Alison não dormira naquela noite, Mica havia lhe contado muitos segredos. Alguns deles foram sussurrados em seu ouvido, tamanho era o medo de proferir aquelas palavras em voz alta. Era sobre isso que Anpu havia tentado avisá-la. Havia um juramento de lealdade, mas não qualquer juramento. Anpu assim como todo seu clã haviam se curvado a Hasani, se prendendo ao Rei não apenas com palavras. O juramento foi selado com magia bruta e poderosa.
Uma única coisa não se encaixa diante de tudo que foi lhe dito. Hasani não havia pedido a morte de Ian. Então porque o guerreiro o matou? Essa era uma pergunta que Alison faria para o guerreiro, assim que ele retornasse.
Alison fez grandes progressos nos dias seguintes com o idioma. Agora conseguia até pedir comida se necessário. Era como se aquela língua fosse abrindo em sua mente de tal forma que ela não sabia explicar. Havia um sotaque carregado em suas palavras, Mica rira dela algumas vezes, mas era compreensível sua pronúncia.
Mica havia contado para Alison sobre sua mãe. Como fora uma guerreira destemida, uma mãe e esposa dedicada. Apesar de todas as histórias sobre ela, Mica não possuía lembranças. Ela havia perdido a mãe ainda muito jovem e essa dor, ambas carregavam dentro do peito.
Apesar de todas as informações que havia adquirido com Mica, Alison não conseguia desviar o pensamento de Edward por muito tempo. Anpu lhe prometera que avisaria quando conseguisse enviar a carta para Edward. Esta seria sua última noite na casa de Mica e Alison ainda não recebera qualquer resposta.
As últimas noites não foram agradáveis, em partes por sua constante preocupação com Edward e o assombro das revelações feitas por Mica, mas também por medo daquela marca aparecer durante o sono e revelar seu segredo. Anpu havia sido categórico. Não conte a ninguém. Agora que sabia a verdade, Alison estava certa de que quanto menos soubessem sobre ela, seria melhor.
A jovem estava encolhida na cama, quando um portal abriu em seu quarto. Anpu atravessou e ergueu as sobrancelhas diante da camisola que Alison vestia. Mica havia lhe dado algumas roupas e ela não pudera recusar diante do bom gosto da amiga.
- Por que está vestida assim?
- O que foi? É só uma camisola. - Alison puxou o lençol sobre seu corpo.
- Isso não parece só uma camisola.
- O que você entende sobre camisolas? - Anpu deu de ombro.
De fato, o guerreiro não entendia. As únicas roupas que costumava tirar, eram as roupas de couro das guerreiras com quem se relacionava. Mas aquilo era diferente de tudo que já vira. Considerando que deveria ter sido sua sobrinha quem lhe dera aquele pequeno pedaço de tecido transparente. - Anpu bufou. Não queria pensar sobre aquilo.
- Não acho que tenha vindo no meu quarto apenas para reclamar da minha camisola.
- Acredite, não estou reclamando. - Alison revirou os olhos.
- Você conseguiu entregar a carta?
- Sim. Quando eu abri o portal para falar com Niala eu o rastreei. Ele está morando nos diques, no mesmo lugar onde eu abri o portal para atravessarmos. Ele havia estado ali algumas horas antes. Acredito que esteja à sua espera. Deixei a carta lá.
- Como assim, deixei a carta lá? Você não entregou para ele?
- Não estava planejando entregar nas mãos dele desde o início. Pelo que vi ele só sai de lá para comprar comida, provavelmente vai encontrar sua carta. - Alison suspirou.
- Não sei se isso é suficiente Anpu. Não poderia pedir para Niala entregar para ele?
- Niala não é confiável, se possuir algo contra mim, vai usar assim que houver uma chance.
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Oráculo
ФэнтезиDegustação (livro grátis para os assinantes do Kindke Unlimited) Amazon. Possui o físico no site da editora The Books Alison trabalha na editora do tio de seu melhor amigo Edward, como revisora textual. Mas seu verdadeiro sonho é ser escritora. Depo...