Edward percorreu a ponta dos dedos pelo pescoço da jovem sentada ao seu lado. Ele viu quando seu braço arrepiou, indicando que o queria. Edward soube que era o momento certo, então a beijou erguendo o dedo mínimo na direção da mesa de Alison. Quando ele abriu os olhos, após o beijo, buscou com um olhar rápido verificando se Alison estava contemplando sua vitória, mas ela não estava lá. Edward voltou sua atenção para cada canto escuro do maldito bar, atrás de qualquer vestígio de Alison ou de Ian e um frio percorreu sua espinha.
- Com licença, meninas. Eu preciso encontrar minha irmã.
- Ainda está muito cedo, fica mais um pouco. – Edward sorriu para a jovem, mas seu sorriso não subiu aos olhos.
- Sinto muito mesmo. Assim que eu a encontrar, eu volto.
Edward caminhou até a porta do banheiro feminino e permaneceu ali, até a porta se abrir para duas mulheres saírem. Ele invadiu o banheiro feminino apenas para descobrir que ela não estava lá. Ele procurou por Alison em cada canto do bar e quando se certificou de que ela, nem Ian estavam mais ali, saiu para fora discando o número de Alison.
Cada chamada fazia seu coração palpitar de ansiedade. Quando caiu na caixa, Edward xingou. Ele passou as mãos sobre os longos cabelos, pensando qual seria seu próximo passo. Ele precisava entrar no bar e descobrir se alguém havia visto Alison, então foi até a banda que tocava Jazz e com toda falta de educação pegou o microfone produzindo um ruído agudo, fazendo os músicos pararem.
- Sinto muito, pessoal. Me chamo Edward e entrei neste bar com minha irmã Alison. Ela tem cabelos longos e castanhos e estava sentada com um cara bem ali naquela mesa. Alguém viu para onde eles foram?
- Ela saiu do bar. Foi atrás do cara. – Um rapaz falou erguendo a cerveja.
- Obrigado. – Edward devolveu o microfone e antes que ele pudesse chegar à porta de saída, a música já tocava novamente.
Edward caminhou até a esquina. Haviam músicos tocando ao longo da rua e pessoas que desciam e subiam a Bourbon St. Ele parou algumas pessoas mostrando a foto de Alison que guardava na carteira. Sem qualquer informação, retornou para o bar. Desta vez procurou Jon.
- Jon, não estou encontrando ela. Se por acaso ela voltar diga para me ligar imediatamente, ok?
- Pode deixar, cara. Vou ficar de olho. – Edward lançou um olhar agradecido para Jon e saiu novamente do bar.
Ele foi na direção oposta até chegar na esquina escura onde o movimento era escasso. Era quase como se pudesse sentir o cheiro dela ali. Ele seguiu pela rua transversal, deixando o movimento para trás. A cada passo, seu desespero aumentava. A rua ficava cada vez mais deserta e escura. Se isso fosse uma brincadeira de Alison, eles teriam uma longa conversa.
Edward sempre confiou em seus instintos, mas eles agora o mandavam de volta ao bar e seguir na direção oposta, porém, ele podia jurar que sentia o cheiro de Alison ali. Não era o perfume cítrico que ela usava sempre e que ele mal sabia o nome. Não, era seu cheiro. O cheiro inconfundível que ele sempre sentiu desde que eram crianças. Era como uma memória antiga que ele insistia em seguir por aquela rua escura. Levado por sentimentos inexplicáveis que ele mal sabia que existiam, se questionou diversas vezes se estava fazendo a coisa certa. Discando repetidas vezes para o celular de Alison enquanto caminhava. Ele parou para organizar seus pensamentos. Alison não iria tão longe por vontade própria. - Não sem o avisar.
- O que não estou vendo?
Edward virou a esquina ainda lutando contra seus instintos, cada passo que dava, parecia perder o rastro. Ele começou a observar cada canto, cada beco. Vasculhou lixeiras e procurou pelas ruas, qualquer sinal que pudesse indicar que Alison poderia ter sido levada a força.
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Oráculo
FantasyDegustação (livro grátis para os assinantes do Kindke Unlimited) Amazon. Possui o físico no site da editora The Books Alison trabalha na editora do tio de seu melhor amigo Edward, como revisora textual. Mas seu verdadeiro sonho é ser escritora. Depo...