O suor escorria pelo centro das costas de Alison e todo seu corpo estava dolorido. O guerreiro havia lhe ensinado golpes de ataque, imobilização e posições de defesa. Apesar do esforço e das manchas roxas que havia adquirido no treino, seu corpo ainda estava agitado.
Por duas ou três vezes Anpu havia sussurrado palavras em seu ouvido, durante as demonstrações de imobilização. Ela havia guardado em sua mente cada uma delas, mais tarde descobriria o que significavam. Agora queria comida, porquê seu estômago estava roncando.
— Eu soube que você leva jeito com Neterus. – Mica falou enquanto se aproximava.
— Eles parecem gostar de mim. – Alison deu de ombro.
— Fukayna anda me dando trabalho, tem sido muito agressiva com estranhos. Estava pensando se você poderia me ajudar a treinar ela. – Alison ergueu as sobrancelhas.
— Não sei se Anpu aprovaria.
— Deixe meu tio comigo, sei exatamente como convencê-lo. Se você aceitar, podemos começar hoje à tarde. – Alison ponderou a proposta. De fato, era algo que lhe agradava, poderia conhecer mais e obter muitas respostas.
— Eu aceito se me ensinar seu idioma. – Mica sorriu.
— Você não tem nada de burra Alison Evans. Eu vou lhe ensinar, mas vai ser nosso segredo. – Alison concordou com um sorriso.
Anpu levou a jovem para almoçar na casa de Jeisan. Ela sentou de frete para Anpu e ambos os Neterus permaneceram sentados no chão próximo a jovem. O anfitrião ainda parecia ofendido com o interesse de Zara para com a humana. Eles conversaram na língua da jovem e Mica parecia se divertir com o aborrecimento do pai.
— Fukayna atacou o tratador e um curandeiro ontem. Está indomável, não quero nem imaginar o que deve estar aprontando na minha ausência.
— Você deve mostrar para ela quem está no comando. – Anpu falou para a sobrinha.
— Se fosse tão fácil fazer como é falar. – Mica suspirou.
— Precisa ter paciência minha filha, tudo é novo para ela.
— Estava pensando em levar Alison comigo esta tarde, ela parece levar jeito com os animais. Talvez pudesse me ajudar a treinar Fukayna. – Anpu se engasgou com a comida.
— Isso é seu trabalho. É importante que seu Neteru esteja focado na parceria nos primeiros dias.
— Não existe nenhum problema com a parceria, ela é extremamente dócil comigo. Porém não aceita que outro se aproxime. Não quero que acabe atacando alguém da realeza e tenha que ser sacrificada. – Anpu olhou para Alison.
— Não temos garantia de que Fukayna vai se comportar como Amut e Zara diante dela. – Anpu apontou para Alison que comia mostrando desinteresse na conversa.
— Mas eu posso tentar, se der certo trago Fukayna para casa em um ou dois dias. É claro, se vocês estiverem de acordo. – Mica fez uma cara de frustração. Anpu olhou para o irmão.
— A humana é sua. Você quem decide. – Alison olhou para Anpu incrédula por ele não negar a posse sobre ela.
— Leve-a hoje, mas traga de volta em três horas. – Mica sorriu para Alison animada.
Antes de saírem para o Átrio, Alison lançou um olhar diabólico para Anpu. Um olhar que falava mais que mil palavras. – Anpu revirou os olhos, porque sabia que mais tarde a jovem o perturbaria.
A humana era atrevida e burra. Anpu estava inserto se ela conseguiria sobreviver em Thórun com tanta arrogância e nenhum poder. Mas uma coisa ele não podia negar, Alison era corajosa. Talvez por isso tenha sido escolhida como peça de um jogo que ele ainda precisava desvendar.
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Oráculo
FantasyDegustação (livro grátis para os assinantes do Kindke Unlimited) Amazon. Possui o físico no site da editora The Books Alison trabalha na editora do tio de seu melhor amigo Edward, como revisora textual. Mas seu verdadeiro sonho é ser escritora. Depo...