, o que está acontecendo? – Mel me pergunta assustada, segurando com força no apoiador de mão. Olho para ela e tento passar o máximo de confiança.

– Vai ficar tudo bem. Só relaxa por você e nosso filho.

– Filho? – Meu pai pergunta arregalando os olhos, aumentando ainda mais a velocidade.

– Sim. – Olho para trás e vejo o carro dos seguranças, onde Kany apoia o tronco na janela, já atirando nos pneus.

O carro se descontrola, pelos tiros nos pneus, e entra pela estrada que dá na direção das reservas florestais.

Sem ter certeza suficiente da nossa segurança, não peço para meu pai diminuir a velocidade.

O meu celular começa a tocar, mostrando a ligação do Kany.

– Que merda foi essa? – Pergunto puto.

– Não fomos avisados sobre isso, Heitor. Percebemos que ele estava esperando vocês, só quando a Melanie entrou no carro.

– Caralho, Kany! – Falo alto, recebendo o olhar assustado de todos. – Aquele grupo não está fazendo o trabalho direito. Olha o risco que acabamos de passar! Eles deveriam ter acionado você e avisado horas ou minutos antes da nossa aterrissagem. Não é possível, porra! Descubram quem está infiltrado e dificultando o trabalho de vocês. Eu não quero que isso aconteça de novo! Conseguiram ver quem foi?

– Estamos na cola, mas não dá para ir mais que isso. Se for uma emboscada, ferra com todos. Vamos voltar daqui...

Bato com força o vidro do carro e solto um palavrão alto.

– Voltem! Se eles pegarem vocês, será mais fácil chegar em qualquer um. Cuidado e presta atenção nos outros. Darei a você, a responsabilidade de descobrir quem está calado e servindo as ordens do Petrovi.

Desligo a ligação, quando sinto a mão gelada da Melanie tocando na minha.

– Thor... – Ela diz baixo, num fio de voz.

– Tudo bem, meu amor. Seja quem foi, não vai conseguir se aproximar de novo.

– Não é isso... – Ela diz baixo, descendo o olhar para suas pernas. Acompanho seu olhar e sinto um aperto fodido no peito. Sua calça de frio branca, está com uma grande mancha de sangue e ela está olhando em pânico para ela.

Não, não, não! Por favor, não!

Peço para meu pai continuar acelerando, dessa vez com o destino do hospital.

Tento tira-la do estado em que se encontra, mas não tenho muito sucesso.

Ela não diz nada...

Nem demonstra que está sentindo alguma dor.

Porra, isso não pode acontecer. Não agora, que tudo está entrando nos eixos.

Não merecemos, principalmente ela não merece uma coisa desse tipo.

Deus, Por favor, não tire o nosso filho....

A ESCOLHA (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora