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Anpu estava irritado, ele havia prometido para Alison, que a levaria com ele para Terra. Havia prometido que procurariam juntos por respostas. Quando Niala pediu a Hasani que o enviasse em seu lugar, ele ficara surpreso. Teve que partir diante deles, devido a urgência que Niala afirmava ser preciso. Anpu não abriu o portal nos diques, sabia que Edward estaria monitorando o lugar e, por mais que abrir um portal em outro lugar exigia cautela, ele queria evitar um confronto. Edward podia não saber quem era, mas ainda era um Itemu.

A terra sempre foi monitorada por Thórun, antes pelos Deuses e então por seus descendentes. O sol dado pelos Deuses de bom grado aos humanos era de suma importância para Thórun, assim como o fato de se manterem em segredo.

Nova Orleans havia sido escolhida como base de monitoramento, não só pelo fluxo contínuo e perfeitamente alinhado com Thórum. Que permitia a magia fluir de forma singular, mas também pela excentricidade daquele povo. Ainda que andassem pelas sombras ou pegando corpos emprestados, para acessar lugares restritos. Anpu poderia jurar que mesmo que caminhasse com uma cortina de névoa ao seu redor, ninguém o notaria.

Certa vez, viu um humano praticando magia em plena luz do dia. As pessoas o rodeavam entre espanto e sorrisos. Ele chegou a sondar o humano, buscando a fonte de sua magia e, para a sua surpresa havia um traço vívido de magia nele. Certamente uma herança de seus antepassados.

Após se certificar do que Niala havia relatado, ser na verdade inexistente. Anpu estava disposto a permanecer na cidade por alguns dias. Ele buscaria por uma bruxa Wicca, então encontraria respostas.

O general havia se misturado, usando roupas de humanos. Somente se fosse necessário tomaria um corpo, para servir ao seu propósito.

As memórias que eram acessadas quando Anpu usava sua magia dessa forma, não era algo bom. Para os humanos não passaria de um desmaio. Mas para o guerreiro, carregaria aquelas lembranças para sempre. Muitas delas não eram boas.

Ele se questionou sobre a decisão de ter matado Ian naquela noite. Quando viu aquela mente suja, planejando contra Alison, desejando coisas horríveis. De certa forma, aquilo o incomodou profundamente. Ele não sabia dizer se era o próprio destino que os ligava ou se fora mera semelhança com as atitudes de Hasani. Então matara aquele humano, porque ninguém com tais desejos merecia viver.

Ele entrou em uma loja, um sino tiniu quando Anpu abriu a porta. O homem sentado atrás do balcão olhou para ele se pondo em pé.

- Boa tarde, posso ajudar?

- Procuro uma bruxa Wicca.

O homem sorriu.

- Acredito que esteja no país errado. Talvez na Escócia você encontre praticantes dessa religião.

- Procuro uma bruxa Wicca que more aqui em Nova Orleans.

O homem estreitou as sobrancelhas.

- Nova Orleans é a cidade do vodu, posso lhe oferecer alguns amuletos e ingredientes para magia negra se quiser. - O homem se apressou em mostrar alguns colares e amuletos. - Os turistas costumam comprar os bonecos vodus. Posso lhe ensinar um ritual e você pode passar o dia espetando alguém que não goste, ou trazer riquezas para sua vida. - O homem sorriu convincente enquanto lhe mostrava um boneco de tecido velho.

- Anpu lançou sua magia sondando aquele boneco, mas nada respondeu.

- Isso não possui poder algum. - Reclamou entediado. - Preciso encontrar uma bruxa Wicca.

O homem suspirou desanimado.

- E eu preciso vender alguma coisa hoje ou serei demitido. - O vendedor falou baixo. Então caminhou até alguns colares e escolheu um entre os muitos que estava ali. - Esse amuleto abre a visão para o mundo sobrenatural e amplia a magia negra que há em você. Custa apenas vinte dólares.

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